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      Ricardo Mezavila

      Escritor, Pós-graduado em Ciência Política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

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      Pseudopatriotas

      Trump usa Eduardo Bolsonaro como peça em sua estratégia contra o Brasil e o BRICS, enquanto extrema-direita comemora tarifaço

      Deputado Eduardo Bolsonaro - 24/02/2024 (Foto: REUTERS/Elizabeth Frantz)

      O governo Trump, apesar do que disse a ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil, Simone Tebet, não é induzido ao erro pela família Bolsonaro. Muito pelo contrário, aliados do presidente estadunidense estão sabendo conduzir muito bem a aliança com Eduardo Bolsonaro.

      Dá para imaginar um diálogo entre um aliado e o presidente Trump: “Presidente, tem um deputado brasileiro aqui nos EUA querendo ferrar o Brasil.” Trump não daria muita importância ao fato, até o aliado dizer que se tratava do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

      Engasgado com o Brasil por conta do sistema regulatório das big techs, a que chama de “censura”, e com o crescimento do BRICS, que ameaça a hegemonia do dólar nos acordos comerciais, Donald Trump ordena que Eduardo Bolsonaro seja ouvido e apoiado por extremistas de direita.

      Ao perceberem a obsessão do deputado brasileiro em punir o ministro da Suprema Corte, Alexandre de Moraes, por ser o relator do inquérito que vai colocar seu pai na cadeia por diversos crimes, aliados do governo Trump sinalizam ao presidente algum tipo de sanção a Moraes.

      Alguns dias depois, Moraes e outros sete ministros são impedidos de entrar nos EUA e a tarifa sobre produtos exportados do Brasil sobe de 10% para 50%. Estratégicamente, Trump envia um comunicado pelas redes sociais e, pela primeira vez, refere-se a Bolsonaro como perseguido político.

      O inocente útil, Eduardo Bolsonaro, agora acompanhado do neto do ditador João Figueiredo, Paulo Figueiredo, vai às redes sociais e comemora o tarifaço, atribuindo a si a decisão de Trump.

      Como aconteceu em outros episódios de ameaças de sanções, Donald Trump recuou do tarifaço e, para não perder a colaboração de Eduardo e Paulo, foi aplicada a Lei Magnitsky contra Moraes. Assim, os lesas-pátria teriam temporariamente saciada a fome de vingança.

      Os dados estão rolando, mas o futuro para Eduardo não é duvidoso. No Brasil, nenhuma das sanções teve efeito. O presidente Lula tem mantido uma conduta exemplar de líder e defensor da soberania; Alexandre de Moraes, para ilustrar sua preocupação, foi ao estádio assistir ao jogo do Corinthians, seu clube de coração.

      Depois de servir de traidor, vassalo e vira-lata, Eduardo perderá o mandato e não poderá retornar ao Brasil, pois estará com mandado de prisão.

      Dá para imaginar outro diálogo entre um aliado e o presidente Trump: “Presidente, apesar de todo o serviço sujo feito pelo deputado brasileiro, não será dessa vez que o Brasil se entregará de joelhos, mesmo com o ex-presidente tendo realizado uma motociata onde havia bandeiras dos EUA. O deputado está agora no portão da Casa Branca querendo uma audiência.”

      Trump, ajeitando o topete laranja: “Defenestre!”

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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