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Conversa entre Lula e Trump “foi positiva”, diz Haddad

Videoconferência tratou do tarifaço e de temas comerciais entre Brasil e Estados Unidos

Donald Trump e Lula (Foto: Reuters | Ricardo Stuckert/PR)

247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou nesta segunda-feira (6) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de uma videoconferência com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para discutir comércio e relações diplomáticas. Haddad acompanhou a conversa diretamente do Palácio da Alvorada, ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin e dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social). Segundo o ministro, a troca de ideias “foi positiva”. As informações são do g1.

Primeiro diálogo direto desde a posse de Trump

A videoconferência foi o primeiro contato formal entre Lula e Trump desde o retorno do republicano à presidência norte-americana, no início de 2025. A possibilidade de uma conversa havia sido anunciada pelo próprio Trump durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, quando os dois chegaram a se cumprimentar após seus discursos.

Naquela ocasião, Lula afirmou que “aquilo que parecia impossível deixou de ser impossível e aconteceu” e destacou que “pintou uma química mesmo” com o líder norte-americano. Trump também disse ter sentido uma boa “química” com o presidente brasileiro.

Cautela marca nova fase diplomática

Segundo interlocutores do governo, o formato virtual foi escolhido como passo inicial para que ambos possam identificar pontos de convergência e divergência antes de um possível encontro presencial.

Desde o fim de 2024, com a eleição de Trump, a diplomacia brasileira tem atuado com discrição, temendo mudanças súbitas de postura do presidente americano ou resistência de assessores à reaproximação.

Tarifaço domina a pauta da conversa

O principal ponto de atrito entre Brasília e Washington é o tarifaço de 50% imposto por Trump sobre produtos brasileiros. A medida, em vigor desde 6 de agosto, afeta cerca de 36% das exportações brasileiras para o mercado norte-americano.

Trump alegou motivos econômicos e políticos para a decisão, citando um suposto déficit comercial com o Brasil — número que não é confirmado por dados oficiais. O republicano também mencionou o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e questões sobre “liberdade de expressão de cidadãos americanos”.

Lula defende soberania e diálogo econômico

Em seu discurso na ONU, Lula reafirmou que a soberania nacional e a independência do Judiciário não estão em negociação, mas reforçou a disposição para dialogar sobre comércio e cooperação com os Estados Unidos.

Entre os temas de interesse conjunto estão a regulação das big techs, a exploração de terras raras e investimentos em tecnologia limpa.

O governo brasileiro acredita que o encontro virtual abre caminho para uma nova etapa nas relações bilaterais e pode resultar em um encontro presencial ainda neste ano.

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