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Bolívia realiza 2º turno presidencial marcado por embate entre candidatos da direita

Trata-se do primeiro segundo turno da história do país andino

Jorge Quiroga, candidato à Presidência da Bolívia, acena durante evento de campanha em El Alto 11/10/2025 (Foto: Sara Aliaga/Reuters)

Opera Mundi - Mais de 7,9 milhões de bolivianos vão às urnas neste domingo (19/10) para eleger o próximo presidente do país em uma disputa que, pela primeira vez em duas décadas, não envolve o partido de esquerda MAS (Movimento ao Socialismo). Os eleitores estarão aptos a exercer seu direito de voto entre 8h e 16h, pelo horário local (entre 9h e 17h, pelo horário de Brasília).

As recentes pesquisas para o segundo turno apontam o favoritismo do ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga. O candidato da aliança Liberdade e Progresso (Libre) aparece com cerca de 45% dos votos, contra os 36,5% de Rodrigo Paz Pereira, do Partido Democrata Cristão (PDC).

Trata-se do primeiro segundo turno da história do país andino – modalidade instituída na Constituição de 2009. A eleição ocorre no auge de uma crise econômica, alta inflação e escassez de combustíveis por falta de divisas, sendo estes alguns dos fatores que impactaram o eleitorado, principalmente dos setores populares que tradicionalmente depositaram seu voto à esquerda. A ausência do MAS também decorreu das disputas internas entre os grupos do ex-presidente Evo Morales e o atual mandatário Luis Arce.

O líder Evo revelou não apoiar Quiroga nem Paz Pereira, a quem os qualificou de “chitacos” (servis) e os criticou por buscar apoio dos Estados Unidos e créditos de organizações internacionais. Em agosto, Paz Pereira foi o mais votado, com 32,7% dos votos, enquanto Quiroga obteve 27,2%. Para vencer o primeiro turno, os candidatos precisavam de maioria absoluta ou 40% dos votos, com 10 pontos de vantagem sobre o segundo colocado. 

Quiroga, de 65 anos e que já esteve à frente do país em 2001, propõe uma “mudança radical”, como diz o slogan de sua campanha eleitoral. Em seu comício final em El Alto, a segunda cidade mais populosa da Bolívia, o líder da aliança Libre prometeu resolver a escassez de dólares e combustíveis com um plano internacional de “resgate” capitaneado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e transformar o país em uma “potência mundial do lítio”.

“Coloquem-me no governo e traremos os dólares”, prometeu. Além disso, falou em dar novo impulso à industrialização do “ouro branco” boliviano, após a tentativa do governo Arce de introduzir sua extração direta por meio de contratos com empresas chinesas e russas.

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