Fufuca ignora punição do PP e reafirma apoio a Lula
Em nota, ministro afirma que continuará contribuindo com a governabilidade
247 - O ministro do Esporte, André Fufuca, anunciou que não pretende deixar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar da pressão do seu partido, o Progressistas (PP), para que entregue o cargo. Em nota, Fufuca declarou que continuará atuando em defesa da governabilidade e ressaltou que sua atuação está acima de disputas internas. As informações são do jornal O Globo.
“Seguirei contribuindo de forma construtiva e dedicada para a boa gestão e governabilidade do país, lado a lado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O meu trabalho e a minha atuação estão, inequivocamente, acima de quaisquer questões e disputas partidárias internas”, afirmou Fufuca.
Punição dentro do PP
A decisão do ministro de permanecer no cargo contrariou a determinação da Executiva Nacional do PP, que estabeleceu a saída de seus integrantes do governo. Em resposta, o presidente da legenda, senador Ciro Nogueira, anunciou a destituição de Fufuca do comando do diretório estadual do Maranhão, seu reduto eleitoral, além da perda da vice-presidência nacional do partido.
“Diante da decisão de desobedecer a orientação da Executiva Nacional do partido e permanecer no Ministério do Esporte, o ministro André Fufuca fica, a partir de agora, afastado de todas as decisões partidárias”, declarou Nogueira em nota oficial. Ele ainda acrescentou que o diretório maranhense passará a ser controlado pelo União Brasil, parceiro do PP em uma nova federação partidária.
Apoio a Lula e críticas às divergências internas
Sem citar diretamente os dirigentes da legenda, Fufuca criticou o que classificou como “divergências” internas. “A pauta do desenvolvimento social e econômico do Maranhão e do Brasil está acima de quaisquer divergências. Meu posicionamento continuará firme, seguindo focado na tarefa de entregar políticas públicas eficazes”, reforçou o ministro.
Em evento do programa Minha Casa, Minha Vida em Imperatriz (MA), ao lado do presidente Lula, Fufuca foi ainda mais explícito: “O importante não é justificar o erro, o importante é evitar que ele se repita. Em 2022, eu cometi um erro. Agora, em 2026, pode ser que o meu corpo esteja amarrado, mas a minha alma, o meu coração e a minha força de vontade estarão livres para brigar e ajudar Luiz Inácio Lula da Silva a ser presidente do Brasil”.
Cenário eleitoral e disputas no Centrão
A movimentação ocorre em meio às articulações para as eleições de 2026. O PP e o União Brasil buscam ampliar sua influência e avaliam apoiar uma eventual candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ao Palácio do Planalto. Nesse contexto, a manutenção de Fufuca no ministério é vista como um desafio à cúpula partidária.
Segundo interlocutores, o ministro aposta no apoio de Lula para viabilizar sua candidatura ao Senado pelo Maranhão, além de esperar uma futura reaproximação com Ciro Nogueira, de quem já foi aliado próximo.
Estratégia do Planalto
Enquanto isso, Lula tem reforçado a aproximação com setores do Centrão, mesmo diante das resistências das lideranças do PP e do União Brasil. O presidente deixou claro que não pretende ceder a pressões externas para mudanças em sua equipe ministerial. Em reunião recente, Lula afirmou que não “implorará” por apoio e criticou dirigentes dessas legendas por não defenderem o governo em eventos partidários.