Com apoio de R$ 76,4 milhões do BNDES, usina vai produzir biometano em São Leopoldo
Projeto do Grupo Solví utilizará biogás de aterro sanitário e evitará emissão de mais de 80 mil toneladas de CO₂ por ano
247 0- O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a aprovação de um financiamento de R$ 76,4 milhões para a construção de uma usina de produção de biometano em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.
O projeto, desenvolvido pela Biometano São Leopoldo S.A., pertencente ao Grupo Solví, será implantado na Região Metropolitana de Porto Alegre e representa cerca de 80% do total de investimentos previstos para a unidade, cuja capacidade de produção poderá alcançar até 32.400 metros cúbicos por dia.
O financiamento combina recursos do Fundo Clima (R$ 61,1 milhões) e do Finem (R$ 15,3 milhões) e permitirá a purificação do biogás gerado no aterro sanitário operado pela Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), controlada pelo próprio grupo. A tecnologia empregada será fornecida pela Gruen, único fabricante nacional em escala industrial de sistemas baseados na tecnologia PSA, com suporte técnico integralmente realizado no Brasil.
Energia limpa e impacto ambiental
A proposta se insere no esforço nacional pela transição energética, ao substituir fontes fósseis, como o diesel e o gás natural, por uma alternativa renovável. Estima-se que a nova planta permitirá evitar a emissão de mais de 80 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente por ano.
O biometano será gerado a partir da captação do biogás proveniente da decomposição de resíduos orgânicos no aterro sanitário. Esse gás será processado até atingir os padrões exigidos por normas regulatórias e demandas de mercado.
“Ao apoiar a produção de biometano, o BNDES reforça sua contribuição histórica para tornar a matriz energética brasileira cada vez mais limpa e renovável, impulsionando a descarbonização e a economia circular, temas que estão integrados às políticas públicas e às estratégias do governo do presidente Lula”, afirmou o presidente do banco, Aloizio Mercadante.
Geração de empregos e impacto social
Além dos benefícios ambientais, a planta também terá impacto social direto. Durante a fase de obras, o projeto deve gerar cerca de 80 empregos. Após a conclusão, 16 postos de trabalho diretos serão mantidos.
Segundo Marcelo Cerqueira, diretor-presidente de Energia Verde do Grupo Solví, “o projeto da planta de biometano em São Leopoldo reforça nosso compromisso com a sociedade e a responsabilidade socioambiental com a comunidade onde atuamos, além de promover a valorização e a destinação adequada dos resíduos urbanos”. Ele destacou ainda que a iniciativa fortalece a transição energética no estado.
Fundo Clima e viabilidade sustentável
O investimento conta com o suporte do Fundo Clima, ligado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. O fundo tem como objetivo fomentar ações que contribuam para a mitigação das mudanças climáticas e a adaptação aos seus efeitos, incluindo projetos de energia renovável e tecnologias de baixa emissão.
Aterro atende 50 municípios gaúchos
A usina será instalada nas dependências do aterro sanitário de São Leopoldo, que recebe resíduos de 50 municípios da região, como Sapucaia do Sul, Esteio, Portão, Estância Velha, Dois Irmãos, Ivoti, Nova Petrópolis, Gramado e Canela. A Biometano São Leopoldo S.A. é uma sociedade de propósito específico composta pela Solví Essencis Ambiental S.A. e pela Arpoador Biopar S.A., criada com o objetivo de desenvolver soluções voltadas à descarbonização energética.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: