Turismo de observação de baleias impulsiona economia e protege espécies no litoral brasileiro
Ministério do Turismo orienta visitantes e operadoras sobre práticas sustentáveis durante a temporada de baleias, entre julho e novembro
247 - Todos os anos, entre julho e novembro, milhares de baleias migram da Antártida para o litoral do Brasil, transformando a costa brasileira em um dos mais belos palcos naturais do planeta. Esse fenômeno, que atrai turistas do mundo inteiro, também movimenta a economia de diversas comunidades costeiras. Segundo o Ministério do Turismo, a prática de observação de baleias, quando realizada com responsabilidade, contribui para a proteção da fauna marinha e fortalece o desenvolvimento socioeconômico regional.
A viagem das baleias — especialmente das espécies jubarte e franca — tem como objetivo a reprodução. Elas percorrem cerca de 4,5 mil quilômetros até as águas mornas do Atlântico Sul, ideais para o acasalamento e o nascimento dos filhotes. A presença desses gigantes dos mares representa uma oportunidade única de contemplação da natureza, mas também exige um compromisso com práticas sustentáveis.
Três pilares do turismo responsável - O turismo de observação de baleias deve se apoiar em três eixos essenciais: integridade ambiental, benefício socioeconômico e respeito sociocultural. Esses pilares garantem a preservação da vida marinha e a continuidade da atividade turística sem causar danos ao ecossistema.
O aspecto ambiental busca minimizar os impactos negativos sobre as espécies e seu habitat. Já o socioeconômico promove o desenvolvimento das comunidades litorâneas, gerando empregos e renda com base na conservação das baleias. O sociocultural, por sua vez, valoriza os saberes locais e transforma a percepção dos moradores, que passam a enxergar as baleias como parte do patrimônio natural.
Para assegurar que a observação não se torne predatória, o Brasil conta com uma legislação específica. A Lei Federal nº 7.643/1987 proíbe a caça e qualquer molestamento intencional de cetáceos. Já a Portaria nº 117/1996 do Ibama regula as atividades de avistamento, estabelecendo normas de aproximação e tempo de permanência.
Baleia-jubarte: saltos, cantos e recuperação - Uma das estrelas da temporada é a baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae), conhecida por seus saltos acrobáticos e cantos complexos. Após quase ser extinta pela caça comercial, a população dessa espécie se recuperou, tornando-se símbolo de sucesso na conservação marinha.
O Banco dos Abrolhos, situado entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo, é considerado o maior berçário da espécie no Atlântico Sul. Os melhores meses para avistar as jubartes são agosto e setembro. Além do Parque Nacional Marinho de Abrolhos, os turistas também podem observá-las em destinos como Praia do Forte, Caravelas e Itacaré, na Bahia, e Vitória, no Espírito Santo.
Baleia-franca: aproximação e cuidado - Mais dóceis e curiosas, as baleias-franca (Eubalaena australis) se destacam por se aproximarem da costa, permitindo observação até da terra firme. A espécie busca águas rasas e calmas para amamentar seus filhotes, tornando o avistamento mais acessível, especialmente em praias de Santa Catarina.
A chamada Rota da Baleia Franca abrange municípios como Imbituba, Garopaba e Laguna, localizados na Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca. A temporada também vai de julho a novembro, com maior incidência entre agosto e outubro.
Recomendações para turistas e operadores - Para que a observação seja segura e enriquecedora, o Ministério do Turismo destaca a importância de seguir boas práticas:
Para turistas:
- Escolha operadoras certificadas, como as reconhecidas pelo Projeto Baleia Jubarte;
- Participe das palestras informativas antes do embarque;
- Respeite a distância mínima de 100 metros das baleias;
- Evite ruídos e movimentos bruscos;
- Nunca se interponha entre a mãe e o filhote;
- Não pressione a embarcação para se aproximar mais dos animais.
Para operadoras e embarcações:
- Aproxime-se lentamente e paralelamente à direção das baleias;
- Mantenha o motor em neutro ao atingir 100 metros de distância;
- Limite o número de embarcações por grupo de baleias;
- Informe e eduque os passageiros antes e durante o passeio.
Conservação e legado - Ao adotar uma postura consciente, cada visitante se torna um agente de proteção da vida marinha. O turismo responsável permite não apenas o encantamento diante das gigantes do mar, mas também assegura que futuras gerações possam vivenciar esse espetáculo único — e que comunidades costeiras continuem colhendo os frutos de uma economia aliada à natureza.
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