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      Reynaldo José Aragon Gonçalves

      Reynaldo Aragon é jornalista especializado em geopolítica da informação e da tecnologia, com foco nas relações entre tecnologia, cognição e comportamento. É pesquisador do Núcleo de Estudos Estratégicos em Comunicação, Cognição e Computação (NEECCC – INCT DSI) e integra o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Disputas e Soberania Informacional (INCT DSI), onde investiga os impactos da tecnopolítica sobre os processos cognitivos e as dinâmicas sociais no Sul Global. Editor do site codigoaberto.net

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      Lula, Alckmin e a Batalha pela Soberania em 2026

      Fidelidade, estratégia e o futuro do Brasil.

      Lula e Geraldo Alckmin (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

      Em um cenário de conflagração global e ataques coordenados contra o Brasil, a possibilidade de Geraldo Alckmin ocupar um papel central em 2026 não é uma ruptura, mas uma manobra tática de Lula para garantir a continuidade do projeto de soberania e desenvolvimento nacional.

      Breve preâmbulo

      Este artigo não é uma defesa de nomes, tampouco uma torcida por cenários desejados. Trata-se de uma análise materialista da realidade objetiva que o Brasil enfrenta em 2025 e das alternativas táticas que podem emergir nos próximos anos. Diante da mais grave ofensiva híbrida contra a soberania nacional desde a redemocratização — com tarifas, sanções, operações de desinformação e tentativas permanentes de desestabilização institucional —, compreender com seriedade os cenários políticos possíveis não é um exercício de especulação: é uma exigência estratégica.

      A liderança de Luiz Inácio Lula da Silva é incontestável, tanto no Brasil quanto no cenário internacional. Ele é o maior ativo político do campo progressista e, em meio ao colapso das democracias liberais e à ascensão de projetos autoritários, Lula se mantém como um dos poucos estadistas com capacidade real de articulação global em defesa da soberania dos povos do Sul Global. Contudo, a conjuntura exige mais do que lideranças carismáticas: exige capacidade de engenharia política, flexibilidade tática e a leitura precisa da correlação de forças — internas e externas.

      Neste contexto, a hipótese de que Geraldo Alckmin, atual vice-presidente, possa vir a ocupar um papel central em 2026 não deve ser interpretada como ruptura, mas como uma manobra de sobrevivência tática, dentro de uma estratégia maior liderada por Lula. Não é uma aposta emocional, mas uma projeção fria e calculada, baseada nas pressões concretas que o Brasil enfrenta e nas articulações necessárias para preservar o projeto de desenvolvimento e soberania nacional.

      O objetivo deste artigo é justamente provocar uma reflexão madura e estratégica sobre essa possibilidade, ancorada em dados, evidências e no rigor analítico que o momento histórico exige. A militância progressista, os setores democráticos e a sociedade brasileira precisam estar preparados para compreender que, em cenários de guerra, a vitória nem sempre se dá pela via direta. Às vezes, garantir a sobrevivência do projeto exige movimentos táticos que, à primeira vista, parecem contraintuitivos, mas que se revelam decisivos na disputa de longo prazo.

      A Crise Civilizacional e a Luta pela Estabilização do Brasil

      Vivemos um momento histórico sem precedentes: uma crise civilizacional global, marcada pela ascensão do conservadorismo, o colapso dos valores iluministas e o avanço das forças de extrema-direita. Essa tempestade política não é abstrata; ela se materializa em tarifas, sanções, operações de desinformação e ataques diretos à soberania das nações, especialmente do Sul Global. O Brasil, pela sua dimensão geopolítica e seu potencial econômico, tornou-se um dos alvos prioritários dessa ofensiva.

      No epicentro desse cenário está o presidente Lula, uma das vozes mais respeitadas no mundo quando o assunto é democracia, soberania e combate às desigualdades. Contudo, ao mesmo tempo, em que lidera uma frente global de resistência, Lula enfrenta a realidade objetiva de um país dividido internamente e sob constante sabotagem externa. Buscar uma “normalidade democrática” no meio desse cenário conflagrado é, por si só, um ato revolucionário. É nesse contexto que surge a necessidade de pensar, de forma estratégica e sem ilusões, cenários políticos alternativos que garantam a continuidade do projeto de reconstrução nacional até 2026 e além.

