Nem os jornalistas assassinados por Israel tiveram a solidariedade da mídia brasileira
Causa ânsia de vômito a cobertura que boa parte da mídia ocidental faz do conflito em Gaza
Chamada da Globo e de outros veículos da imprensa comercial brasileira sobre o assassinato, por parte de Israel, de cinco jornalistas da rede de televisão Al Jazeera, do Catar, na Faixa de Gaza: "ONU e União Europeia condenam Israel por morte de jornalistas da Al Jazeera."
Repare que o conteúdo da informação é claro: a crítica ao ataque aéreo de Israel, em frente ao Hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza, que tirou a vida dos profissionais de imprensa, é da ONU e da União Europeia. Nem a mais pálida solidariedade da empresa dos Marinho aos colegas mortos, e muito menos dos repórteres, âncoras e comentaristas da emissora.
Pior ainda: alguns correspondentes na Europa deram corda à argumentação calhorda e covarde do governo sionista de Israel, para quem os mortos eram uma espécie de dublês de jornalistas e "terroristas do Hamas".
Na verdade, causa ânsia de vômito a cobertura que boa parte da mídia ocidental faz do conflito em Gaza. Israel pratica, ante os olhos do mundo, genocídio e limpeza étnica em proporções poucas vezes vistas na história da humanidade. De bomba ou de fome, já matou 70 mil palestinos, um terço crianças. Mas, em praticamente todas as notícias a respeito da destruição de Gaza, o Hamas é o "grupo terrorista".
E Israel é o quê?
Ou não é terrorismo, crime continuado contra a humanidade e grave violação do direito internacional o que o governo de extrema-direita de Israel faz em Gaza?
Causa profundo desgosto viver em um mundo que naturalizou a imagem de pessoas desesperadas de fome, enterrando seus entes queridos diante de casas, escolas e hospitais transformados em escombros.
Com toda razão, o bravo jornalista Breno Altman, judeu antissionista militante, tem dito que a posição sobre o que acontece em Gaza é a principal régua moral dos dias atuais.
Apoiar ou ser conivente com as atrocidades perpetradas por Israel, lideradas pelo carniceiro Benjamin Netanyahu, diz muito sobre o caráter das pessoas.
Mesmo com as declarações de líderes de países importantes, como França, Reino Unido e Austrália, de que reconhecerão o Estado palestino em breve, o primeiro-ministro israelense dobra a aposta no extermínio da Palestina ao anunciar o que já se sabia: pretende ocupar toda a Faixa de Gaza.
Como sonhar não custa nada, sonho com o dia em que Israel pagará por todos os seus crimes.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.