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Cláudio Castro cobra integração após megaoperação com 64 mortos

Governador do Rio afirma que o estado está “sozinho” e critica falta de integração federal após ação que deixou dezenas de mortos

Cláudio Castro (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

247 - O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, cobrou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a megaoperação policial que resultou em 64 mortes em comunidades da capital fluminense. A ação, realizada na terça-feira (28), mobilizou mais de 2.500 agentes e deixou também nove pessoas feridas, incluindo três moradores e seis policiais — quatro civis e dois militares.

A informação foi publicada originalmente pelo portal UOL, que destacou a reação de Castro diante do episódio. O governador afirmou que a ausência de uma coordenação mais ampla entre os governos estadual e federal prejudica o enfrentamento às facções criminosas. “Espero que sirva de exemplo que a gente precisa dessa integração”, declarou o chefe do Executivo fluminense.

Segundo a Polícia Civil, entre os mortos estão líderes de facções de outros estados que estavam refugiados na região. A operação levou ao fechamento de dezenas de escolas — 29 no Complexo do Alemão e 17 no Complexo da Penha — e à suspensão de atendimentos em unidades de saúde próximas aos locais dos confrontos.

Governo federal rebate críticas

Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública rebateu as declarações de Castro e afirmou ter atendido “todos os pedidos” feitos pelo estado. A pasta informou que a Força Nacional de Segurança Pública atua no Rio desde outubro de 2023, em apoio às forças de segurança federais e estaduais. Desde então, segundo o ministério, foram 11 solicitações de renovação da presença da Força Nacional, todas aceitas.

O governo federal também apresentou dados sobre os recursos destinados ao estado. O Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) repassou R$ 143 milhões ao Rio entre 2016 e 2024, dos quais R$ 104 milhões ainda permanecem disponíveis em conta. Já pelo Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), o repasse foi de R$ 331 milhões, sendo R$ 157 milhões já executados e R$ 174 milhões ainda à disposição, de acordo com o Ministério da Justiça.

Debate sobre a integração das forças

Castro voltou a defender a criação de uma integração mais efetiva entre as polícias estaduais e federais. O governo Lula enviou ao Congresso a PEC da Segurança, proposta que busca formalizar a cooperação entre as forças de segurança. O texto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e aguarda análise em colegiado especial antes de seguir para o plenário da Câmara dos Deputados.

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