Caso Master: Ex-presidente do BRB precisa “contar tudo” e pode “acabar na gaiola”, diz Cappelli
O ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, participará de uma acareação com Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master
247 - O presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli afirmou nesta quarta-feira (24) que o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, precisa esclarecer as circunstâncias que levaram à compra de ativos de alto risco que podem comprometer o futuro da instituição. A declaração foi feita em uma publicação nas redes sociais, em meio ao avanço das investigações que apuram fraudes envolvendo o Banco Master e a tentativa de venda da instituição ao banco público.
A manifestação de Cappelli ocorre no contexto da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, que determinou a realização de uma acareação entre o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos. A informação foi divulgada pela imprensa e integra uma investigação criminal que tramita sob grau máximo de sigilo no Supremo.
“Ao ex-presidente do BRB, Paulo Henrique, só resta uma alternativa: contar tudo que aconteceu e o que o levou a comprar 12 bilhões de papéis podres que levarão à quebra do BRB. Comissões milionárias? Para quem? Se o ‘passarinho’ não cantar, tudo indica que pode acabar na gaiola”, escreveu o presidente da ABDI.
A acareação determinada por Dias Toffoli está marcada para a próxima terça-feira, 30 de dezembro, e tem como objetivo confrontar versões apresentadas anteriormente pelos envolvidos. O foco da apuração é esclarecer divergências sobre o processo que envolveu a tentativa de aquisição do Banco Master pelo BRB e as irregularidades que levaram à liquidação da instituição financeira, decretada pelo Banco Central.
De acordo com as investigações, a proposta de compra de parte das ações do Banco Master foi apresentada pelo BRB no fim de março. À época, o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, manifestou-se favoravelmente à operação. No entanto, a negociação acabou sendo vetada pela cúpula do Banco Central antes da decisão final pela liquidação do banco, após a identificação de irregularidades graves.
Na semana passada, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou estar “à disposição” do STF para prestar esclarecimentos sobre o processo que culminou na liquidação do Banco Master. Segundo ele, todo o trâmite interno da autarquia foi devidamente documentado e esse material será encaminhado à Suprema Corte. Galípolo também afirmou que pode comparecer pessoalmente a uma oitiva, caso seja convocado.



