Frigoríficos de Mato Grosso do Sul pausam produção de carne destinada aos EUA após guerra tarifária lançada por Trump
A produção para o mercado nacional segue normal, e as empresas buscam mercados alternativos no exterior
247 - Frigoríficos de Mato Grosso do Sul suspenderam a produção de carnes exportadas aos Estados Unidos após o tarifaço de 50% anunciado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, contra as exportações brasileiras. O Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul (Sincadems) confirmou nesta terça-feira (15) a paralisação das unidades. A produção para o mercado nacional segue normal, e as empresas buscam mercados alternativos como o BRICS.
O Brasil está entre os 10 principais mercados para as exportações dos Estados Unidos e o destino de quase US$ 60 bilhões em bens e serviços americanos todos os anos, apontaram estatísticas divulgadas em nota conjunta da Câmara de Comércio dos Estados Unidos e da Câmara Americana de Comércio no Brasil (AmCham Brasil). O texto lembra que “mais de 6,5 mil pequenas empresas nos EUA dependem de produtos importados do Brasil, enquanto 3,9 mil empresas americanas investem no país.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul (Sincadems), Alberto Sérgio Capucci, é preciso evitar o acúmulo de estoques. A entrevista foi concedida ao jornal Folha de S.Paulo.
"A maioria [de Mato Grosso do Sul], de fato, paralisou a produção destinada ao país, mas segue trabalhando e com atividades nos frigoríficos. Existem outros mercados. Há quem está redirecionando para o mercado interno, para a China, para o Chile, para diversas nações possíveis", disse. "Quem vai pagar o imposto, nesse caso, é o importador. E essas exportações chegam em agosto, quando a taxa estará vigente, o que faz com que tenhamos algumas sinalizações de que a importação ficará inviável".
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) afirmou que cerca de 70% de toda a carne produzida fica no mercado nacional. Os 30% exportados são, majoritariamente, cortes que o brasileiro não consome com frequência.