Paulo Victor Ribeiro, <a href="https://www.brasildefato.com.br/2025/07/14/empresario-de-wesley-safadao-bancou-campanha-de-deputado-investigado-pela-pf-por-desvio-de-verba/">Brasil de Fato </a>- O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) ganhou as manchetes de jornais no último dia 8 de julho, quando entrou na mira da Polícia Federal (PF) em operação que investiga fraude em licitação e desvio de emendas no Ceará. Ele venceu seu primeiro pleito em 2018, quando apoiou a eleição de Jair Bolsonaro (PL) e chegou a ser colega de legenda do ex-presidente. Para sua reeleição, em 2022, contou com recursos vindos de Yvens Watila Oliveira da Silva, irmão e empresário do cantor Wesley Safadão. A doação chegou em forma de um carro de luxo e foi entregue a Mano pouco mais de duas semanas depois que Safadão realizou um show em Nova Russas (CE). A contratante foi a prefeitura da cidade, comandada pela esposa de Mano, Giordanna Silva Braga Mano (PRD). A relação entre a família Mano, Safadão e seu empresário não acabariam aí. Em 2023, o deputado usaria cota parlamentar para pagar o aluguel de uma sala comercial administrada por uma empresa de Yvens. No ano seguinte, Safadão seria novamente contratado pela prefeitura da pequena cidade cearense para um festival e faria show em um palco com espaço dedicado a dois luminosos de sua casa de aposta virtual, a Betvip. No site do cassino online, o sertanejo aparece em um banner sorrindo ao lado do comediante Tirulipa e de um tigrinho. Pisando fofo  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/2025070809074_15608432983c4c09ef13b95d3fb0f0181858939877a72b6b03787d3dc650bc87.jpg" data-media-id="editor_1" data-image-id="2025070809074_15608432983c4c09ef13b95d3fb0f0181858939877a72b6b03787d3dc650bc87" data-rendition-name="original" width="6489" height="4000" loading="lazy" alt="Deputado Júnior Mano (PSB-CE)"><figcaption>Deputado Júnior Mano. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados </figcaption></figure>  Mas para entender melhor essa sucessão de acontecimentos e como eles se relacionam, é necessário retornar a agosto de 2024, quando Nova Russas, cidade de 30 mil habitantes localizada próxima à divisa com Sergipe, virou uma atração turística. A população dobrou de tamanho quando visitantes de todos os cantos chegaram para aproveitar o Festeja Nova Russas, festival musical com atrações sertanejas em comemoração à padroeira Nossa Senhora das Graças. Um grande e moderno palco foi erguido na Arena de Eventos da cidade, que registrou público diário de 60 mil pessoas. Ao longo de quatro dias, o evento recebeu artistas como Luan Santana e Gusttavo Lima. O show de abertura do festival foi realizado por Wesley Safadão, que declarou estar feliz em poder retornar ao município onde se sentia “em casa” e elogiou a megaestrutura, comparando com a edição de 2022, da qual também participou e foi mais modesta. Antes de retornar para seu setlist, ele se preparou para agradecer a presença de um conhecido, mas, repentinamente, mudou de ideia. “Ô Júnior Mano, não pode falar no seu nome não, Júnior Mano? Esse período político a gente não sabe se pode, se não pode. Eu pensei que era o Júnior Mano entrando no palco”, disse.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250714170712_71e1cd31275e771dd7e89f0b253478878b4449af891da8347e52ae983eee611a.jpg" data-media-id="editor_2" data-image-id="20250714170712_71e1cd31275e771dd7e89f0b253478878b4449af891da8347e52ae983eee611a" data-rendition-name="original" width="719" height="1024" loading="lazy" alt="wesley-safadao"><figcaption>Contrato entre a prefeitura de Nova Russas e Wesley Safadão para show de 2022. Foto: Reprodução</figcaption></figure>  &nbsp;  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250714170716_086c5a7e53c5676ed5ac1dafd5ce2fa00faa86c12081177563f4a9170a5e6b87.jpg" data-media-id="editor_3" data-image-id="20250714170716_086c5a7e53c5676ed5ac1dafd5ce2fa00faa86c12081177563f4a9170a5e6b87" data-rendition-name="original" width="722" height="1024" loading="lazy" alt="Wesley Safadão"><figcaption>Contrato entre prefeitura de Nova Russas e o representante de Wesley Safadão para show realizado em 2024. Foto: Reprodução </figcaption></figure>  Agosto marcava a largada da eleições municipais em todo o país, e, enquanto Safadão estava no palco, a propaganda eleitoral estava proibida. Mano não era candidato naquele pleito e não seria prejudicado pela menção de seu nome. Sua esposa, sim. Giordanna concorria à reeleição em Nova Russas. Quem é Júnior Mano Júnior Mano é Antônio Luiz Rodrigues Mano Júnior, de 40 anos, empresário e deputado federal pelo Ceará desde 2018. Antes disso, ele passou dois anos como vice-prefeito de Nova Russas, cidade onde nasceu e se criou. Sua trajetória envolve passagens pelo PRB, PSD, MDB, Patriota, Partido