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Caixa prevê R$ 50 bi em vendas no Porto Maravilha até 2064

Projeto inclui 100 mil novas moradias, 250 mil moradores e valorização de Cepacs

Zona portuária, no Rio de Janeiro (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

247 A Caixa Econômica Federal estima movimentar cerca de R$ 50 bilhões em valor geral de vendas (VGV) até 2064 com a revitalização do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. O cálculo inclui a construção de 100 mil unidades residenciais e a chegada de até 250 mil moradores à região.

Segundo informou o jornal Valor Econômico, o anúncio foi feito pelo vice-presidente de fundos de investimento da Caixa, Sergio Bini, durante o Rio Construção Summit, realizado nesta quinta-feira (25). A instituição financeira administra o Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha (FII PM), responsável pela condução do projeto.

Master Plan e integração urbana

No evento, Bini apresentou o estudo Master Plan, elaborado pelo fundo, que define as diretrizes estratégicas para o desenvolvimento da área portuária até São Cristóvão. O bairro histórico, que abriga cerca de 3,7 milhões de metros quadrados e foi casa da família imperial, passou a integrar o projeto em 2023, após mudanças na legislação municipal.

“O Master Plan é um estudo elaborado pelo fundo para orientar o crescimento urbano e integrar a área de São Cristóvão ao perímetro antigo”, explicou Bini. A proposta prevê malha cicloviária, acessibilidade e a chegada do VLT, ampliando a conexão entre o Centro e o entorno.

Cepacs como motor de valorização

O principal instrumento do projeto é o Certificado de Potencial Adicional de Construção (Cepac), título mobiliário criado para financiar intervenções urbanísticas. A prefeitura do Rio emitiu os certificados em 2009, adquiridos pela Caixa com recursos de R$ 5 bilhões do FGTS.

Bini destacou o retorno financeiro obtido pelo fundo: “Esses títulos já tiveram aumento de aproximadamente 70% no valor do metro quadrado desde 2021”. Ao todo, estima-se que foram emitidos cerca de 6 milhões de certificados, que permitem aos incorporadores ampliar a área construída e erguer empreendimentos de maior porte.

Visão estratégica da Caixa

O presidente da Caixa, Carlos Vieira, ressaltou que o sucesso da operação foi possível pela união entre prefeitura, FGTS e Câmara Municipal. Para ele, a reocupação urbana é um diferencial do projeto.

“O Brasil passou muitos anos pensando em mudanças de ocupação territorial a partir de novas fronteiras, com custo maior. Aqui, vemos uma reocupação com grande força”, afirmou Vieira. Ele ainda comparou a transformação carioca a iniciativas internacionais: “É um exemplo de revitalização territorial maior do que ocorreu em Londres, em Barcelona e em Buenos Aires. Isso resgata, a partir do Rio de Janeiro, uma autoestima muito grande para o Brasil e se cria uma espiral positiva.”

Apoio político e impacto no mercado imobiliário

O presidente da Câmara Municipal do Rio, vereador Carlo Caiado (PSD), destacou a relevância das alterações recentes nas leis urbanísticas. “Ver o Master Plan e essa projeção de futuro para um bairro histórico, como é São Cristóvão, é muito gratificante. A Câmara do Rio trabalhou muito nos últimos anos nos debates e aprovação das leis que deram as condições para projetos como esse se viabilizarem”, disse.

O setor da construção civil também vê a região como motor de crescimento. Claudio Hermolin, presidente do Sinduscon-Rio, destacou: “De três anos para cá, o Porto se tornou o bairro de maior volume de lançamentos e vendas na cidade. Se incluir o Centro, esse número dispara. O plano virou o vetor de crescimento da cidade, que apontava para a zona oeste e redirecionou para cá”.

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