247 – Neste sábado (19), Pequim sediou a primeira meia maratona do mundo com participação de robôs humanoides e corredores humanos no mesmo percurso. A informação é da agência chinesa Xinhua, que acompanhou o evento realizado na Área de Desenvolvimento Econômico-Tecnológico da capital.
A corrida, de 21 quilômetros, serviu para testar a capacidade de mobilidade de robôs em condições reais. Além de medir o desempenho, o evento buscou promover o desenvolvimento da indústria de robótica na China, que já acumula mais de 190 mil patentes válidas na área, segundo o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação do país.
Robôs e humanos lado a lado
Os robôs largaram ao lado dos corredores humanos, mas seguiram em faixas separadas por segurança. Cada robô foi acompanhado por engenheiros e operadores, e paradas para troca de bateria foram programadas ao longo do trajeto.
As premiações incluíram não só velocidade, mas também categorias como resistência, design de marcha e inovação. O destaque foi o robô Tiangong Ultra, da equipe Tiangong, que concluiu a prova em 2 horas, 40 minutos e 42 segundos, com velocidade média entre 7 e 8 km/h.
“Vi muitos robôs correndo. Alguns pequenos eram muito rápidos. É algo que nunca imaginei. Espero que participem de mais maratonas no futuro”, disse a corredora Zhang Huihui.
Desafios da corrida para as máquinas
Correr em ruas, grama, subidas e trechos irregulares exigiu dos robôs muito mais do que em ambientes controlados. “As condições reais são bem diferentes das do laboratório”, explicou Xiong Youjun, CEO do Centro de Inovação em Robótica Humanoide de Pequim.
Os robôs precisam de articulações compactas, resistência ao calor, equilíbrio e algoritmos para lidar com obstáculos e curvas. A equipe Tiangong, por exemplo, utilizou dados de movimentos humanos para ajustar a marcha dos robôs e melhorar o desempenho.
Cui Wenhao, da equipe Xuanfeng Xiaozi, contou que um dos testes falhou após a quebra de um parafuso no tornozelo do robô. “Reforçamos a peça e, desde então, não tivemos mais problemas”, afirmou.
Avanços e expectativas da indústria
A corrida marca um passo no avanço da robótica humanoide na China. Segundo o governo, setores como manufatura, serviços domésticos e trabalhos em ambientes extremos são os principais focos de aplicação.
A China projeta que o mercado de robôs humanoides alcance 870 bilhões de yuans (cerca de 119 bilhões de dólares) até 2030. Para Liang Liang, da administração de Yizhuang, “a corrida não é o fim, mas o começo de uma nova fase para a tecnologia”.

Redação Brasil 247

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Sul Global

Pequim realiza a primeira meia maratona com robôs humanoides e corredores humanos

