Assessor especial, Celso Amorim recebe com boas expectativas acordo entre Israel e Hamas
Amorim fez questão de saudar também os 13 integrantes da Flotilha Global Sumud
O assessor especial da presidência da República, Celso Amorim, conversou por telefone com o 247 a respeito do acordo de paz na Faixa de Gaza. Fazendo a ressalva de que ainda não se deteve a analisar a proposta e, portanto, não está inteirado de seus detalhes, disse que vê com boas expectativas esse desfecho, principalmente porque ele interrompe a violência contra mulheres e crianças, as verdadeiras vítimas desse conflito.
Israel confirmou na tarde desta quinta-feira (09) que "a versão final da primeira fase” do chamado acordo Trump foi assinado no Egito “por todas as partes” — o Estado de Israel e o movimento palestino Hamas. O anúncio ocorreu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarar, na noite anterior (quarta-feira, 08/10), que ambos haviam aprovado a primeira etapa de seu plano de paz.
“O resultado vai depender de como os dois lados se comportarão com relação a esse acordo, se vão cumpri-lo ou não. A nossa esperança é a de que ele resulte na criação do estado palestino, com os dois estados coexistindo em paz”, estimou Amorim.
Para ele, o fato de haver a interrupção dos bombardeios e o retorno dos reféns e de prisioneiros de Gaza que estão mantidos nas prisões de Israel, é um avanço. “É preciso agora nos inteirarmos da real situação. Fala-se em milhares de prisioneiros, mas não sabemos ao certo esses números de palestinos que são mantidos presos”, ponderou. “Todos esses detalhes são importantes e é preciso conhecê-los, por isso ainda estou cauteloso. Vou me inteirar sobre esses pontos, mas nesse momento, o que posso dizer é que o mais importante aconteceu, que é o acordo de paz”, comemorou.
Amorim fez questão de saudar também os 13 integrantes da Flotilha Global Sumud, que desembarcaram na manhã de hoje no aeroporto de Guarulhos, recepcionados por militantes de movimentos sociais e por populares. Para o assessor, “O retorno dos brasileiros ao Brasil, depois de um esforço do Itamaraty para repatriá-los em segurança e com saúde é uma alegria. É muito bom tê-los de volta, sãos e salvos, depois desse importante trabalho da nossa diplomacia”, destacou.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil agradeceu ao governo do Reino Hachemita da Jordânia pela pronta e efetiva colaboração, em especial pela facilitação dos procedimentos migratórios que permitiram a entrada dos brasileiros em território jordaniano.
Os brasileiros foram transportados de Israel, onde permaneceram presos, para a Jordânia, fizeram uma escala em Doha, no Catar, e seguiram para o Brasil. Eles desembarcaram em Guarulhos por volta das 10h10, no horário de Brasília.
No meio da tarde de hoje (09/10), quase ao mesmo tempo do encerramento da reunião do gabinete de Israel, que decidiu pelo fim do conflito, o Hamas fez um anúncio oficial dizendo que concordava com os primeiros pontos do acordo, que os dois lados estão chamando de “primeira fase”. O representante do Hamas declarou que o pacto "encerra a guerra em Gaza, garante a retirada completa das forças de ocupação, permite a entrada de ajuda humanitária e estabelece uma troca de prisioneiros".
"A versão final da primeira fase foi assinada esta manhã no Egito por todas as partes para a libertação de todos os reféns" detidos em Gaza pelo Hamas ou outros grupos palestinos, disse Shosh Bedrosian, porta-voz do gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, numa conferência de imprensa online.
O acordo, assinado por Israel e Hamas, no Egito, foi validado pelo gabinete de segurança israelense, e prevê que um cessar-fogo entrará em vigor dentro de 24 horas após a aprovação.
O mais importante é a cessação das hostilidades imediata e a libertação de reféns israelenses, seguida da troca de prisioneiros palestinos. As negociações seguintes se concentram em transformar a trégua em um acordo de paz duradouro.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.