Brasil tem negociação avançada com China e UE para criar mercado internacional de carbono
Segundo Fernando Haddad, um acordo deve ser anunciado na COP30 em novembro
247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil está em “negociação avançada” com a China e com a União Europeia para a criação de um mercado internacional de carbono. A iniciativa pretende estabelecer um sistema global de compensação e metas conjuntas de redução de gases de efeito estufa, alinhando economias que lideram a transição energética mundial. As informações são do g1.
Segundo Haddad, a intenção do governo é articular uma coalizão internacional a ser anunciada durante a COP30, conferência do clima das Nações Unidas que ocorrerá em novembro, na cidade de Belém (PA).
O projeto busca integrar diferentes sistemas de mercado de carbono, mecanismo que recompensa empresas e governos que reduzem suas emissões. “Você [vai] começar a levar em consideração o quanto de energia fóssil foi utilizada na produção de uma determinada mercadoria, seja aço ou qual for, e ter esse processo de mensuração faz com que a transição energética aconteça mais rapidamente”, explicou o ministro.
Além de criar um modelo global de comércio de créditos de carbono, a aliança também deverá definir metas de emissão, com reduções graduais. “Você pode ter uma grande coalizão em torno de um mercado internacional de carbono. Isso pode fazer toda diferença, com os cuidados que a economia exige, porque a gente sabe o impacto que isso pode ter no preço, mas, ao mesmo tempo, a gente sabe o tanto que a tecnologia está evoluindo para baratear os custos de produção de energia limpa”, destacou Haddad.
O ministro ressaltou que o Brasil tem papel estratégico nesse processo, já que possui uma matriz energética mais limpa em comparação a outros países e uma política ambiental que vem sendo reforçada nos últimos anos. “Temos que também contar com a ciência. A ciência está dando passos muito céleres em busca de soluções tecnológicas”, afirmou, lembrando que a transição energética é essencial para reduzir a dependência global do petróleo.
De acordo com Haddad, a queda no custo das tecnologias limpas, como as placas solares, mostra o potencial de transformação do setor. “Há poucos anos, o preço de aquisição de uma placa solar era muito alto e, depois, isso caiu bruscamente”, observou.


