Maduro afirma que Venezuela não será quintal de nenhum império supremacista
O presidente venezuelano destacou a união entre povo, forças armadas e instituições contra ameaças externas
247 - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reforçou nesta terça-feira (30) que o país jamais se submeterá a potências estrangeiras. Durante cerimônia na Universidade Militar Bolivariana da Venezuela (UMBV), em Caracas, o mandatário recebeu o título de doutor honoris causa em Defesa Integral da Nação e aproveitou para reafirmar a posição soberana de seu governo.
De acordo com informações da Telesur, Maduro declarou que “nunca seremos um quintal, uma colônia ou escravos de nenhum império supremacista”, em referência às pressões e sanções impostas pelos Estados Unidos.
Defesa da soberania e integração regional
Em discurso no Teatro da Academia Militar do Exército Bolivariano, o presidente ressaltou que a opção da Venezuela neste momento histórico não é mais “pátria ou morte”, mas sim “independência ou colônia, escravidão ou povos livres”. Ele também destacou que qualquer agressão estrangeira terá resposta coletiva:
“Se tocarem na Venezuela, nos tocarão, e teremos que nos unir novamente em um único exército unido de libertadores da América do Sul para enfrentar qualquer agressão imperialista”, afirmou.
Maduro associou a luta venezuelana ao sonho de Simón Bolívar de um “equilíbrio universal” e defendeu a construção de uma ordem multipolar mais justa.
Nova doutrina militar e poder popular
O chefe de Estado destacou que a Revolução Bolivariana do século XXI rompeu com doutrinas militares importadas, impostas por escolas de formação vinculadas aos EUA, como a de West Point. Segundo ele, essas práticas transformavam as forças armadas latino-americanas em “exércitos de ocupação”.
“Há uma revolução militar de Bolívar, de Sucre e de Zamora e uma doutrina que conta com uma força militar bem organizada, bem preparada, capaz e poderosa”, disse Maduro.
Ele enfatizou ainda que a Venezuela possui um Estado forte, sustentado por cinco poderes oficiais e dois considerados fundamentais para a grandeza nacional: o poder popular e o poder militar.
Resistência às sanções e projeto de desenvolvimento
Maduro lembrou que a Venezuela resistiu a anos de bloqueios, ameaças e agressões externas. Para ele, a união nacional e a institucionalidade permitiram superar os impactos da chamada “guerra multiforme” declarada por Washington.
O presidente também mencionou o “Plano das 7 Transformações”, que, segundo ele, representa sete frentes de resistência criativa e inovadora. Entre elas, a construção de uma nova economia com treze motores produtivos voltados para atender às necessidades internas do país.
“São sete frentes de avanço que abrem caminhos, eliminam ameaças e fortalecem a capacidade produtiva e regenerativa da nossa nação”, afirmou.
A solenidade marcou não apenas a entrega do título honoris causa a Maduro, mas também um ato de reafirmação política e militar diante do cenário de tensões internacionais que continuam envolvendo a Venezuela.