Petro afirma que Trump iniciou uma “guerra étnica” nos Estados Unidos
Presidente colombiano critica envio de tropas da Guarda Nacional a Chicago e compara ações de Trump às de Hitler
247 - O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acusou nesta segunda-feira (6) o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de desencadear uma “guerra étnica” contra migrantes latino-americanos. A declaração veio após o envio de tropas da Guarda Nacional a Chicago, medida anunciada pela Casa Branca sob a justificativa de conter “distúrbios” provocados por protestos contra operações de imigração.
De acordo com informações publicadas pela Telesur, Petro afirmou que a decisão de Trump representa um ataque direto aos imigrantes e comparou as ações do governo norte-americano a episódios históricos de perseguição. “Trump desencadeou uma guerra étnica nos Estados Unidos. Ele está fazendo com os latino-americanos o que Hitler fez com os judeus”, escreveu o mandatário colombiano em sua conta na rede social X.
As críticas de Petro se basearam em relatos da imprensa dos Estados Unidos sobre o uso de gás lacrimogêneo e de veículos sem identificação em operações conduzidas pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE). O presidente colombiano tem sido uma das vozes mais firmes da América Latina contra as políticas migratórias do atual governo norte-americano, apontadas por ele como “xenófobas e repressivas”.
Horas antes da manifestação de Petro, o governo do estado de Illinois ingressou com uma ação judicial contra Donald Trump, contestando a decisão de enviar militares à cidade de Chicago. O processo pede que uma corte federal impeça “a federalização e o envio da Guarda Nacional dos EUA, de qualquer Guarda Nacional ou do Exército dos Estados Unidos em Illinois”.
O governador de Illinois, J.B. Pritzker, também se pronunciou nas redes sociais. “Illinois não permitirá que a administração Trump continue sua marcha autoritária sem resistência”, escreveu, prometendo recorrer a todos os meios legais para impedir a intervenção.
Segundo a Casa Branca, a mobilização das tropas faz parte de uma estratégia mais ampla de segurança pública voltada a cidades que, segundo Trump, enfrentam altos índices de criminalidade. No entanto, organizações sociais e de direitos humanos denunciam que a medida tem caráter político e busca reprimir manifestações e comunidades de imigrantes.
Nos últimos meses, a administração de Donald Trump tem reforçado operações de imigração em diferentes regiões dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que intensifica a retórica anti-imigrante em eventos públicos e redes sociais. Críticos afirmam que a escalada militar e o discurso de confronto representam um risco para a democracia e para as minorias étnicas do país.
A acusação de Gustavo Petro adiciona um novo elemento à crescente tensão diplomática entre Washington e governos progressistas da América Latina, que vêm condenando as ações da atual administração norte-americana em temas de imigração e direitos humanos.