Aprovação de Lula oscila e vai a 48%, aponta pesquisa AtlasIntel
Pesquisa mostra que popularidade do presidente recuou em agosto, com Lula atrás de Tarcísio e empatado com Bolsonaro em cenários de 2026
247 - A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sofreu um declínio em agosto, após o impacto gerado pelo embate comercial com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, esfriar. De acordo com a pesquisa LatAm Pulse, realizada pela AtlasIntel para a Bloomberg News e divulgada nesta quinta-feira (27), a aprovação de Lula recuou para 48%, o que representa uma queda de dois pontos percentuais em comparação com julho. No mesmo período, a taxa de desaprovação subiu para 51%, um aumento de um ponto. A pesquisa ouviu 6.238 pessoas em todo o Brasil entre os dias 20 e 25 de agosto, com uma margem de erro de 1 ponto percentual e nível de confiança de 95%.
A pesquisa revelou que o presidente havia experimentado uma recuperação em sua popularidade após a ameaça de Trump, no mês de julho, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) não suspendesse imediatamente o julgamento de Jair Bolsonaro (PL), acusado de tentativa de golpe. Essa situação gerou um discurso de defesa da soberania nacional por parte de Lula, que utilizou o conflito com Trump como uma plataforma para se posicionar como o principal defensor dos interesses do Brasil contra influências externas. As tarifas, que passaram a valer no início deste mês, foram tratadas por Lula como uma ameaça que justificava a resistência do governo.
A pesquisa da AtlasIntel também apontou que, em um cenário de segundo turno, o presidente se encontra atrás do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ex-ministro do governo Bolsonaro. Tarcísio lidera com 48,4%, enquanto Lula registra 46,6%. Esse cenário é uma reversão em relação a julho, quando o presidente tinha uma vantagem de cerca de quatro pontos percentuais.
Em um possível confronto contra Bolsonaro, que segue inelegível, Lula aparece empatado, com ambos os candidatos marcando 48,3%. Já em um cenário com Michelle Bolsonaro, considerada uma possível alternativa da direita, Lula venceria com 48,8%, contra 47,9% da ex-primeira-dama. Esses números indicam que, se as eleições de 2026 ocorressem hoje, a disputa estaria bastante equilibrada, com uma leve vantagem para Lula contra a maior parte de seus concorrentes.
O desempenho de Tarcísio tem atraído a atenção de investidores, que veem no governador uma alternativa mais amigável ao mercado do que Lula ou Bolsonaro. No entanto, Tarcísio tem afirmado repetidamente que não tem intenção de disputar a presidência, concentrando-se na reeleição para o governo de São Paulo.
A especulação em torno de sua candidatura, porém, tem gerado reações, inclusive de filhos de Bolsonaro, que se mostraram contrários à ideia. O deputado Eduardo Bolsonaro, que atualmente reside nos Estados Unidos, expressou, em suas redes sociais, que "qualquer decisão política será tomada por nós", refletindo a resistência da família Bolsonaro à ideia de um substituto.