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      Ivan Guimarães

      Economista pela PUC-SP com especialização em politicas publicas pelo IE - Unicamp

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      Bananinha jogou pesado para derrotar o Brasil

      Como ele teve sucesso?

      Deputado Eduardo Bolsonaro - 24/02/2024 (Foto: REUTERS/Elizabeth Frantz)

      Eduardo Bolsonaro marcou um gol. Cumpriu sua ameaça. Obteve de Trump a sanção de 40% sobre as exportações — mais 10% já aplicados — e conseguiu o impensável: aplicar a um ministro da maior Corte de um país democrático uma sanção violentíssima, sem processo, contraditório ou qualquer condenação.

      Como ele conseguiu tudo isso? Contou com o decidido apoio de Paulo Figueiredo, pessoa muito popular na direita americana e autor de completas bobagens, como a “ditadura dos juízes” no Brasil. 

      Mas, fundamentalmente, convenceu diversas autoridades do governo norte-americano de que seu pai é inocente na tentativa de golpe — por mais que existam evidências em contrário. A falta de informações sobre o Brasil ajudou muito ao Bananinha. 

      Mas a verdadeira razão é mais cruel. Um líder de quadrilha conquistou o apoio do presidente dos EUA porque ambos conspiraram contra a democracia. Trump cometeu flagrantes irregularidades e crimes em seu governo anterior, que resultaram apenas em sanções. Mas a semelhança de seus métodos com os de Bolsonaro é evidente. Ambos são expoentes da nova direita, que abdicaram da elegância, do respeito e da verdade, abraçando a truculência, a falsidade e os interesses mesquinhos e comezinhos. 

      Deixar Bananinha sem marcação já se revelou frágil. Esta é a hora de o Brasil agir, buscando apoio do povo norte-americano. Como qualquer lobby organizado nos EUA, vai custar dinheiro. Será preciso contratar uma agência de comunicação e iniciar uma campanha destinada a explicar o que é o Brasil. Esse é o primeiro ponto: iniciar uma grande ação de comunicação nos EUA, tendo o Brasil como protagonista. 

      O segundo é a aproximação de setores relevantes nos EUA. Uma "Casa do Brasil", destinada a coordenar múltiplas ações de aproximação a setores da direita mais permeáveis ao diálogo. 

      Isso significa coordenar visitas de parlamentares, empresários, intelectuais e pessoas com relevo social para os EUA e vice-versa, geração de pautas para a imprensa americana, entre outras atividades. 

      Enfim, é preciso encurtar o espaço político de Eduardo Bolsonaro e de Paulo Figueiredo — o responsável direto pelo cerco a Alexandre de Moraes e o ideólogo da quadrilha.

      Trump costuma ser verborrágico, mas recua na hora de cumprir suas ameaças. Isso mostra que ele teme a opinião pública. Ou, ao menos, a opinião dos empresários. A frágil base legal sobre a qual Trump vem atuando é um fator de risco que ele não desconhece. Além disso, no ano que vem há eleições parlamentares nos EUA, que podem criar embaraços ao atual governo dos EUA. 

      Enfim, na política e no futebol não existem espaços vazios.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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