247 - A capital chinesa foi palco de um feito inédito na história da robótica neste sábado (19): a primeira meia maratona exclusiva para robôs humanoides. As informações são do portal Global Times
O modelo Tien Kung Ultra, desenvolvido pelo Centro Nacional e Local de Inovação em Robótica de Inteligência Artificial Incorporada, cruzou a linha de chegada após 2 horas e 40 minutos, tornando-se o vencedor do percurso de 21 quilômetros.
Durante o evento, o Tien Kung Ultra surpreendeu pelo desempenho constante e ausência de falhas, finalizando a corrida sem apresentar sinais visíveis de "fadiga", conforme descreveram os repórteres presentes. Após a chegada, o robô foi conduzido calmamente à área de premiação, onde atraiu a atenção de corredores humanos e espectadores curiosos, que disputavam a chance de registrar fotos ao seu lado.
<h3>Corrida reuniu robôs de diversas empresas em desafio técnico e simbólico</h3>
Além do campeão, participaram da prova outros robôs avançados, como o G1 da Unitree, o Kuavo da Leju Robotics e o N2 da NOETIX. A largada ocorreu às 7h30, com a participação simultânea de robôs e atletas humanos — separados por barreiras físicas para garantir a segurança — e seguindo regras de competição diferentes. Os robôs iniciaram a corrida com intervalos de um minuto entre si, obedecendo a sinais sonoros disparados ao longo do trajeto.
O percurso incluiu estações de apoio, onde as equipes responsáveis podiam trocar baterias, substituir máquinas e revezar operadores. Um membro da equipe do Tien Kung Ultra revelou que o robô precisou de três a quatro trocas de bateria durante o trajeto. “Já havíamos otimizado nossa tecnologia de substituição de baterias para que cada troca não ultrapassasse quatro minutos, garantindo que o robô completasse a prova com eficiência e estabilidade”, explicou Ren Yawei, representante do centro responsável pelo modelo.
<h3>Soluções inovadoras ampliam resistência e adaptabilidade dos robôs</h3>
Para enfrentar os desafios de uma prova de longa distância, os robôs passaram por modificações específicas. Alguns modelos contavam com sistemas de bateria intercambiáveis, projetados para trocas rápidas, e outros utilizavam calçados de proteção ou estruturas resistentes à abrasão nos pés, capazes de lidar com terrenos irregulares.
Durante a preparação, repórteres observaram que a maioria dos robôs precisava de dispositivos de suporte para se manter em pé. O único competidor com “rosto humano”, o robô Huanhuan, chegou a cair antes da largada, sofrendo leves avarias. Ainda assim, foi rapidamente assistido e seguiu na prova.
Entre os destaques, o robô N2 da NOETIX, utilizado por duas equipes, completou o percurso em cerca de 3 horas. “Apesar de seu tamanho reduzido, ele é rápido e ágil”, comentou com bom humor um dos técnicos da empresa. Já Liang, outro profissional da equipe, afirmou que as condições climáticas adversas — céu encoberto e umidade — não afetaram o desempenho da máquina.
<h3>Evento projeta expansão global do setor e valida robôs para uso industrial</h3>
De acordo com dados divulgados na segunda Conferência da Indústria de Robôs Humanoides e Cúpula de IA Incorporada da China, o mercado chinês de inteligência incorporada deve atingir 5,29 bilhões de yuans (cerca de US$ 730 milhões) em 2025, o que representaria 27% da fatia global. Já o mercado de robôs humanoides é estimado em 8,23 bilhões de yuans, cerca de metade do total mundial.
Segundo Ren Yawei, a realização da meia maratona representa um importante marco técnico. “A prova serviu como uma plataforma abrangente de validação, não apenas testando o desempenho dos produtos, mas também demonstrando sua capacidade de operação segura e eficiente em escala industrial”, afirmou.
O sucesso da Tien Kung Ultra e de outros competidores sinaliza um novo estágio para a robótica humanoide, com aplicações que podem se expandir rapidamente para áreas como logística, assistência, patrulhamento e manutenção em ambientes urbanos complexos.

Luis Mauro Filho

O robô humanoide "Tiangong" participa junto com corredores humanos na Meia Maratona E-Town e na Meia Maratona de Robôs Humanoides em Pequim, China, em 19 de abril de 2025

Mundo

Na fronteira da inovação, Pequim sedia primeira meia-maratona de robôs humanoides do mundo

