Braskem contrata assessores para reestruturar dívidas
Petroquímica busca alternativas diante de queda global do setor e rebaixamentos de crédito
247 - A Braskem S.A. iniciou um processo de avaliação de alternativas financeiras para otimizar sua estrutura de capital em meio à crise prolongada da indústria petroquímica. A companhia contratou consultorias financeiras e jurídicas para conduzir um diagnóstico de cenários, embora não tenha revelado oficialmente os nomes das firmas envolvidas.
De acordo com fontes ouvidas pela publicação, a Braskem contratou o banco Lazard Inc. como assessor financeiro, o escritório Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP como consultor jurídico internacional e o Munhoz Advogados para assessoria no Brasil. A medida ocorre em um contexto de margens comprimidas por excesso de oferta global, custos mais altos de insumos e retração da demanda. O endividamento elevado agrava a vulnerabilidade da empresa, que já enfrenta rebaixamentos de agências de classificação de risco.
Situação crítica e perspectiva do mercado
Em nota, a companhia reafirmou seu compromisso com acionistas, credores e demais públicos estratégicos, destacando que segue implementando iniciativas de transformação para enfrentar os efeitos do atual ciclo econômico adverso. No México, a subsidiária Braskem Idesa também iniciou movimento semelhante, contratando Lazard, Cleary Gottlieb e o escritório Sainz Abogados para revisar sua estrutura de capital.
O ambiente para o setor químico na América Latina permanece desafiador. Em relatório publicado nesta semana, a Fitch Ratings afirmou que os produtores da região estão presos em um ciclo recessivo iniciado em 2023, marcado por demanda fraca, excesso de oferta global e tensões comerciais. Empresas mais expostas a riscos de liquidez e refinanciamento, segundo a agência, devem sofrer novos cortes de rating.
Risco de refinanciamento em 2028
A Fitch já reduziu a nota da Braskem para BB-/RWN e a da Braskem Idesa para CCC+. A matriz brasileira enfrenta pressão adicional pela queima de caixa, aumento da alavancagem e vencimentos significativos a partir de 2028. Apesar disso, mantém uma posição de liquidez com US$ 1,7 bilhão em caixa e uma linha de crédito de US$ 1 bilhão. A subsidiária mexicana, em contrapartida, tem apenas US$ 60 milhões disponíveis frente a um passivo de US$ 2,2 bilhões, o que a torna ainda mais dependente de uma reestruturação.
(Com informações do Brazil Stock Guide)