      Alckmin, o Escudo Político de Lula

      Geraldo Alckmin não foi escolhido por Lula como um gesto simbólico de conciliação, mas como uma peça estratégica vital em um xadrez político de alta complexidade. Desde que assumiu a vice-presidência, Alckmin se consolidou como um verdadeiro escudo político e diplomático, absorvendo pressões que, se direcionadas diretamente ao Planalto, teriam o potencial de desestabilizar o governo.

      Enquanto Lula atua no tabuleiro global, reconfigurando alianças no BRICS e enfrentando sanções norte-americanas — como as tarifas e ameaças de restrições via Lei Magnitsky — Alckmin mantém abertos os canais institucionais com setores conservadores do empresariado, da mídia e da política. Ele não é um homem de esquerda, tampouco esconde suas origens no campo da centro-direita. Mas Alckmin revelou-se um democrata convicto, fiel ao projeto de soberania nacional liderado por Lula, um aliado que compreende a magnitude do momento histórico e a gravidade do que está em jogo.

      A presença de Alckmin no governo é uma ancoragem estratégica: ele dialoga com setores que, em um cenário de polarização extrema, poderiam ser cooptados para a narrativa golpista e desestabilizadora. Sua atuação como Ministro da Indústria e Comércio reforçou a imagem de um político responsável, alinhado ao projeto desenvolvimentista, sem transigir nos princípios democráticos.

      Ao aceitar essa posição, Alckmin também assume uma responsabilidade histórica: blindar o projeto de reconstrução do Brasil contra os ataques orquestrados por dentro e por fora do país. Sua fidelidade ao governo não é um gesto isolado; é parte de uma estratégia de contenção de danos que pode ser decisiva para garantir a estabilidade até 2026 e além.

      Lula, o Maestro da Frente Ampla e o Timing da História

      Luiz Inácio Lula da Silva não é apenas o maior líder popular da história do Brasil; é um estrategista que compreende como poucos a dinâmica do tempo político. Em um cenário de conflagração global, onde a democracia liberal agoniza sob a ofensiva do autoritarismo e do ultraliberalismo, Lula soube construir uma frente ampla não como concessão ideológica, mas como ferramenta tática de sobrevivência nacional.

      A escolha de Alckmin como vice foi a expressão mais clara dessa estratégia. Não se tratava de um gesto de capitulação à centro-direita, mas de um cálculo frio: garantir que, ao cercar-se de aliados com trânsito em setores que tradicionalmente resistiriam a um governo progressista, o projeto de reconstrução econômica e soberana teria espaço para respirar.

      O mundo vive uma das maiores crises do sistema civilizacional moderno, marcada pelo colapso dos preceitos iluministas, pela ascensão da extrema-direita e pela fragmentação dos pactos sociais. Nesse contexto, Lula entende que, no Brasil, a simples manutenção de um espaço mínimo de governabilidade democrática já constitui uma vitória estratégica. O tempo histórico está em aceleração, e garantir estabilidade, ainda que tensa e precária, é uma condição fundamental para a reorganização das forças progressistas.

      É dentro dessa lógica que a possibilidade de Lula abrir espaço para Alckmin em 2026, caso o cenário de pressão e instabilidade continue a se intensificar, não pode ser descartada. Não por renúncia ou fraqueza, mas como uma jogada de mestre: ceder o tabuleiro a um aliado leal, de perfil moderado, capaz de neutralizar ataques externos e garantir a continuidade do projeto de desenvolvimento, enquanto o campo progressista ganha tempo para se fortalecer.

      O Dilema de 2026: Radicalizar ou Pacificar?

      À medida que 2026 se aproxima, o Brasil se depara com um dilema crucial: optar por uma rota de enfrentamento aberto à guerra híbrida deflagrada contra o país ou buscar uma estratégia de pacificação tática que permita consolidar avanços e preservar conquistas. Esse não é um debate entre direita e esquerda, mas entre sobrevivência e destruição.

      Os setores progressistas, naturalmente, desejam que Lula permaneça à frente do projeto até 2030. No entanto, o cenário internacional — com a pressão norte-americana via tarifas, sanções econômicas e operações de lawfare — e a instabilidade interna, alimentada por uma extrema-direita que se articula com os interesses do capital financeiro transnacional, impõem a necessidade de considerar alternativas estratégicas.