247, &nbsp;com informações da agência Xinhua – A China tem dado passos significativos no desenvolvimento de robôs humanóides, posicionando-se como líder global em uma das frentes mais promissoras da inteligência artificial. Durante o Fórum Zhongguancun 2025, realizado em Pequim, cerca de 100 robôs foram apresentados executando tarefas diversas, como recepção de visitantes, apresentações musicais e condução de eventos — um retrato vívido da rápida evolução dessa tecnologia.
Um dos destaques da mostra foi Kuavo, robô desenvolvido pela empresa Leju Robotics, de Shenzhen. Atuando no Centro Internacional de Inovação Zhongguancun, o humanoide tem demonstrado grande versatilidade: atende visitantes, responde perguntas e orienta o público pelas instalações. “Com 1,7 metro de altura e avançadas capacidades cognitivas, Kuavo é nosso robô de serviço de próxima geração”, afirmou Guo Da, gerente de vendas da empresa. O modelo já está presente em universidades, centros de exposição e fábricas automobilísticas, com previsão de entrar nos lares chineses em breve.
Aposta estratégica e metas ambiciosas
Dados do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China apontam que o país detém mais de 190 mil patentes ativas em robótica, representando cerca de dois terços do total mundial. De acordo com o Instituto Chinês de Eletrônica, o mercado de robôs humanóides deve alcançar 870 bilhões de yuans (cerca de 120 bilhões de dólares) até 2030.
Essa ascensão é impulsionada por políticas públicas robustas. O governo de Pequim lançou recentemente um plano de ação trienal para fomentar a inovação em inteligência incorporada, com apoio de um fundo de 100 bilhões de yuans. Províncias como Guangdong, Sichuan e Shanxi também têm adotado estratégias similares para fortalecer o setor.
Segundo Su Guobin, vice-diretor do Departamento Municipal de Economia e Tecnologia da Informação de Pequim, a inteligência incorporada já deixou os laboratórios e avança rapidamente rumo à comercialização em larga escala.
Modelos avançados e novos desafios técnicos
Diversas empresas chinesas já estão introduzindo robôs humanóides em cenários comerciais. O Tiangong Ultra, do Centro de Inovação em Robôs Humanóides de Pequim, é capaz de correr a 12 km/h e subir degraus de até 35 cm. O modelo se prepara para participar da primeira maratona de robôs humanóides.
Outro exemplo é o Walker S1, desenvolvido pela empresa UBTECH, de Shenzhen, que atualmente realiza inspeções de qualidade com alta precisão em uma linha de montagem da Audi.
O ritmo de adoção cresce rapidamente. O presidente da Leju Robotics, Leng Xiaokun, informou que o Kuavo recebeu 250 pedidos apenas no primeiro trimestre de 2025, superando a meta da empresa para metade do ano.
A Unitree Robotics, outra gigante do setor, também avança com estratégias de aumento de eficiência produtiva e transição dos sistemas pré-treinados para modelos adaptativos autônomos, conforme destacou Wang Qizhou, vice-gerente geral da companhia.
A China enxerga os robôs humanóides não apenas como ferramentas, mas como símbolo de uma nova era da inteligência artificial. Com apoio governamental e participação ativa da indústria privada, o país transforma ambições tecnológicas em produtos concretos, ampliando sua influência global em um dos setores mais estratégicos do século XXI. O Kuavo é apenas o início.

China acelera desenvolvimento de robôs humanóides para múltiplas aplicações

247 – Na fábrica inteligente 5G da Zeekr, pertencente ao grupo Geely, em Ningbo, na província de Zhejiang, leste da China, dezenas de robôs humanoides estão trabalhando lado a lado pela primeira vez em um ambiente fabril real, realizando tarefas como separação de materiais, transporte de caixas e montagem de peças delicadas de automóveis. A inovação representa um novo patamar de automação industrial colaborativa. A reportagem foi originalmente publicada pela Xinhua.
Desenvolvidos pela empresa de tecnologia UBTECH, com sede em Shenzhen, os robôs Walker S1 inauguram uma nova era ao serem treinados para agir de forma coordenada e simultânea em diferentes funções e setores da linha de produção. O vice-presidente da UBTECH, Jiao Jichao, explica que a operação dos robôs é baseada em um sistema de rede neural artificial batizado de "brain network", que os transforma de unidades isoladas em uma equipe sincronizada.
“Nosso sistema combina um ‘super cérebro’ responsável pela tomada de decisões e ‘mini-cérebros’ que executam ações em tempo real”, detalhou Jiao.
Segundo ele, o “super cérebro” emprega tecnologias de inteligência artificial como o DeepSeek para processar grandes volumes de dados industriais e distribuir tarefas, atuando como um gerente de operações. Já os “mini-cérebros” instalados em cada robô permitem que eles percebam o ambiente, ajustem a força ao manipular peças frágeis e troquem informações em tempo real com os colegas.
As imagens registradas na fábrica mostram os robôs rastreando peças com o auxílio de câmeras, mapeando áreas de trabalho e manuseando materiais flexíveis, como filmes plásticos, sem danificá-los. A cada tarefa realizada, os robôs acumulam novos dados, contribuindo para um banco de conhecimento que, segundo Jiao, já reúne “centenas de milhões de pontos de dados industriais do mundo real”.
Com essa base de dados, os robôs conseguem aprender rapidamente novas funções dentro da linha de montagem, ganhando versatilidade e reduzindo o tempo necessário para treinar mão de obra especializada. A UBTECH já firmou parcerias com fabricantes como a BYD e a BAIC, além da gigante da logística SF Express.
“Estamos planejando expandir nossas parcerias com mais fábricas, promover amplamente o treinamento colaborativo entre múltiplos robôs e escalar o uso de humanoides em ambientes industriais”, afirmou Jiao.
A adoção de robôs humanoides colaborativos em escala industrial aponta para uma mudança significativa no modelo de produção global. A eficiência e a adaptabilidade dessas máquinas prometem transformar a manufatura, abrindo caminho para fábricas mais inteligentes, seguras e integradas entre humanos e máquinas.

