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Milei leva indústria argentina à maior queda em 22 anos

Política econômica do ultraliberal provoca retração de 9,4% no setor manufatureiro em 2024, pior resultado desde 2002

Javier Milei (Foto: REUTERS/Agustin Marcarian)

247 - A indústria argentina registrou uma queda de 9,4% em 2024, marcando o pior desempenho do setor em 22 anos, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). O colapso industrial reflete os impactos da política econômica do presidente Javier Milei, que implementou uma agenda ultraliberal baseada em austeridade, abertura comercial e desvalorização cambial. A informação foi divulgada pelo site Cafezinho.

O desempenho negativo foi impulsionado por uma série de fatores: a forte depreciação do peso no início do governo Milei, cortes drásticos nos gastos públicos, queda no poder de compra da população e a valorização posterior da moeda, que afetou a competitividade da produção nacional. O resultado coloca 2024 como o pior ano da indústria argentina desde 2002, quando o setor encolheu 10,6% em meio à grave crise econômica do país.

Apesar da retração no acumulado do ano, os dados do Indec apontam que dezembro registrou uma alta de 8,4% em comparação ao mesmo mês de 2023, marcando a primeira variação positiva interanual desde maio do ano passado. No entanto, especialistas alertam que essa recuperação pontual pode estar relacionada a efeitos estatísticos e a uma base de comparação deprimida, sem garantir uma retomada sustentável da atividade industrial.

A política de Milei, que inclui privatizações, desregulamentação da economia e redução drástica da intervenção do Estado, tem sido alvo de críticas dentro e fora da Argentina. O colapso da indústria, um dos setores mais afetados, levanta preocupações sobre o impacto social e a capacidade do país de reverter a recessão sem medidas que estimulem o consumo e a produção.

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