      A permanência de Lula é sempre a primeira opção. Mas, se o nível de ataque à soberania do Brasil atingir um ponto em que a governabilidade fique ameaçada, a substituição tática por um nome que funcione como elemento de neutralização — e Alckmin tem demonstrado possuir essa capacidade — poderá ser uma jogada que garanta o tempo necessário para que as forças progressistas reorganizem sua ofensiva. Essa hipótese, evidentemente, só seria colocada sobre a mesa sob a batuta do próprio Lula, como parte de uma estratégia consciente, articulada e de altíssimo nível político.

      Não se trata de retroceder, mas de transformar uma posição defensiva em uma linha de resistência sólida, enquanto se prepara o terreno para o contra-ataque. O dilema não é sobre quem será o próximo presidente; é sobre qual é a melhor forma de preservar o projeto de soberania nacional em um contexto de guerra.

      Alckmin, o Escudo Diplomático e Econômico do Brasil em Guerra

      Desde 2023, Alckmin se consolidou como uma peça-chave na engenharia política de Lula para garantir a estabilidade do governo em meio à mais violenta ofensiva híbrida contra o Brasil desde a redemocratização. Sua presença no front econômico, ao lado de Fernando Haddad, e sua atuação como vice-presidente em missões diplomáticas estratégicas, transformaram-no em um verdadeiro escudo institucional.

      No plano externo, Alckmin é visto por interlocutores internacionais — especialmente na Europa e nos Estados Unidos — como um “homem de confiança”, capaz de estabelecer diálogos pragmáticos mesmo em situações de alta tensão. Sua imagem de político moderado, de centro-direita, permite amortecer os ataques mais agressivos da mídia corporativa e do establishment financeiro global. Mas, diferente do estereótipo de um vice decorativo, Alckmin assumiu uma postura proativa, defendendo com firmeza o projeto desenvolvimentista do governo, sem nunca titubear na defesa da soberania nacional.

      No plano interno, Alckmin tornou-se uma ponte fundamental com setores empresariais, industriais e do agronegócio, funcionando como uma interface que viabiliza negociações difíceis, ao mesmo tempo, em que mantém a unidade da frente ampla. Sua lealdade a Lula não é um mero gesto de conveniência política: é um compromisso assumido com o projeto de reconstrução do país.

      Em um cenário de agravamento dos ataques internacionais — como as tarifas unilaterais impostas pelos Estados Unidos em 2025 e as ameaças de sanções via Lei Magnitsky —, a presença de Alckmin como interlocutor moderado é um fator decisivo para evitar a escalada de conflitos que poderiam levar o Brasil a uma instabilidade generalizada. Ele é, hoje, a peça que transforma um check-mate em um xeque prolongado, oferecendo ao Brasil o tempo e o espaço necessários para reagir de forma estratégica.

      Lula, o General Estratégico, e a Possibilidade Alckmin 2026

      Lula não é apenas o maior líder popular da história do Brasil; ele é, hoje, uma das mentes políticas mais sagazes do cenário internacional. Sua capacidade de leitura do tabuleiro global, combinada com um pragmatismo tático de altíssimo nível, o coloca à frente de seus adversários em todos os fronts — seja no campo da geopolítica, seja na batalha informacional. É com essa visão estratégica que Lula compreende a gravidade do momento histórico: o Brasil está no epicentro de uma guerra híbrida de longa duração, que exige movimentos ousados e não convencionais para garantir a sobrevivência do projeto de soberania e desenvolvimento nacional.

      Dentro dessa lógica, a possibilidade de Lula não disputar as eleições de 2026 para posicionar Geraldo Alckmin como candidato à presidência não deve ser lida como uma renúncia ou fragilidade, mas sim como uma jogada de mestre. Seria a encarnação de uma tática gramsciana de guerra de posição: recuar em um ponto para garantir a hegemonia no longo prazo.

      Ao colocar Alckmin como uma figura de transição em 2026, Lula abriria uma janela de estabilidade política que permitiria ao campo progressista ganhar fôlego em meio à tempestade internacional e reorganizar suas forças. Essa manobra não significaria, de forma alguma, a abdicação de seu projeto histórico, mas sim a construção de um novo ciclo, em que a frente ampla liderada por Lula continuaria no comando do país, com Alckmin funcionando como fiador institucional de um pacto civilizatório mínimo.

