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Cuba denuncia genocídio em Gaza e pede à ONU que reconheça a Palestina

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, pediu o "fim da ocupação sionista” no território palestino

Bruno Rodríguez (Foto: Reprodução (ONU))

247 - O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, denunciou o que classificou como genocídio cometido por Israel contra a população palestina na Faixa de Gaza, onde, segundo o Ministério da Saúde local, mais de 65 mil palestinos morreram desde outubro de 2023 vítimas dos ataques lançados pelas forças israelenses. 

“2,2 milhões de seres humanos em Gaza estão condenados à fome pelas ações de genocídio, extermínio e limpeza étnica do regime sionista, que conta com apoio militar e financeiro e com a impunidade garantida pelo governo dos Estados Unidos”, disse Rodríguez, durante sua intervenção na 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). 

“Reitero a mais firme solidariedade com o povo palestino e com sua justa causa pela liberdade, independência e pelo fim da ocupação sionista”.

O chanceler alertou contra a “impotência” do Conselho de Segurança da ONU, que, segundo ele, foi bloqueado pelo veto dos Estados Unidos e impediu, desde outubro de 2023, a aprovação de seis resoluções que pediam um cessar-fogo em Gaza.

Em 22 de agosto, a ONU disse que mais de meio milhão de pessoas em Gaza estão passando fome. Foi a primeira vez que a fome foi declarada no Oriente Médio. 

Até o final de setembro, mais de 640 mil pessoas enfrentarão níveis "catastróficos" de insegurança alimentar, classificados como Fase 5 do IPC, em toda a Faixa de Gaza, alertou as Nações Unidas. 

A ONG Médicos Sem Fronteiras suspendeu a atuação da instituição na na Cidade de Gaza e denunciou uma 'implacável ofensiva' de Israel.

Mais detalhes

As ações de Israel foram alvo, em dezembro de 2023, de uma queixa na Corte Internacional de Justiça (CIJ), apresentada pela África do Sul. Pretória  pediu a adoção de medidas provisórias contra autoridades israelenses diante de ações consideradas genocidas. A África do Sul alegou que os ataques e omissões de Israel  na Faixa de Gaza violam obrigações sob a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio. Israel alega estar se defendendo de ataques terroristas e contesta a ação. O governo brasileiro declarou apoio ao processo sul-africano. 

Em janeiro de 2024, a CIJ ordenou que Israel tomasse todas as medidas necessárias para prevenir o genocídio na Faixa de Gaza, punisse os defensores do genocídio contra os palestinos e garantisse o fluxo de ajuda humanitária para o povo de Gaza. No entanto, não obrigou Israel a interromper a ofensiva, como havia solicitado a África do Sul na ação judicial. Diversos países, incluindo o Brasil, apoiam o processo contra Israel.

Em novembro de 2024, a CIJ emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant e lideranças do Hamas, citando crimes de guerra. Tanto Israel quanto o Hamas negam cometer crimes de guerra.

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