Milei coleciona mais uma derrota

O presidente da Argentina, Javier Milei, registrou mais uma derrota no Congresso Nacional. Desde março, ele coleciona 40 projetos do governo rejeitados na Câmara dos Deputados e no Senado. A lista cresceu, nesta quarta-feira, com a ampla maioria dos deputados votando contra seus vetos ao aumento de recursos para os hospitais pediátricos e para as universidades públicas.

No caso do projeto chamado “emergência pediátrica”, a votação foi de 181 votos a 60 votos do partido de Milei, ‘o nanico A Liberdade Avança’ (LLA, na sigla em espanhol). A derrota do governo também foi contundente sobre as universidades, com 174 a favor das entidades de ensino e 67 votos apoiando a Casa Rosada.

Do lado de fora do Congresso, uma multidão de profissionais de saúde, professores, estudantes e sindicatos fez uma concentração para respaldar as medidas e protestar contra Milei. E comemorou o placar contra Milei. Os textos ainda precisam passar pelo Senado, onde a base governista é ainda mais reduzida. Se os vetos de Milei forem rejeitados pelos senadores, ele deverá assinar as leis que aumentam recursos para estes setores da saúde e da educação pública. Os resultados no plenário, nesta quarta-feira, evidenciaram, mais uma vez, que o presidente argentino continua perdendo apoio político.

Pouco depois de assumir a Presidência, em dezembro de 2023, quando ainda associava sua imagem a de um leão e exibia orgulhoso uma motosserra nos atos públicos, ele conseguiu respaldo de 144 deputados de diferentes partidos para aprovar um de seus primeiros pacotes de ajuste. Essa base encolheu, nesta quarta-feira, para menos da metade. E ocorreu dez dias depois do castigo que os eleitores argentinos lhe deram nas urnas, quando os candidatos de Milei, nas eleições legislativas da província de Buenos Aires, a maior do país, perderam por quase 14% para a chapa kirchnerista Força Pátria, do governador Axel Kicillof – o vitorioso da jornada eleitoral.