Automação na indústria automobiliística chinesa

Economia

Robôs humanoides trabalham em equipe pela primeira vez em fábrica de automóveis na China

247 – A empresa chinesa AgiBot anunciou um avanço significativo no campo da robótica humanoide com o lançamento do modelo de inteligência artificial Genie Operator-1 (GO-1), que promete transformar a indústria ao permitir que robôs aprendam diretamente a partir de vídeos humanos. A informação foi <a href="https://www.shine.cn/biz/tech/2503103679/">divulgada pelo portal Shanghai Daily (Shine.cn)</a>, que destacou a visão ambiciosa da startup, fundada por Peng Zhihui, ex-integrante do programa "Genius Youth" da Huawei.
Segundo Yao Maoqing, parceiro da AgiBot e presidente da unidade de Inteligência Corporal da empresa, a nova tecnologia pode representar um salto na produção e adoção de robôs humanoides. "Esperamos um crescimento da receita de várias vezes em 2025 e planejamos produzir vários milhares de robôs humanoides este ano", afirmou.
O modelo GO-1 se baseia na estrutura Vision-Language-Latent-Action (ViLLA), que permite que os robôs aprendam de forma mais eficiente a partir da observação de interações humanas em vídeos. Isso reduz o tempo de treinamento e os custos de aquisição de dados, dois dos principais entraves na produção em massa de robôs. A abordagem já demonstrou um aumento de 32% na eficiência de tarefas em comparação com outros modelos disponíveis no mercado, permitindo que os robôs desempenhem funções como servir bebidas, limpar mesas e organizar estoques com maior destreza.
<h3>China amplia investimentos para se tornar referência global</h3>
O anúncio da AgiBot ocorre em meio a um grande esforço da China para consolidar sua liderança no setor de robótica humanoide, um mercado avaliado em 2,76 bilhões de yuans (US$ 378 milhões) em 2024 e que pode crescer para 75 bilhões de yuans até 2029. O país busca competir diretamente com gigantes internacionais, como Tesla e Figure, além de fortalecer seus próprios players, como Unitree (Hangzhou) e UBTech (Shenzhen).
Analistas do Goldman Sachs e Morgan Stanley apontam que, embora a China já tenha uma vantagem expressiva em hardware e manufatura, ainda há desafios a serem superados no desenvolvimento de ecossistemas de software e modelos de IA. O novo modelo da AgiBot é uma resposta a essa lacuna, focando no aprimoramento de sistemas de controle e processamento de dados para treinamento.
Uma das inovações do GO-1 é a adoção da arquitetura Mixture of Experts (MoE), similar ao modelo DeepSeek, que permite que os robôs aprendam com uma ampla gama de dados operacionais humanos e robóticos. Segundo Yao Maoqing, essa abordagem possibilita manipulações de alta precisão e aumenta significativamente a eficiência no desenvolvimento. "DeepSeek é uma boa referência para o nosso caminho de evolução", afirmou.
Atualmente, a AgiBot possui um acervo de aproximadamente um milhão de dados de treinamento robótico e está participando de um projeto municipal para fortalecer o ecossistema de desenvolvimento de robôs na China. Com os avanços do GO-1 e o crescimento esperado do mercado, a empresa planeja ampliar sua produção de mil unidades para vários milhares ainda este ano.
A trajetória da AgiBot tem atraído atenção por sua liderança inovadora. Seu fundador, Peng Zhihui, ganhou notoriedade ao integrar o seleto grupo de jovens talentos da Huawei e, desde então, se destaca como um dos nomes mais promissores no setor de robótica. Com o desenvolvimento do GO-1, a empresa se posiciona na vanguarda de um dos mercados mais estratégicos da atualidade, acelerando a chegada dos robôs humanoides ao cotidiano da sociedade.

