Governadores de direita se unem em defesa da chacina no Rio
Cláudio Castro articula consórcio de segurança com apoio de aliados após operação com mais de 100 mortos
247 - Governadores alinhados à direita se reuniram no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (30), para demonstrar apoio ao governador Cláudio Castro e discutir a criação de um “consórcio da paz”, voltado à integração de políticas de segurança pública. A iniciativa ocorre em meio à repercussão negativa da operação policial que deixou mais de 100 mortos no estado, alvo de duras críticas de organizações de direitos humanos.
De acordo com informações do G1, o encontro foi articulado por Castro após uma reunião virtual realizada na quarta-feira (29), quando os governadores manifestaram solidariedade à ação policial e decidiram enviar representantes ao Rio para debater medidas conjuntas de combate ao crime organizado. “Faremos um consórcio no modelo de outros que já existem para que nós possamos dividir experiências e soluções do combate ao crime organizado e da libertação do nosso povo. Vamos discutir estratégias e eu propus que a sede desse consórcio seja no Rio de Janeiro”, afirmou o governador fluminense.
Consórcio político sob o discurso da segurança
A reunião, organizada pelo governador Jorginho Mello, de Santa Catarina, também serviu para reforçar a coesão política entre os governadores aliados. O grupo tenta transformar a tragédia em bandeira de endurecimento penal e fortalecimento das polícias estaduais. “Temos uma grande oportunidade de mudarmos a segurança pública do nosso país, com integração e diálogo, mas sobretudo com coragem e efetividade”, disse Castro, ao defender a operação que resultou em dezenas de mortes em comunidades do Rio.
Castro também exaltou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que validou a ADPF das Favelas, norma que define regras para operações policiais em áreas de alta vulnerabilidade. “Uma decisão que aponta um caminho claro, de retomada de território, de integração, de financiamento. E que o Rio de Janeiro, através dessa decisão brilhante do STF, possa ser esse grande laboratório, já que ele hoje é o epicentro, que ele possa virar o laboratório dessa que pode ser a ação que mude a história do Brasil”, declarou.
Governo federal reforça estrutura emergencial
Um dia antes da reunião, Castro e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciaram a criação do Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado, coordenado pelo secretário de Segurança do Rio, Victor Santos, com apoio federal. O núcleo contará com 50 agentes da Polícia Rodoviária Federal, reforço de inteligência e peritos para investigações.
Lewandowski também confirmou a destinação de vagas em presídios federais para líderes de facções e reiterou a cooperação com os estados. Durante o anúncio, Castro voltou a se referir ao Comando Vermelho como uma forma de “narcoterrorismo” e afirmou que, por ora, não considera necessária a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).


