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Chefe de gabinete do Tesouro dos EUA deve assumir nº 2 do FMI

Daniel Katz é o nome cotado para suceder Gita Gopinath como vice-diretor-gerente do Fundo

Logo do FMI (Foto: REUTERS/Yuri Gripas)

247 - O governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, deve indicar Daniel Katz, atual chefe de gabinete do secretário do Tesouro, Scott Bessent, para o posto de vice-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI). A informação foi divulgada pela Bloomberg e confirmada por fontes próximas ao processo. A escolha ocorre após a saída da economista Gita Gopinath, que retornou ao seu cargo de professora em Harvard no fim de agosto.

De acordo com a agência, a nomeação reforçaria a influência da Casa Branca sobre a instituição financeira multilateral em um momento de debate sobre reformas estruturais. Tradicionalmente, os Estados Unidos detêm a prerrogativa de indicar o ocupante dessa posição, que precisa ser formalmente aprovado pela diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva.

Perfil do indicado

Katz não tem formação em economia, mas acumula experiência no setor financeiro e no próprio Tesouro norte-americano. Antes de assumir a chefia de gabinete de Bessent em janeiro deste ano, foi pesquisador sênior do Manhattan Institute, um think tank de orientação conservadora. Também atuou como banqueiro de investimento no Goldman Sachs e trabalhou no Tesouro durante o primeiro mandato de Trump. Ele é formado em Direito pela New York University School of Law e graduado em Yale.

Controvérsias na trajetória

A curta passagem de Katz pelo Tesouro já gerou polêmicas. Em janeiro, ele enviou um e-mail interno pedindo acesso a um sistema de pagamentos restrito para implementar a ordem executiva do presidente Trump que suspendeu repasses à Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional. “Na medida permitida por lei, gostaríamos de implementar a suspensão o mais rápido possível para garantir que estamos cumprindo nosso papel de atender à ordem executiva”, escreveu Katz, em mensagem obtida pelo The New York Times.

O assessor também foi mencionado em ações judiciais que questionavam tentativas do Departamento de Eficiência Governamental de acessar dados pessoais, processo que Katz ajudava a supervisionar no âmbito do Tesouro.

Vaga estratégica no FMI

A saída de Gita Gopinath abriu espaço para que Washington volte a exercer influência direta na definição do segundo posto mais importante da entidade, considerada peça central no socorro a países em crise. Gopinath havia assumido em 2022, substituindo Geoffrey Okamoto, também indicado por Trump, mas que permaneceu menos de dois anos no cargo.

O FMI informou que o processo de escolha ainda está em andamento e que a diretora-gerente anunciará oficialmente a decisão quando concluída. A Casa Branca e o Departamento do Tesouro, até o momento, não se pronunciaram sobre a possível nomeação de Katz.

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