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Braskem pode converter dívida em ações e diluir acionistas, alerta BTG

Banco prevê cenário de conversão de dívida em ações que reduziria participação dos acionistas e afetaria dividendos da Petrobras

Braskem (Foto: Divulgação)

247 - A Braskem (B3: BRKM5, NYSE: BAK) segue pressionada pelo cenário adverso no setor petroquímico e pelas despesas financeiras em alta. A avaliação consta em relatório do BTG Pactual, divulgado pelo Brazil Stock Guide, que aponta risco elevado de diluição acionária caso a companhia opte por alternativas de capitalização, incluindo a conversão de parte da dívida em ações.

Segundo o estudo, o BTG simulou a hipótese de conversão de 25% da dívida da empresa — cerca de US$ 1,7 bilhão — em participação acionária. Nesse cenário, a Petrobras (B3: PETR3, PETR4; NYSE: PBR), principal sócia, precisaria aportar valor equivalente para manter até 49% de participação e evitar a consolidação integral da Braskem em seu balanço. A medida reduziria a alavancagem de 10,6 vezes para 2,6 vezes dívida líquida/EBITDA até 2026, mas implicaria diluição de aproximadamente 75% para os atuais acionistas.

Impacto para a Petrobras

O relatório indica que a Petrobras teria perda de cerca de 0,8 ponto percentual em sua taxa de dividendos, que cairia para algo em torno de 8,2%. Ainda assim, a manutenção da fatia societária seria estratégica para evitar riscos adicionais no balanço consolidado da estatal.

Riscos de liquidez e refinanciamento

O BTG destacou que o maior desafio da Braskem será em 2028, quando vence a principal obrigação financeira: o refinanciamento de sua linha de crédito rotativo (RCF). A companhia enfrenta sucessivos rebaixamentos de rating, o que pode tornar a renegociação mais onerosa. Apesar de a subsidiária mexicana Braskem Idesa ser considerada “non-recourse” (sem responsabilidade para a controladora), o efeito de alívio no nível consolidado é limitado.

A contratação de assessores financeiros e jurídicos pela Braskem foi interpretada como sinal de que outras alternativas, como emissão de títulos conversíveis ou empréstimos com garantias reais, também estão em estudo. Para investidores, a equação imediata é clara: preservar a sobrevivência ou aceitar a diluição acionária.

O banco conclui que, sem uma recuperação dos spreads petroquímicos ou uma injeção estruturada de capital, a pressão sobre o balanço da companhia deve permanecer intensa nos próximos anos.

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