Festejando o cinema nacional, Lula chora e soluça ao falar do extermínio de crianças em Gaza
"Agora chegaram à cretinice de distribuir água e alimento para as crianças e de matá-las antes que peguem a comida", disse o presidente
O presidente Lula já chorou muitas vezes em público, seja ao relembrar sua trajetória de vida ou ao se comover com a dor alheia. Mas, mesmo nos momentos mais difíceis, sempre conteve as lágrimas e seguiu falando, com a voz embargada. Ontem, no entanto, ao receber a equipe do filme O agente secreto no Palácio da Alvorada, ao mencionar a fome no mundo e o assassinato de crianças em Gaza, Lula não conseguiu conter o choro. Desabou num pranto que lhe tirou a voz e arrancou soluços.
Políticos geralmente não choram — não por serem fortes, mas por muitas vezes terem perdido a sensibilidade e a empatia. Lula, depois de se engasgar, concluiu sua fala:
— Agora chegaram à cretinice de distribuir água e alimento para as crianças e de matá-las antes que peguem a comida. Então, a cultura é temida porque ela traz consciência política, não nos deixa ser submissos, nos faz revolucionários. Não para pegar em armas, mas revolucionários no comportamento e nas ideias.
Estreia nacional no Alvorada
O agente secreto, longa-metragem que conquistou o prêmio de melhor filme na mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes, para o diretor Kleber Mendonça Filho, e o de melhor ator para Wagner Moura, foi exibido pela primeira vez no Brasil no chamado “cineminha do Alvorada”.
Antes da sessão, Lula, Janja e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, recepcionaram no jardim do palácio, em um tapete vermelho sob as colunas iluminadas, o diretor Kleber, o ator Wagner Moura e toda a equipe do filme. Jornalistas e convidados acompanharam a apresentação da Orquestra Popular do Recife, que também se exibiu em Cannes.
— Esse filme de vocês é uma lição de dignidade, para que nós, brasileiros, aprendamos mais uma vez que a gente não é menor do que ninguém. A gente não é menos sabido do que ninguém, nem é mais feio que ninguém. Somos gente — e gostamos de gente.
Cultura como presença do Estado
Kleber Mendonça celebrou o fato de a primeira exibição nacional do filme acontecer justamente na residência oficial do presidente da República, que também é um marco da história e da arquitetura brasileira:
— Estou ansioso para que ele seja visto por todo o povo brasileiro.
Wagner Moura destacou a importância de viver em um país onde o presidente valoriza e respeita a cultura. Ressaltou ainda o quanto é significativo, para artistas e produtores, sentir a presença do Estado — na figura do presidente — apoiando a criação nacional:
— É fundamental saber que temos um presidente que torce pelos artistas, liga para quem é premiado, valoriza a cultura e reconhece sua relevância para o país.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: