Trump pressiona China a comprar soja dos EUA – o que pode afetar o Brasil

247 – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que só aceitará rever tarifas impostas à China se houver contrapartidas claras em temas como soja, fentanil e minerais raros. As declarações foram dadas a bordo do Air Force One e publicadas pela revista Exame.

Durante a guerra tarifária entre Washington e Pequim, a China reduziu drasticamente a compra de soja dos EUA e ampliou as importações do Brasil, que se tornou o principal fornecedor do grão para o mercado chinês. Agora, com a pressão de Trump pela retomada dessas compras, o agronegócio brasileiro pode ser diretamente impactado.

Impacto para o agronegócio brasileiro

Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA, em 2025 o país não exportou nenhum volume de soja para a China, enquanto em 2024 as vendas somaram US$ 12,6 bilhões. A queda nas exportações provocou excesso de oferta nos EUA, queda nos preços internos e insatisfação entre produtores rurais – uma das principais bases eleitorais de Trump.

Se Pequim atender à pressão americana e retomar as compras, os Estados Unidos podem recuperar parte do mercado perdido, reduzindo o espaço ocupado pelo Brasil nos últimos anos.

Fentanil e minerais raros ampliam atritos

Além da soja, Trump cobrou que a China adote medidas mais rígidas contra o envio de precursores do fentanil, substância ligada à crise de opioides nos EUA. Em relação aos minerais raros, essenciais para setores como defesa, semicondutores e eletrônicos, ele afirmou que não aceitará “jogos” por parte de Pequim e ameaçou impor tarifas de até 100% sobre produtos chineses caso não haja recuo.

Reunião com Xi Jinping

Uma reunião entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, está prevista para o fim do mês, durante a cúpula da APEC, na Coreia do Sul. Trump disse esperar um acordo, mas deixou claro que só aceitará um pacto “justo” para os interesses dos Estados Unidos.