Venezuela sedia Fórum Internacional pela Paz
Evento realizado na sede da Chancelaria reúne 114 delegados internacionais de 40 países para discutir soberania e a paz, contra as guerras imperialistas
247 - A Venezuela se tornou palco nesta quarta-feira (23) da realização do Fórum Internacional "Por uma Humanidade Humana: Cúpula dos Povos pela Paz e Contra a Guerra". O evento, realizado na Casa Amarela, sede do Ministério das Relações Exteriores, termina nesta quinta. O encontro, com a participação de 114 delegados internacionais de 40 países, busca estabelecer uma frente única ampla contra as guerras imperialistas, em meio a um cenário global de tensões geopolíticas.
A abertura do evento contou com uma apresentação da cantora e compositora venezuelana Lilia Vera, seguida por discursos que destacaram a relevância do pensamento de Simón Bolívar e de Hugo Chávez no contexto atual. A cúpula coincide com as comemorações do 242º aniversário do nascimento do libertador, figura central na história da América Latina.
Painéis discutem Bolívar, soberania e novos projetos para a paz
Segundo Lídice Altuve, vice-presidenta do Instituto Simón Bolívar para a Paz e a Solidariedade dos Povos, o fórum está organizado em quatro eixos temáticos:
"Bolívar e o Equilíbrio do Universo"
"Bolívar e a Soberania"
"Bolívar e a Paz"
"Projetos Alternativos para Promover Esses Ideais"
Blanca Eekhout, presidenta do Instituto Simón Bolívar, destacou o chamado do presidente Nicolás Maduro para que a geopolítica seja uma questão de todo o povo. Ela ressaltou que Bolívar simboliza a resistência contra impérios opressores, uma luta que permanece atual diante das ameaças à vida no planeta.
"A mesma força imperial que Bolívar enfrentou ainda opera hoje, mas estamos convocados a construir um novo mundo, de seres livres e iguais, que combata a barbárie", afirmou Eekhout.
Por sua vez, o jornalista espanhol Ignacio Ramonet reforçou a atualidade do pensamento de Bolívar, lembrando que foi o comandante Hugo Chávez quem revitalizou seu ideário anticolonial, antiburguês e antidiscriminatório. Ele também elogiou Maduro por dar continuidade a esses princípios.
Ramonet ainda condenou o genocídio em Gaza e os crimes contra migrantes venezuelanos em El Salvador, afirmando que as ideias de Bolívar são mais urgentes do que nunca.
O jornalista brasileiro José Reinaldo Carvalho, presidente do Cebrapaz, membro do Comitê Central do PCdoB e editor internacional do Brasil 247, destacou que a conjuntura internacional contemporânea é marcada por uma brutal ofensiva imperialista e, ao mesmo tempo, por transformações inéditas que anunciam o alvorecer de uma nova era multipolar. “Hoje, a paz é ameaçada pelo expansionismo da OTAN, pela política belicista de Washington, pela corrida armamentista, pelo financiamento de guerras por procuração como na Ucrânia e na Faixa de Gaza, e pelas ameaças permanentes contra países soberanos como China, Coreia do Norte, Venezuela, Nicarágua e Irã. O imperialismo, em sua crise estrutural, recorre à guerra como instrumento de dominação econômica, destrói o direito internacional, desacredita a ONU e impõe uma lógica de confronto permanente ao sistema internacional.”
O fórum também dialoga com as iniciativas na região latino-americana e caribenha que buscam aprofundar a cooperação regional em temas como soberania, paz e desenvolvimento social. A Venezuela, como anfitriã do evento, reafirma seu papel como promotora do diálogo entre nações em um momento de crescentes desafios globais.
Com debates intensos e propostas concretas, o fórum encerra suas atividades nesta quinta-feira (24), deixando como legado um chamado à união dos povos contra a guerra e em defesa de um futuro mais justo.
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