Robô humanoide desenvolvido pela startup chinesa Agibot

Geral

China avança no desenvolvimento de robôs humanoides com novo modelo de inteligência artificial

247 - A start-up chinesa Unitree, conhecida mundialmente por seus robôs quadrúpedes, está direcionando esforços para atender à crescente demanda comercial por robôs humanoides, à medida que a inteligência artificial (IA) continua avançando, conforme <a href="https://www.scmp.com/tech/tech-trends/article/3296895/chinese-start-unitree-sees-humanoid-robots-wide-commercial-use-decade?module=top_story&amp;pgtype=homepage">informado</a> em reportagem do South China Morning Post nesta sexta-feira (31).
Com sede em Hangzhou, a empresa prevê uma revolução na capacidade dos robôs humanoides até 2026, quando esses dispositivos poderão executar tarefas com maior percepção e compreensão. A expectativa é que isso impulsione aplicações comerciais claras nos próximos três a cinco anos.
A Unitree ganhou destaque durante o Festival de Primavera deste ano, um dos eventos televisivos mais assistidos da China. Dezesseis robôs humanoides H1 participaram de uma performance de dança folclórica chinesa Yangge, marcando a primeira apresentação em grande escala, totalmente autônoma, de robôs humanoides impulsionados por IA.
Concorrência e desafios - O mercado global de robôs humanoides está em ascensão, com concorrentes como Tesla, Boston Dynamics e a chinesa UBTech, que planeja produzir robôs humanoides em massa até o final de 2025. Segundo o China Centre for Information Industry Development, a demanda doméstica por esses robôs poderá alcançar 20 bilhões de yuans (US$ 2,7 bilhões) até 2026.
O diretor de marketing da Unitree, Huang Jiawei, destacou que o progresso na "inteligência física", termo usado pela Nvidia para descrever a capacidade de máquinas autônomas operarem no mundo físico, ainda está em estágio inicial. Contudo, a empresa já testa seus robôs em fábricas de montadoras como Nio e Geely e em eventos como a CES e a Conferência Mundial de Robôs de Pequim.
Robôs humanoides e quadrúpedes à venda - Os robôs H1 da Unitree, com 1,80m de altura e 47kg, custam US$ 90 mil, enquanto o modelo menor, G1, começa em US$ 16 mil. Já os robôs quadrúpedes, como o Go1 e o Go2, estão disponíveis por cerca de US$ 2.800, enquanto as versões industriais custam US$ 100 mil.
Com quase 500 funcionários e investidores como Meituan e o governo municipal de Pequim, a Unitree é liderada por Wang Xingxing, que fundou a empresa em 2016 após criar um protótipo de robô quadrúpede durante seus estudos.
A Unitree espera que os preços dos robôs humanoides diminuam com a ampliação da produção, enquanto continua investindo na construção de um mercado global para robótica de alto desempenho.

Guilherme Paladino

A Unitree implantou seus robôs humanoides para testes nas linhas de produção das montadoras chinesas de carros elétricos Nio e Geely.

Chinesa 'Unitree' aposta em robôs humanoides e prevê avanços revolucionários até 2026