      O “Lulismo” não se encerraria com uma eventual candidatura de Alckmin — pelo contrário, se ampliaria, adaptando-se ao contexto de conflagração e mostrando ao mundo a maturidade política do campo progressista brasileiro. Essa possibilidade não é um desejo ou uma aposta emocional: é uma análise objetiva da realidade, ancorada em dados, fatos e no rigor dialético que a conjuntura exige.

      Lula tem plena consciência de que sua liderança será necessária por muitos anos, seja na presidência ou como estrategista-chefe da democracia brasileira. E Alckmin, ao se mostrar um aliado leal e comprometido, surge como a peça que pode garantir a sobrevivência do projeto lulista em meio à mais feroz ofensiva das forças neoliberais e neocoloniais.

      Alckmin 2026: Um Pacto pela Sobrevivência Nacional?

      A hipótese de uma candidatura de Geraldo Alckmin em 2026 não deve ser vista como uma ruptura com o projeto progressista e desenvolvimentista liderado por Lula, mas como um gesto de inteligência estratégica diante de um cenário de extrema adversidade. A construção de um "pacto de sobrevivência nacional", com Alckmin à frente, se insere numa lógica de contenção de danos e reposicionamento do Brasil no cenário global, enquanto as forças democráticas reagrupam suas energias para um ciclo histórico mais longo de consolidação.

      Não se trata de uma alternativa idealizada, mas de uma solução pragmática e de urgência diante das ameaças externas — como as tarifas norte-americanas e as pressões do complexo tecnomilitar do Ocidente — e internas, com a crescente radicalização das elites rentistas e da extrema-direita. Alckmin, por sua trajetória moderada e capacidade de interlocução com setores conservadores da sociedade, surge como um escudo institucional que pode ganhar tempo e espaço para que o projeto de soberania nacional não seja esmagado por uma guerra de cerco sem precedentes.

      Importante ressaltar: Alckmin não seria um candidato por vontade própria ou ambição pessoal, mas como parte de uma estratégia maior, conduzida por Lula, para preservar o país de um novo ciclo de instabilidade e golpes silenciosos. Seria o elemento de continuidade de um projeto que, longe de ser de um só homem, é de uma geração inteira comprometida com o desenvolvimento nacional.

      O sucesso dessa estratégia, no entanto, dependerá de dois fatores cruciais: a habilidade da militância progressista em compreender o jogo de xadrez em curso e se mobilizar para sustentar esse pacto no campo das ideias e da batalha informacional; e a capacidade do campo popular de construir uma narrativa que mostre à sociedade brasileira que, neste momento, resistir significa também saber ceder espaços táticos, sem perder de vista a conquista estratégica.

      A Unidade como Condição de Vitória — O Papel da Militância e dos Movimentos Populares

      Nenhuma estratégia, por mais sofisticada que seja, terá sucesso sem uma base social consciente e mobilizada. A possibilidade de Geraldo Alckmin assumir um papel de liderança em 2026, ainda que temporariamente, como peça de contenção e pacificação, só se converterá em vitória real se as forças progressistas compreenderem a dimensão tática dessa escolha. A militância não pode cair na armadilha de enxergar a conjuntura sob o prisma de desejos ou ressentimentos; é preciso operar a partir da realidade objetiva e da correlação de forças em constante movimento.

      A esquerda brasileira, em todas as suas vertentes — partidos, movimentos sociais, sindicatos, coletivos e intelectuais — tem a responsabilidade histórica de garantir a coesão em torno do projeto nacional de desenvolvimento e soberania. Essa unidade não se constrói apenas por afinidades ideológicas, mas por uma compreensão profunda de que estamos em uma guerra de longo prazo, onde cada recuo tático deve ser pensado como um movimento de preparação para avanços futuros.

      O papel dos movimentos populares será ainda mais estratégico: é neles que reside a capacidade de dialogar diretamente com as bases, de construir uma narrativa popular que explique as razões de cada movimento e de blindar o campo democrático contra as tentativas de desestabilização e cooptação. A militância precisa entender que o projeto liderado por Lula não é um projeto personalista, mas um processo histórico que demanda flexibilidade, inteligência coletiva e capacidade de adaptação frente aos desafios impostos pela guerra híbrida e pela ofensiva imperialista.

