Gleisi Hoffmann diz que Operação Carbono Oculto reforça importância da PEC da Segurança Pública
Ministra afirma que ação integrada contra rede de lavagem de dinheiro ligada ao PCC mostra eficácia da cooperação entre órgãos e critica opositores
247 - A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta quarta-feira (5) que a nova fase da Operação Carbono Oculto demonstra a importância de fortalecer a integração entre forças de segurança — princípio que, segundo ela, está no centro da PEC da Segurança Pública, proposta pelo governo federal.
“Mais uma fase da Operação Carbono Oculto, desta vez no Piauí, Maranhão e Tocantins, desarticulou uma rede de fraude de combustíveis e lavagem de dinheiro da facção PCC. É parte do mesmo esquema bilionário envolvendo financeiras na Faria Lima que foi desmantelado no mês de agosto. Mais uma vez, a Polícia Federal e a Receita agiram em coordenação com polícias estaduais e Ministério Público, seguindo o dinheiro sujo e usando a inteligência para prender os cabeças do crime. É isso que propõe a PEC da Segurança Pública, sem demagogia e sem colocar em risco a soberania nacional. Quem tem medo da PEC da Segurança são os criminosos, seus agentes financeiros e os que exploram o medo com objetivo eleitoreiro”, declarou Gleisi.
A declaração foi dada após a Operação Carbono Oculto 86, deflagrada nesta quarta-feira (5) nos estados do Piauí, Maranhão e Tocantins, que interditou quase 50 postos de combustíveis e desarticulou um esquema interestadual de lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
A ação é um desdobramento de investigações da Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), que identificou o uso de empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para ocultar patrimônio e simular operações comerciais, dando aparência de legalidade a recursos provenientes do crime organizado.
A estrutura financeira descoberta teria conexões com operadores do esquema já revelado na primeira fase da Carbono Oculto, deflagrada em agosto, quando a Polícia Federal desmantelou um sistema bilionário de lavagem de dinheiro ligado à facção e a empresas do setor financeiro na região da Faria Lima, em São Paulo.
A nova ofensiva contou com apoio da Receita Federal, da Polícia Federal, do Ministério Público e de polícias estaduais, que realizaram buscas, apreensões e interdições para identificar os responsáveis por movimentações irregulares e rastrear o destino dos valores ilícitos.
Segundo a SSP-PI, o grupo movimentava grandes quantias por meio de operações simuladas de compra e venda de combustíveis, mascarando o dinheiro obtido com o tráfico e outras atividades criminosas.
Com o avanço das investigações, o governo federal vê a operação como exemplo do modelo de cooperação previsto na PEC da Segurança Pública, que busca institucionalizar a integração entre União, estados e municípios no combate ao crime organizado.
“O sucesso dessa operação mostra que inteligência e cooperação funcionam melhor que discurso fácil. É preciso atacar o dinheiro das facções, não apenas seus soldados”, afirmou Gleisi, em tom de defesa da proposta.
A Operação Carbono Oculto é considerada uma das mais amplas ações de combate à lavagem de dinheiro do PCC já realizadas fora do eixo Sudeste, e deve ter novas fases nos próximos meses, segundo fontes ligadas à investigação.


