Campanha “Libertem Cristina” ganha força na América Latina e denuncia perseguição judicial

247 - A campanha internacional “Libertem Cristina”, que exige o fim da pena imposta à ex-presidente da Argentina Cristina Fernández de Kirchner, avança em diversos países da América Latina. A mobilização denuncia a perseguição política e jurídica, culminando na prisão domiciliar da líder peronista e sua inabilitação política, decisão ratificada pelo Supremo Tribunal argentino, informa a Prensa Latina..

Segundo o Partido Justicialista (PJ), responsável por coordenar as ações internacionais, a iniciativa tem como objetivo não apenas denunciar a “guerra jurídica” contra Cristina, mas também articular uma agenda comum entre as forças progressistas do continente. Delegações parlamentares foram enviadas ao México, Brasil e Bolívia, onde estão sendo formados comitês e realizadas atividades públicas e institucionais em solidariedade à ex-presidenta.

A senadora argentina Lucía Corpacci lidera a delegação que chegou ao México para participar do Congresso Pan-Americano Anual de Legisladores, promovido pela Internacional Progressista, entre os dias 1 e 4 de agosto. Durante o evento, será formalizada a instalação do comitê “Cristina Libre” na Universidade Autônoma do México.

Ao lado de Corpacci estarão os deputados Leila Chaer, Tomás Ledesma, Carolina Gaillard e Itai Hagman, além do senador Oscar Parrilli e da secretária de Integração Regional da Juventude Justicialista, Soledad Magno. Também participam líderes do partido governista mexicano Morena, demonstrando o apoio institucional e político da esquerda mexicana à causa.

No Brasil, os parlamentares Franco Metaza, representante argentino no Parlamento do Mercosul, e Jorge Taiana, líder justicialista e ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa, marcarão presença no Fórum de Partidos Políticos Progressistas, promovido pela Fundação Friedrich-Ebert, em Brasília. Na ocasião, será lançado o comitê “Cristina Livre” em território brasileiro.

A campanha também terá desdobramentos na Bolívia. Em Cochabamba, será realizada uma reunião no âmbito das celebrações do Bicentenário do Estado Plurinacional. A deputada argentina Magdalena Tiesso foi convidada a participar por Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, e pelo dirigente sindical Hugo Godoy. O encontro será palco do lançamento do comitê boliviano “Cristina Livre”.

Além das ações presenciais, os organizadores da campanha estão impulsionando uma frente digital. Vídeos e documentos circulam nas redes sociais explicando as conexões entre os juízes que abriram o processo contra Cristina e o ex-presidente Mauricio Macri. 

O partido peronista sustenta que a condenação de Cristina representa uma ruptura institucional: “A proscrição política provoca a quebra do pacto democrático de 1983, negando ao povo argentino o direito de escolher livremente seus representantes”.

A mobilização internacional pretende escalar ainda mais nas próximas semanas, com novos comitês sendo organizados em outros países da América do Sul, além de iniciativas no Parlamento do Mercosul e denúncias formais em organismos internacionais.

A campanha “Libertem Cristina” insere-se em um contexto mais amplo de articulação progressista continental, que busca responder ao avanço da direita e às estratégias de judicialização contra lideranças populares na América Latina.