Rodrigo Paz é eleito presidente da Bolívia, apontam resultados preliminares
Economista venceu com 54,49% dos votos contra Jorge Quiroga
247 - O economista Rodrigo Paz, de 58 anos, foi eleito presidente da Bolívia após o segundo turno das eleições, segundo resultados preliminares divulgados neste domingo (19) pelo Tribunal Supremo Eleitoral. A informação foi publicada pelo jornal O Globo. Paz obteve 54,49% dos votos, derrotando o também ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga, candidato da Aliança Livre, representante da direita tradicional do país.
Filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989-1993), o novo mandatário assume em um contexto de forte instabilidade política e econômica. Após 20 anos seguidos de governos de esquerda, a Bolívia enfrenta recessão, inflação em alta e déficit fiscal persistente.
Vitória política e discurso conciliador
Rodrigo Paz apresentou-se como candidato de centro-direita e destacou a necessidade de união nacional. “Este é um momento de mudança, de renovação, e acredito que neste ano bicentenário, o país está encerrando 200 anos de um ciclo e iniciando um novo (...). Se o povo da Bolívia me der a oportunidade de ser presidente (...), minha abordagem será chegar a um consenso, concordar, fazer as coisas avançarem”, declarou o presidente eleito em entrevista coletiva em Tarija, no sul do país, ao lado de seu pai.
No Congresso, o Partido Democrata Cristão (PDC), de Paz, terá 47 cadeiras, enquanto a Aliança Livre, de Quiroga, ocupará 37. Para assegurar governabilidade em um Parlamento de 130 assentos, será necessária uma coalizão, sobretudo diante da previsão de medidas impopulares.
Desafios econômicos imediatos
O novo governo enfrentará a missão de reverter a crise que já se arrasta há mais de cinco anos. A Bolívia registra déficit fiscal próximo de 5% do PIB, queda histórica na produção e exportação de hidrocarbonetos e cerca de 70% da força de trabalho atuando na informalidade. O mercado cambial também vive colapso, com escassez de dólares.
Entre as reformas esperadas estão a renegociação com credores internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), a revisão dos subsídios estatais e o possível aumento nos preços dos combustíveis, que podem até triplicar. O Banco Mundial prevê recessão prolongada até pelo menos 2027.

