Tarcísio continua candidatíssimo em 2026
Mesmo acuado, governador segue como aposta inevitável da direita para a corrida presidencial de 2026
Não se iludam. Tarcísio de Freitas será o candidato da direita em 2026. Ele não tem mais controle sobre essa decisão.
Na véspera de fazer uma visita ao inelegível e preso domiciliar Jair Bolsonaro, ele manteve encontros com integrantes da Faria Lima – ou seja, o mercado. A atitude é sintomática do quanto o seu nome já está atrelado ao projeto da direita, bem como do fato de ser constantemente mencionado pela mídia tradicional com o aposto “candidato à Presidência em 2026”.
As notícias veiculadas hoje (30/09) sobre a sua ida a Brasília dão conta de que ele pretende ficar recolhido. Aí, sim, reside uma verdade. Tarcísio se fechará em copas para “lavar o terno” até o final do ano.
Sabe que se expôs demais quando, ao discursar na Paulista, chamou o ministro Alexandre de Moraes de tirano. Tem plena consciência do quanto errou ao pedir aplausos para Donald Trump, no primeiro momento em que o presidente dos EUA impôs um tarifaço de 50% aos produtos brasileiros, em vez de se colocar ao lado dos empresários atingidos, de seu estado, certamente um dos mais afetados pela medida do governo estadunidense.
E, mais ainda, está ciente de que não conseguirá tirar das redes a sua imagem com o boné MAGA, registrada logo após o Brasil ser alvo de sanções, com a exigência política – sim, o tarifaço foi político – de que ou o Judiciário livrava Bolsonaro das acusações, ou as medidas avançariam, como avançaram, sobre os membros do STF.
Foram atitudes fortes, ultradireitistas, que agora o levam a tentar “lavar” a sua imagem. Tarcísio se enrolou cada vez mais. Bateu de frente com Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, a dupla para quem é “anistia ampla ou nada”. Chegou a mencionar a dosimetria. Ficou mal com Ciro Nogueira, que queria uma definição logo do seu nome para a candidatura à Presidência, a fim de pegar carona nessa cauda de cometa como vice em sua chapa.
Sua escolha, na tarde de ontem, de não comparecer à posse do novo presidente do STF, Edson Fachin, para estar em confabulações com Bolsonaro e sua “famiglia”, foi mais uma tentativa de demonstrar para Eduardo Bolsonaro de que lado está. E, se tem esse interesse, é porque continua candidatíssimo.
O que ele faz é virar uma espécie de “carmelita descalço” nesse momento, penitenciando-se de seus erros – graças à pouca experiência política – a fim de que, até o final do ano, todos esqueçam as suas gafes e ele possa voltar “nos braços” da mídia e da Faria Lima.
Essa é uma tática que lhe foi imposta pela conjuntura, pelo mercado e pela mídia. Tarcísio de Freitas não tem mais querer. Será empurrado para uma candidatura ao cargo maior da República, como única alternativa viável (?) da direita, que precisa, sim, (já vislumbraram isso) de Tarcísio para a corrida.
E não se espantem se, daqui por diante, a mídia tradicional começar a torcer por uma amenizada nas penas dos “coitadinhos” do 8 de janeiro. Será mais uma das estratégias para conquistar essa fatia do eleitorado: a do bolsonarismo, que resiste e será levada – pela força da grana que ergue e destrói coisas belas –, como cantou Caetano, a torcer por Tarcísio em 2026.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.