Com passaporte retido, Bolsonaro planeja ser representado por Michelle e filhos na posse de Trump
Presença do clã Bolsonaro no evento é vista como estratégica para reforçar aproximação com o governo Trump e fortalecer laços com a extrema direita
247 - Sem muitas esperanças de conseguir a liberação do passaporte a tempo de comparecer à cerimônia de posse do presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, Jair Bolsonaro (PL) montou um plano B. Segundo aliados próximos ouvidos pelo jornal O Globo, a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL), juntamente com seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) e o senador Flávio Bolsonaro (PL), deverão representar o ex-mandatário no evento.
Conforme a tradição de convidados para a posse de Trump, Bolsonaro teria direito de levar uma pessoa, e Michelle foi escolhida para esta função, mesmo que a presença do ex-mandatário seja impossibilitada. Flávio e Eduardo também teriam sido convidados para o jantar posterior à cerimônia na Casa Branca, evento que Michelle também deve comparecer. A presença do clã Bolsonaro é vista como estratégica para reforçar uma aproximação com o governo Trump e fortalecer laços com a extrema direita e a oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Enquanto isso, a situação jurídica de Bolsonaro segue incerta. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, é quem decide se autoriza a viagem do ex-mandatário. Na semana passada, Moraes pediu que a defesa de Bolsonaro enviasse a comprovação do convite à posse, o que deve ser feito ainda nesta segunda-feira (13). No entanto, a expectativa é de que o ministro mantenha sua postura, que já impediu outras viagens, como a de Bolsonaro a Israel, em 2023, para uma reunião com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Apesar de as chances de um desfecho favorável parecerem pequenas, aliados de Bolsonaro trabalham para que a ausência de Bolsonaro na posse de Trump seja usada politicamente. Eles acreditam que uma foto de Trump com o clã Bolsonaro, sem a presença do ex-mandatário, poderia reforçar a tese de perseguição judicial, uma narrativa que Bolsonaro e seus aliados têm explorado.
Desde a apreensão do passaporte por parte da Polícia Federal, em fevereiro do ano passado, devido às suspeitas e indícios de seu envolvimento em suposto plano de golpe de Estado, Bolsonaro tem tentado obter a devolução do documento. Aliados que mantêm bom relacionamento com Moraes chegaram a buscar o auxílio do ex-presidente Michel Temer (MDB), responsável pela indicação de Moraes ao STF, mas até agora, os pedidos não surtiram efeito. No entanto, a estratégia continua, com a esperança de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tem bom trânsito com o ministro, possa interceder para reverter algumas das restrições impostas.
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