PIB da Argentina registra queda no segundo trimestre
Economia estagna em meio a salários baixos e incerteza política
247 - O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina encolheu 0,1% no segundo trimestre de 2025 em relação aos três primeiros meses do ano. Trata-se da primeira retração em um ano, sinalizando perda de fôlego da economia em meio a salários historicamente baixos e cenário político conturbado pelas eleições legislativas.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), a economia ainda mostra expansão em termos anuais: houve crescimento de 6,3% em comparação ao mesmo período de 2024. No entanto, os principais motores internos apresentam desaceleração. O consumo das famílias, responsável pela maior fatia do PIB, caiu 1,1% no trimestre. As exportações recuaram 2,2% e os investimentos, 0,5%. Apenas os gastos públicos avançaram, com alta de 1,1% no período.
Incerteza eleitoral pressiona projeções
Para analistas, os números confirmam a estagnação que se arrasta há alguns meses e reforçam o peso da instabilidade política. A proximidade das eleições legislativas acentuou as incertezas, impactando decisões de consumo e de investimento.
Nicolás Alonzo, analista da consultoria Orlando J. Ferrerés & Asociados, avaliou que o objetivo oficial de encerrar 2025 com avanço de 5,4% no PIB, como apresentado no projeto de Orçamento de 2026, dificilmente será alcançado. “Seria preciso crescer 0,8% ao mês para chegar nesta meta no final do ano, um ritmo bastante difícil”, afirmou.
Descompasso entre projeções e realidade
Embora o resultado trimestral estivesse em linha com as expectativas de mercado, a discrepância entre o otimismo oficial e a trajetória real da economia torna-se evidente. O governo argentino aposta em recuperação mais intensa no segundo semestre, mas a queda do consumo e a retração nas exportações expõem as fragilidades estruturais do país.
(Com informações do Valor Econômico)
