Trump considera ataques militares contra Venezuela, enquanto Maduro mobiliza milícias para "luta armada"
Presidente dos EUA considera ações militares enquanto Maduro nega envolvimento em tráfico e promete resistência
247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está avaliando a possibilidade de realizar ataques a cartéis de drogas em solo venezuelano, informou a CNN na sexta-feira, citando fontes próximas à administração. A decisão ocorre em meio a um aumento da presença militar norte-americana no Caribe, com pelo menos oito navios de guerra e um submarino enviados pelo Pentágono para a região.
Segundo a reportagem da CNN, o ataque com mísseis realizado na última terça-feira contra um barco que supostamente contrabandeava drogas da Venezuela representa apenas o primeiro passo nos esforços de Trump para combater o tráfico na região e, possivelmente, enfraquecer o presidente venezuelano Nicolás Maduro.
Durante o primeiro mandato de Trump, os Estados Unidos já haviam imposto sanções abrangentes à Venezuela, atingindo o comércio de petróleo e o setor financeiro do país sul-americano. No mês passado, a Procuradora-Geral Pam Bondi dobrou a recompensa por informações que levassem à captura de Maduro, elevando o valor para US$ 50 milhões.
Embora o presidente americano tenha negado nesta sexta-feira que haja planos de mudança de regime, ele descreveu a eleição presidencial de 2024 na Venezuela como "muito estranha". O secretário de Estado Marco Rubio declarou no início desta semana que os EUA "enfrentariam os cartéis de drogas onde quer que estivessem".
O governo venezuelano, por sua vez, rejeitou as acusações de envolvimento no tráfico de drogas. Maduro afirmou que declarará a Venezuela uma "república em armas" caso o país seja alvo de ataques norte-americanos.
LUTA ARMADA
Maduro advertiu que, caso seu país seja atacado, entrará em uma fase de preparação militar ativa para defender sua integridade nacional e soberania.
“Se a Venezuela fosse atacada de qualquer forma, entraria em uma etapa de luta armada planejada e organizada por todo o seu povo contra a agressão, seja ela local, regional ou nacional, em defesa da paz, da integridade territorial, da soberania e do nosso povo”, declarou Maduro na sexta-feira.
ENTENDA
No dia 7 de agosto, a procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, anunciou uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levassem à prisão do presidente Nicolás Maduro, acusado de liderar o "Cartel de los Soles". Em seguida, foram enviados diversos ativos navais norte-americanos ao Caribe sob o pretexto de combater atividades de cartéis.
Em resposta, Maduro ordenou a mobilização das Milícias Bolivarianas para garantir a defesa nacional. Caracas tem reiterado que as operações navais dos EUA no Caribe não estão relacionadas ao combate ao narcotráfico, mas sim ao objetivo de aumentar a pressão contra a Venezuela. (Com informações da Sputnik).