EUA podem levar sanções à arena militar e suspender visto do comandante do Exército
Medida pode comprometer parcerias militares já em andamento entre Brasil e Estados Unidos
247 - Os Estados Unidos estudam revogar o visto do comandante do Exército Brasileiro, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva. Segundo Paulo Cappelli, do Metrópoles, há articulações do governo do presidente norte-americano, Donald Trump, para incluir o militar em um novo pacote de sanções.
Autoridades de Washington avaliam que Tomás teria sido alçado ao posto por influência do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, funcionando como um canal de apoio da cúpula militar às decisões do magistrado. Documentos do Departamento de Estado dos EUA apontam um histórico de encontros entre Moraes e o comandante, sugerindo suposto alinhamento prévio em resoluções que atingiram setores das Forças Armadas.
Impactos diplomáticos e militares
A possível suspensão do visto de Tomás é vista como fator capaz de elevar o grau de atrito nas relações diplomáticas entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump. Isso porque, além do impacto político, a medida poderia comprometer parcerias militares já em andamento entre Brasil e Estados Unidos.
A medida faz parte de uma lista mais ampla de punições, que inclui também membros da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Na segunda-feira (22), sete autoridades brasileiras já tiveram vistos cancelados pelo governo norte-americano.
Reação entre militares e governo
Procurado, o general Tomás preferiu não se manifestar. Generais próximos ao comandante classificaram a iniciativa dos EUA como um “tiro no pé”, alertando que tal postura poderia fechar canais de diálogo já fragilizados.
Um integrante do governo Trump admitiu que dificilmente novas sanções farão Lula ou ministros do STF mudarem de posição. Apesar disso, reforçou que Washington continuará ampliando o rol de punições contra autoridades brasileiras.