Hacker é preso em PE por invadir sistemas governamentais e ameaçar Felca
Polícia aponta que hacker preso em Pernambuco tinha acesso a sistemas do Judiciário e do Serpro e vendia dados para criminosos
247 - A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, em parceria com a Polícia Civil de Pernambuco, prendeu um homem acusado de ser o “pilar técnico” de uma quadrilha de crimes digitais. Segundo o g1, o suspeito — que não teve o nome divulgado — foi capturado em Pernambuco, mas as autoridades não informaram a cidade. Outros dois homens também foram presos em São Paulo e no Rio Grande do Norte.
Operação “Medici Umbra” e rede de fraudes
As detenções fazem parte da terceira fase da operação “Medici Umbra”, que investiga invasões de sistemas e fraudes contra médicos. O hacker preso em Pernambuco era chamado de “a fonte” e afirmava ter acesso a sistemas sigilosos de órgãos públicos.
Ele dizia ter extraído o Sisbajud e armazenado 2,56 terabytes de dados, incluindo um arquivo de 460 gigabytes com informações de 239 milhões de chaves PIX.
Acesso a sistemas estratégicos
De acordo com a polícia, o suspeito também dizia possuir dados do Serpro e do Sinesp, além de acesso a um sistema de inteligência com informações de fraudes bancárias, reconhecimento facial e monitoramento de voos controlados pela Polícia Federal.
Ameaças ao influenciador Felca
As investigações mostram que o grupo também ameaçava o youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca. Documentos revelam que Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, de 22 anos, preso em Olinda, era um dos principais articuladores. Ele atuava junto com Paulo Vinícios Oliveira Barbosa, acusado de acessar ilegalmente sistemas da Secretaria de Defesa Social. Cayo foi preso em agosto deste ano.
Crimes contra menores de idade
Cayo já era monitorado desde 2024 e foi identificado como líder de um grupo que chantageava vítimas, inclusive menores de idade. Segundo a polícia, ele obrigava meninas a se expor em transmissões ao vivo, submetendo-as a rituais de humilhação, automutilação e situações classificadas como estupro virtual. Há registros de vítimas de apenas 7 e 8 anos.
Ação coordenada em quatro estados
A operação mobilizou mais de 50 agentes em Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e São Paulo. As autoridades classificaram como “incontestável” a participação dos presos nos crimes investigados, que vão de fraudes eletrônicas a exploração sexual digital.