TV 247 logo
      HOME > Brasil

      Hacker do caso Felca pagou R$ 300 para ter acesso a sistema da polícia

      Na casa do adolescente os investigadores encontraram computadores logados no sistema da SDS-PE

      Cayo Lucas foi preso em Pernambuco por investigadores da Polícia Civil de São Paulo (Foto: Reprodução)
      Laís Gouveia avatar
      Conteúdo postado por:

      247 - Uma investigação das polícias civis de São Paulo e de Pernambuco revelou um novo desdobramento no caso Felca. Segundo informações publicadas pelo Metrópoles, um adolescente de 17 anos, parceiro do hacker Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, conhecido como Lucifage e F4llen, admitiu ter pago R$ 300 por credenciais que garantiram acesso a sistemas da Secretaria de Desenvolvimento Social de Pernambuco (SDS-PE).

      A descoberta ocorreu durante operação realizada no dia 25 de agosto, quando equipes localizaram Cayo Lucas em Olinda (PE). Ele foi preso em flagrante ao lado do menor, apontado como um dos responsáveis pela coordenação de crimes cibernéticos da organização criminosa digital chamada Country, que atua em plataformas como Telegram e Discord.

      Na casa do adolescente, onde a dupla operava, os investigadores encontraram computadores logados no sistema da SDS-PE e conversas em aplicativos como WhatsApp e Telegram comprovando a venda de dados de órgãos públicos, incluindo sistemas restritos de polícias, da Justiça e da Saúde.

      As apurações indicam que Cayo tinha alta capacidade técnica para invadir e manipular informações. Ele já havia inserido falsos mandados de prisão no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), aplicado multas indevidas, criado dívidas fraudulentas no Serasa e até emitido registros falsos de óbito na Receita Federal.

      Mesmo após ser alvo da Operação Conexão Fatal, da Polícia Federal, em junho deste ano, o hacker continuou a praticar crimes digitais, o que, segundo a polícia, evidencia “desprezo pelas instituições públicas” e uma “sensação de impunidade”.

      A organização criminosa Country, monitorada pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo desde 2024, é investigada por uma série de delitos, como ameaças, estupros virtuais, indução à automutilação e incitação ao suicídio. Estima-se que ao menos 400 pessoas tenham sido vítimas de suas ações em todo o país.

      Em nota, a Secretaria da Defesa Social de Pernambuco afirmou não ter identificado até o momento falha estrutural no sistema, mas confirmou o uso irregular de credenciais. “Como medida adicional de proteção, a SDS-PE está implantando a autenticação em dois fatores, recurso que reforçará a segurança e a confiabilidade dos acessos corporativos”, destacou a pasta.

      Cayo e o adolescente permanecem presos preventivamente, por tempo indeterminado, enquanto as investigações seguem para mapear toda a rede de atuação do grupo.

      Relacionados

      Carregando anúncios...