Maduro afirma que EUA tentam se apoderar das maiores reservas de petróleo do mundo
Em encontro com parlamentares caribenhos, o presidente venezuelano denunciou que Washington conduz uma guerra para controlar os recursos do país
247 - Durante o Encontro Parlamentar do Grande Caribe em Defesa da Paz, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que os Estados Unidos buscam impor uma “agenda de ameaças militares e guerra psicológica” contra o país. O evento ocorreu no Palácio de Miraflores, em Caracas, e contou com a presença de representantes de várias nações da região.
De acordo com informações publicadas pela Telesur, Maduro denunciou que Washington tenta se apoderar das maiores reservas de petróleo do planeta, localizadas em território venezuelano. “Eles querem roubar de nós a maior reserva de petróleo do mundo”, declarou o chefe de Estado, em tom enfático.
O presidente destacou que se a Venezuela não fosse um país estratégico por sua localização, riqueza natural e história de resistência, “talvez nem sequer fosse mencionada”. Segundo ele, a ofensiva norte-americana é uma tentativa de desestabilizar o governo e impor um regime submisso aos interesses estrangeiros. “Hoje estamos vivendo um desses capítulos; não é o primeiro, mas também não será o último. É um capítulo de uma história vitoriosa que vivemos”, afirmou.
Maduro enfatizou que o povo venezuelano “continuará construindo seu modelo democrático, com plenas liberdades e resolvendo seus assuntos com autonomia e soberania, sem abrir mão de um pingo de dignidade como povo histórico”. Ele também ressaltou que a luta pela independência e paz na Venezuela é “a luta de toda a América Latina e do Caribe”.
“Paz contra as mentiras imperialistas”, declarou o presidente, ao convocar um grande encontro de movimentos sociais, forças políticas e parlamentares antes do fim do ano. O objetivo, segundo ele, é “dizer paz e respeito aos povos da América Latina e do Caribe; respeito à Colômbia, à Venezuela e aos países de toda a região”.
O mandatário destacou ainda o apoio recebido de nações vizinhas. “A Venezuela recebeu amor, solidariedade e verdadeiro apoio das forças que representam o coração da América Latina e do Caribe. Esses povos estão presentes quando se trata de defender a soberania e a independência”, afirmou.
Com ironia, Maduro criticou a postura de Washington diante das crises regionais. “Os supremacistas estão vindo para nos salvar”, disse, referindo-se ao histórico de intervenções norte-americanas na América Latina. Ele também lembrou a situação do Haiti, “um mártir desmembrado por mais de 100 intervenções militares gringas para puni-lo por ter sido a primeira República libertada por jacobinos negros”.
Nos últimos meses, a tensão entre Caracas e Washington se intensificou. Em agosto, o governo norte-americano enviou navios de guerra, um submarino nuclear e forças especiais para a costa venezuelana, sob o pretexto de combater o narcotráfico. A ação resultou em confrontos que deixaram ao menos 57 mortos no Caribe e no Pacífico.
Para o governo bolivariano, a operação é parte de uma “guerra multifacetada orquestrada pelos Estados Unidos”, cujo objetivo seria impor uma “mudança de regime e um governo fantoche” em Caracas.


