Maduro acusa EUA de cobiçar petróleo venezuelano
Presidente da Venezuela afirma que interesse dos EUA é tomar recursos naturais do país e destruir o projeto bolivariano
247 - Em um discurso na comunidade de Los Aguacaticos, em El Valle, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou nesta terça-feira (2) uma nova conspiração imperialista orquestrada pelos Estados Unidos contra a nação sul-americana. Segundo informações da Presidência venezuelana, Maduro afirmou que o verdadeiro objetivo de Washington é se apoderar das vastas reservas de petróleo, gás e outros recursos naturais do país, destruindo o projeto social bolivariano.
O mandatário venezuelano foi enfático ao definir o que acredita ser o interesse central por trás das ações estadunidenses: "O verdadeiro interesse de Washington na Venezuela é o petróleo e o gás que eles 'querem de graça'." E, dirigindo-se à população, reivindicou a posse dos recursos: "Esse petróleo não pertence a Maduro, muito menos aos americanos; pertence ao povo da Venezuela".
Além dos hidrocarbonetos, Maduro citou o ouro e as terras férteis como outros alvos da cobiça norte-americana. No entanto, a acusação vai além de uma simples disputa por recursos. O presidente afirmou que a ofensiva busca "arrancar pela raiz o maior projeto que nossa América já teve, que é o projeto libertador do grande Simón Bolívar". Segundo sua análise, potências estrangeiras temem que "esse exemplo não se espalhe pelo mundo e que a juventude dos Estados Unidos concentre sua atenção no fato de que existe uma verdadeira democracia de base na Venezuela".
Apesar das graves acusações e do alerta sobre uma escalada militar – incluindo a menção a oito navios americanos armados com 1.200 mísseis "apontados para a Venezuela" –, Maduro encerrou sua fala com uma mensagem de resistência e otimismo. "Eles não conseguiram e não conseguirão. Na Venezuela haverá paz, com soberania, com povo, com igualdade, com democracia, com liberdade", garantiu.
O discurso ocorreu no mesmo dia em que Maduro se reuniu com a imprensa internacional para alertar sobre o que chamou de um movimento militar sem precedentes dos EUA em águas próximas ao território venezuelano, ação que, segundo ele, ameaça a paz regional sob o "falso pretexto de combater o narcotráfico".