Maduro aciona plano de defesa contra ofensiva militar dos EUA
Presidente venezuelano anuncia mobilização total após exercícios militares
247 - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou neste sábado (18) que o país ativou integralmente seu plano de defesa diante das “ameaças” dos Estados Unidos. A declaração foi feita após a conclusão de manobras militares em todos os estados venezuelanos, incluindo Guárico, Cojedes, Barinas e Portuguesa.
Washington lançou em agosto uma operação antinarcóticos com sete navios de guerra no Caribe, nas proximidades das costas da Venezuela. O governo de Caracas interpreta a iniciativa como parte de uma estratégia para pressionar por uma “mudança de regime” no país. Como resposta, Maduro ordenou exercícios militares de larga escala, com tropas concentradas sobretudo nas regiões de fronteira. “Hoje completamos todas as zonas de defesa integral do país, todos os estados”, declarou o presidente em um áudio publicado no Telegram.
Escalada militar e pressão internacional
A presença naval americana foi anunciada pouco depois de o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusar Maduro de comandar cartéis de drogas. De acordo com relatos, navios norte-americanos já atacaram seis embarcações de supostos narcotraficantes, resultando em pelo menos 27 mortos.
Trump afirmou na última quarta-feira (15) que autorizou operações da CIA contra a Venezuela e que cogitava ataques terrestres contra grupos ligados ao narcotráfico. A declaração levou Maduro a convocar repúdio ao que chamou de “golpes de Estado da CIA” e à “guerra no Caribe”. Atualmente, os EUA mantêm cerca de 10 mil soldados em bases no Caribe e em Porto Rico, além de 4 mil fuzileiros navais em navios de assalto anfíbio, oito embarcações de guerra de superfície e um submarino.
Mobilização intern
As forças armadas venezuelanas, que contam oficialmente com 125 mil soldados, foram exibidas em vídeos transmitidos pela TV estatal marchando em formação, carregando munições e operando veículos blindados. Imagens também mostraram caças russos sobrevoando o território. “Se querem paz, preparem-se para conquistá-la”, afirmou Maduro em discurso à população, reforçando o chamado ao recrutamento de civis e indígenas para integrar milícias locais.
Ao lado de Maduro, nomes de peso do chavismo, como Diosdado Cabello e o ministro da Defesa Vladimir Padrino López, apareceram supervisionando as manobras. O governo também contaria com apoio de grupos armados colombianos, como o Exército de Libertação Nacional (ELN), que atua há anos na Venezuela, segundo ex-oficiais de inteligência da Colômbia.


