Empresas ligadas a políticos receberam R$ 773 milhões em emendas desde 2018
Levantamento revela que recursos destinados a emendas parlamentares custearam negócios de parlamentares, questionando transparência
247 - Um levantamento publicado nesta quinta-feira (24) no portal UOLrevelou que empresas controladas ou ligadas a políticos receberam, entre 2018 e 2025, impressionantes R$ 773 milhões em emendas parlamentares.
Os dados apontam para um fluxo consistente de dinheiro público direcionado a negócios privados com vínculos políticos, levantando preocupações sobre conflitos de interesse e moralidade na alocação de recursos federais.
De acordo com a investigação, o valor considerável foi pago a dezenas de empresas, muitas delas registradas em nome de familiares ou sócios de deputados e senadores. O levantamento detalha os principais beneficiários, o montante recebido por cada grupo empresarial e os parlamentares que mantêm ligação direta ou indireta com essas empresas.
A reportagem destaca que a prática, embora legal em alguns casos, questiona os limites éticos da atividade parlamentar: "Não é ilegal que um parlamentar indique recursos para municípios que possuam empresas ligadas a ele, mas é inegável que isso gera uma aparência de uso eleitoral do dinheiro público".
Entre os segmentos mais favorecidos, estão obras de infraestrutura, saúde e educação. Em muitos casos, as emendas pareceram contrabalançar contratações diretas por parte da administração pública, impulsionando o faturamento dos negócios dos próprios parlamentares. Documentos públicos analisados pelo jornalista mostram que alguns desses contratos se tornaram recorrentes em determinados municípios, independente de gestão ou concorrência aberta.
O levantamento conclui com um alerta aos órgãos de controle: apesar das transparências legais já previstas, é preciso avançar na regulamentação das emendas parlamentares, especialmente sobre o destino desses recursos em empresas com relação direta com os parlamentares. A CGU e o TCU foram citados como possíveis agentes fiscalizadores que podem contribuir para coibir esse tipo de relação entre poder político e interesses econômicos individuais.
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