HOME > América Latina

Venezuela vê ataque iminente dos Estados Unidos após Nobel a Maria Corina

Premiação pode ser usada como arma ideológica para uma guerra na América do Sul

Donald Trump e Nicolás Maduro (Foto: Manaure Quintero/Reuters I Piroschka Van De Wouw/Reuters)

247 - O embaixador da Venezuela na Organização das Nações Unidas (ONU), Samuel Moncada, alertou nesta sexta-feira (10) o Conselho de Segurança sobre um “massivo desdobramento militar” dos Estados Unidos nas proximidades da costa venezuelana e acusou Washington de “fabricar um conflito” com o objetivo de se apoderar dos recursos petrolíferos do país. As declarações foram feitas durante uma sessão de emergência convocada a pedido de Caracas, segundo reportagem da Telesur.

Vale apontar que mais cedo, a atual líder da extrema direita venezuelana, María Corina Machado venceu o Prêmio Nobel da Paz de 2025. Ao longo dos últimos anos, Machado tem sido uma voz ativa contra o governo de Nicolás Maduro e chegou a pedir apoio dos EUA contra seu próprio país - ela, inclusive, dedicou o prêmio de hoje a Donald Turmp, responsável pelas recentes pressões militares no Caribe.

Com tom de grave advertência, Moncada descreveu o que chamou de “iminente agressão armada”, afirmando que o movimento militar norte-americano ameaça transformar o Caribe em um polvorim e desatar “uma catástrofe de proporções geracionais”.

O diplomata detalhou o suposto desdobramento de forças: “mais de 10 mil efetivos militares, aviões de combate, destróieres e cruzadores lançamísseis, tropas de assalto, ativos de operações especiais e até um submarino nuclear”, relatou. Para Moncada, as ações e a retórica de Washington indicam que “é racional pensar que, em um prazo muito curto, se vai executar um ataque armado contra a Venezuela”.

“Estamos aqui para evitar a comissão de um crime internacional”, declarou o embaixador, apelando à Carta das Nações Unidas.

“A ficção do narcotráfico e a sombra do petróleo”

Moncada rejeitou a justificativa oficial dos EUA, que alegam combater o narcotráfico na região. Ele chamou essa explicação de “ficção impulsionada por um governo belicista”, afirmando que a verdadeira motivação seria o petróleo.

“Os Estados Unidos estão desesperados por controlar todas as fontes de petróleo do mundo e acreditam que o petróleo da Venezuela lhes pertence”, declarou, comparando a situação às intervenções americanas no Iraque, na Síria e na Líbia. “Se a Venezuela não tivesse petróleo, a ameaça militar que está prestes a se executar não existiria”, sentenciou.

O embaixador também mencionou as recentes operações militares norte-americanas que resultaram na morte de 21 pessoas em embarcações no Caribe, classificando-as como “execuções extrajudiciais”.

“O governo dos Estados Unidos disfarça seus crimes usando a máscara da defesa própria. Assassina civis sem apresentar informações sobre sua identidade nem evidências sobre a iminência de um ataque”, denunciou. “Há um assassino rondando o Caribe?”, provocou o diplomata diante dos 15 membros do Conselho.

Três ações urgentes pedidas ao Conselho de Segurança

Moncada propôs três medidas imediatas ao Conselho para “desativar a ameaça”:

  1. Reconhecer formalmente a existência de uma ameaça à paz e à segurança internacionais;
  2. Adotar medidas preventivas para evitar o agravamento da crise;
  3. Aprovar uma resolução comprometendo todos os membros — incluindo os Estados Unidos — a respeitar a soberania e a integridade territorial da Venezuela.
“Só estamos pedindo o respeito à Carta das Nações Unidas”, enfatizou o representante venezuelano.

“Defenderemos o que é nosso”

Encerrando seu pronunciamento, Moncada lançou uma advertência: “Se os Estados Unidos atacarem a Venezuela e seu povo, temos o sagrado dever de defender o que é nosso”, disse, invocando o direito à legítima defesa previsto no Artigo 51 da Carta da ONU.

Ele afirmou que o país resistirá a qualquer agressão externa: “Se alguém acredita que pode nos arrasar porque somos um país pequeno, deve olhar para o passado e ver que a Venezuela foi a tumba de um império. Exercemos com toda a força que nos dá o amor à pátria nosso direito à legítima defesa. Tardaremos gerações nessa luta, mas venceremos.”

Artigos Relacionados

Carregando anúncios...