      A missão agora é transformar um possível “cenário de transição com Alckmin” em uma fortaleza de resistência e consolidação democrática. O campo progressista precisa disputar o significado dessa transição e garantir que ela seja conduzida sob os princípios de soberania, justiça social e desenvolvimento, evitando qualquer tentativa de regressão neoliberal ou de capitulação aos interesses rentistas.

      Lula, o Condutor do Processo — Confiança e Visão Estratégica como bussola

      Qualquer cenário de transição ou reorganização política no Brasil passa, inevitavelmente, pela liderança de Luiz Inácio Lula da Silva. Lula não é apenas o maior líder popular da história brasileira; é, neste momento, uma das figuras mais respeitadas e influentes no tabuleiro político global. Sua trajetória, marcada pela capacidade de construir sínteses em meio a contradições, de liderar frentes amplas sem abrir mão de seus princípios, e de entender a política como um processo de disputa permanente de hegemonia, o coloca como o condutor inquestionável desse processo.

      A possibilidade de abrir espaço para que Alckmin atue como um fator de contenção e estabilização em 2026, caso as condições históricas exijam, não se trata de uma abdicação de Lula, mas de uma jogada estratégica de altíssima complexidade. Lula sabe que a liderança verdadeira não é apenas ocupar espaços de poder, mas garantir que o projeto coletivo avance, mesmo quando isso exige movimentos táticos que muitos não compreendem de imediato.

      Essa visão de longo prazo, que articula paciência estratégica com capacidade de ação tática, é o que diferencia Lula como estadista. Ele compreende, como poucos, que liderar é, muitas vezes, abrir mão do protagonismo direto para garantir a sobrevivência e o fortalecimento do projeto em momentos de extrema pressão.

      Confiar em Lula significa entender que cada movimento está inserido em uma lógica de guerra política que exige, em alguns momentos, alianças táticas com setores que, embora distintos ideologicamente, podem atuar em defesa da democracia e da soberania nacional frente às investidas de fora e de dentro. E, caso essa leitura o leve a considerar Alckmin como peça fundamental para atravessar a tempestade de 2026, será um movimento profundamente calculado para proteger o país de um cenário de conflagração generalizada.

      A Tática de Sobrevivência Como Condição da Vitória Estratégica.

      A discussão sobre a possibilidade de Geraldo Alckmin ocupar um papel central em 2026, como parte de uma engenharia política liderada por Lula, não é um desejo pessoal, tampouco um exercício de especulação vazia. Trata-se de uma análise objetiva, materialista, ancorada nas condições concretas de um Brasil sitiado por uma guerra híbrida de alta intensidade, pressionado por sanções econômicas, ataques midiáticos e tentativas incessantes de desestabilização política.

      Em um cenário de conflagração global, onde as democracias do Sul Global enfrentam um cerco multifacetado por parte das potências do Norte, pensar em soluções táticas para garantir a continuidade de um projeto soberano, progressista e desenvolvimentista é uma exigência de sobrevivência histórica. A permanência de Lula como condutor do processo não depende de sua presença nominal em uma urna, mas de sua capacidade de desenhar, com a genialidade que lhe é própria, as rotas de fuga para a democracia brasileira em meio ao cerco.

      A eventual escolha de Alckmin para uma posição de protagonismo em 2026, longe de representar uma rendição ou concessão ideológica, pode ser lida como uma manobra de contenção, que permitiria à frente ampla ganhar tempo, desarmar minas no campo político-institucional e preparar o terreno para uma nova ofensiva popular em melhores condições.

      Trata-se de entender que, em certos momentos da história, recuar um passo de forma controlada é a única forma de avançar dois passos adiante quando o terreno estiver novamente fértil para a transformação. Essa é a essência da tática de sobrevivência como condição para a vitória estratégica. E ninguém compreende essa dinâmica com mais profundidade do que Lula.

      O que se propõe aqui não é um endosso a uma candidatura, mas uma convocação à reflexão madura, estratégica e responsável: confiar em Lula é confiar que cada movimento, por mais difícil que pareça, é parte de um projeto maior de emancipação nacional. Preparar a militância e a sociedade para essa possibilidade é garantir que, diante dos desafios do presente, não se perca a visão de futuro.

      Artigo publicado originalmente em <código aberto>

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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