Por Qiaoyi Li e Kevin Krolicki
PEQUIM (Reuters) - A China domina o mercado de veículos elétricos. Agora está perseguindo a Tesla na corrida para construir humanoides movidos a bateria, que devem substituir trabalhadores humanos que constroem veículos elétricos em linhas de montagem.
Na Conferência Mundial de Robótica desta semana em Pequim, mais de duas dúzias de empresas chinesas exibiram robôs humanoides projetados para trabalhar em fábricas e armazéns, com ainda mais empresas mostrando peças de precisão fabricadas na China, necessárias para construí-los.
O avanço da China na indústria emergente se baseia na fórmula por trás de sua iniciativa inicial de veículos elétricos há mais de uma década: apoio governamental, competição implacável de preços de um amplo grupo de novos participantes e uma profunda cadeia de suprimentos.
"A indústria de robôs humanoides da China demonstra vantagens claras na integração da cadeia de suprimentos (e) capacidades de produção em massa", disse Arjen Rao, analista do LeadLeo Research Institute, sediado na China.
O esforço da robótica é apoiado pela política do presidente Xi Jinping de desenvolver "novas forças produtivas" em tecnologia -- um ponto destacado nos folhetos do evento desta semana.
A cidade de Pequim lançou um fundo estatal de 1,4 bilhão de dólares para robótica em janeiro, enquanto Xangai anunciou em julho planos para criar um fundo de 1,4 bilhão de dólares para a indústria humanoide.
Os robôs em exposição esta semana vêm de alguns dos mesmos fornecedores nacionais que surfaram na onda dos veículos elétricos, incluindo fabricantes de baterias e sensores.
O Goldman Sachs previu em janeiro que o mercado global anual para robôs humanoides atingiria 38 bilhões de dólares até 2035, com quase 1,4 milhão de remessas para aplicações industriais e de consumo. Ele estimou que o custo dos materiais para construí-los caiu para cerca de 150 mil dólares cada em 2023, excluindo os custos de pesquisa e desenvolvimento.
"Há muito espaço para reduzir os custos", disse Hu Debo, CEO da Shanghai Kepler Exploration Robotics, empresa que ele cofundou no ano passado, inspirada no robô humanoide Optimus da Tesla.
"A China é especializada em iteração e produção rápidas."
A empresa de Hu está trabalhando em sua quinta versão de um robô trabalhador para teste em fábricas. Ele espera que o preço de venda seja menor que 30 mil dólares.
EFEITO PEIXE-GATO
Quando a Tesla abriu sua fábrica em Xangai em 2019, autoridades chinesas disseram que esperavam que a pioneira em veículos elétricos tivesse um "efeito peixe-gato" na indústria chinesa: introduziria um grande concorrente que faria os rivais chineses nadarem mais rápido.
O robô Optimus da Tesla teve um efeito semelhante, disse Hu.
A montadora norte-americana lançou o Optimus pela primeira vez em 2021, com o CEO da companhia, Elon Musk, o elogiando como potencialmente "mais significativo do que o negócio de veículos ao longo do tempo".
A empresa de Musk está usando uma abordagem de inteligência artificial para o Optimus modelado em seu software "Full Self-Driving" para EVs (veículos elétricos). Rivais e analistas chineses dizem que a Tesla tem uma liderança inicial em IA, mas a China tem a capacidade de reduzir o preço de produção.
A Tesla exibiu o Optimus, parecido com um manequim, em uma caixa transparente ao lado de um Cybertruck, em uma exposição paralela à conferência em Pequim nesta semana.
Optimus foi superado por muitos humanoides chineses que acenavam, andavam ou até mesmo davam de ombros, mas ainda assim era uma das exibições mais populares. O local estava lotado de pessoas tirando fotos.
"Ano que vem haverá mais de 1.000 compatriotas meus na fábrica", dizia uma placa ao lado do Optimus.
A Tesla, em comunicado, reiterou que espera ir além dos protótipos e começar a produzir o Optimus em pequenos volumes no ano que vem.
ROBÔS NA LINHA DE MONTAGEM
A Ubtech Robotics, listada em Hong Kong, também vem testando seus robôs em fábricas de automóveis. A empresa começou com a Geely e anunciou um acordo na quinta-feira para testá-los em uma fábrica da Audi na China.
"Nossa meta é atingir a produção em massa até o ano que vem", disse Sotirios Stasinopoulos, gerente de projetos da Ubtech.
Isso significaria até 1.000 robôs trabalhando em fábricas, ele disse. "É o primeiro marco em direção a uma implantação em larga escala."
A Ubtech usa chips da norte-americana Nvidia em seus robôs, mas mais de 90% dos componentes são da China.
A geração atual de robôs de produção -- braços enormes capazes de soldar e realizar outras tarefas -- foi liderada principalmente por empresas de fora da China, incluindo a japonesa Fanuc, o grupo de engenharia suíço ABB e a alemã Kuka, de propriedade do fabricante chinês de eletrodomésticos Midea.
A China lidera o mundo com robôs de produção instalados em fábricas, mais que o triplo do número na América do Norte, de acordo com a Federação Internacional de Robótica.
Xin Guobin, vice-ministro da Indústria e Tecnologia da Informação da China, disse na abertura do evento em Pequim que seu ministério estava implementando a orientação de Xi e fez da China "uma força importante na indústria global de robótica".
Em novembro passado, o país pediu a produção em massa de robôs humanoides até 2025, mas isso começará em uma escala muito menor do que a necessária para transformar a produção de veículos elétricos.
"Acredito que levará pelo menos 20 a 30 anos até que robôs humanoides possam atingir aplicações comerciais em larga escala", disse Rao, do LeadLeo Research Institute.
(Reportagem de Qiaoyi Li e Kevin Krolicki em Pequim)

Robôs humanóides em estande do Instituto de Automação da Academia Chinesa de Ciências, durante Conferência Mundial de Robôs em Pequim, na China

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