Liberal, de onde foi expulso em 2024, por ter declarado apoio a um candidato de oposição, e uma nova filiação ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). A conquista de uma cadeira na Câmara dos Deputados em 2018, quando ele estava no Patriotas, se insere no contexto da chamada “onda bolsonarista”, marcada pela ascensão de candidatos alinhados ao discurso conservador, antipolítica tradicional e com forte presença nas redes sociais. Vale lembrar que, naquele ano, o Congresso Nacional testemunhou a chegada de diversos nomes até então desconhecidos do grande público, impulsionados pelo apoio a Jair Bolsonaro ou pela associação a pautas de combate à corrupção e à criminalidade. Júnior Mano surfou essa onda de renovação política e capitalizou o sentimento de insatisfação com políticos mais tradicionais ou já conhecidos, conquistando uma das vagas cearenses na Câmara como parte desse fenômeno nacional. Na última terça-feira (8), Mano passou a ser peça central em uma investigação da Polícia Federal (PF) de fraude em licitação e desvio de emendas no Ceará, quando ele e mais cinco pessoas ainda não identificadas foram alvos de busca e apreensão em Brasília, Nova Russas, Fortaleza, Eusébio, Canindé e Baixio; R$ 54,6 milhões foram bloqueados das contas pessoais e de empresas dos envolvidos. Segundo a PF, o grupo teria desviado recursos para financiamento de campanhas nas eleições de 2024, quando ele cumpria sua segunda legislatura e a sua esposa tentava a reeleição de Nova Russas. Parte do recurso viria pelo envio de emendas parlamentares a municípios, cearenses; outra parte, pela fraude de licitações por empresas ligadas a Mano e aos demais envolvidos. Desde janeiro de 2021, quando Giordanna assumiu a prefeitura da cidade, Mano repassou R$ 18,7 milhões em emendas parlamentares ao município, especialmente para a pasta da saúde. Não é a primeira vez que Júnior Mano está sob investigação, nem a primeira verba suspeita envolvendo o político e sua cidade. Um feat de sucesso Wesley Safadão foi contratado para a edição de 2024 do Festeja Nova Russas por R$ 900 mil. O valor foi um terço maior do que o recebido em agosto de 2022, quando o artista se apresentou por R$ 600 mil. &nbsp;Os contratos, realizados mediante dispensa de licitação e disponíveis no site da prefeitura, foram assinados pelo secretário de cultura e por Yvens Watila Oliveira da Silva, representante da WS Shows LTDA e empresário de Safadão.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250714170716_71e1cd31275e771dd7e89f0b253478878b4449af891da8347e52ae983eee611a.jpg" data-media-id="editor_4" data-image-id="20250714170716_71e1cd31275e771dd7e89f0b253478878b4449af891da8347e52ae983eee611a" data-rendition-name="original" width="719" height="1024" loading="lazy" alt="Wesley Safadão"><figcaption>Contrato entre a Prefeitura de Nova Russas e Wesley Safadão para show de 2022; Júnior Mano recebeu doação de empresário do cantor 16 dias depois. Foto: Reprodução</figcaption></figure>  &nbsp;  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250714170720_086c5a7e53c5676ed5ac1dafd5ce2fa00faa86c12081177563f4a9170a5e6b87.jpg" data-media-id="editor_5" data-image-id="20250714170720_086c5a7e53c5676ed5ac1dafd5ce2fa00faa86c12081177563f4a9170a5e6b87" data-rendition-name="original" width="722" height="1024" loading="lazy" alt="Prefeitura de Nova Russas-wesley"><figcaption>Contrato entre a Prefeitura de Nova Russas e o representante de Wesley Safadão para show realizado em 2024. Foto: Reprodução</figcaption></figure>  Yvens é um empresário diverso. Seus negócios envolvem música, administração de bens, uma agência de turismo e uma holding. Além de Wesley Safadão, ele possui aos menos outros cinco sócios – um deles, denunciado pelo Ministério Público do Estado de Pernambuco (MP-PE) por improbidade administrativa. A suspeita do órgão é que o sócio, à época dono de uma empresa de produções artísticas, operasse um sistema de fraudes em contratos de shows com dispensa de licitação em pequenas prefeituras. Yvens foi um dos doadores à campanha eleitoral de reeleição de Mano a deputado federal em 2022. Apenas 16 dias após o primeiro show de Wesley Safadão em Nova Russas, o empresário contribuiu para a campanha com o “valor estimado” de R$ 9,5 mil, quarta maior quantia dispensada à candidatura – atrás apenas do dinheiro investido pelo PL, pelo próprio Júnior Mano e por sua esposa. O “valor estimado” é uma expressão para classificar um recurso utilizado quando a doação não é feita em dinheiro, mas por meio de um bem que não pode ser precisamente quantificado. Foi o que Yvens fez, doando um carro ao invés de dinheiro. O Tribunal Superior Eleitoral, responsável por revisar as prestações de contas de campanha, aceitou o valor informado da doação. Mas na verdade, Mano recebeu de Yvens uma Hilux SW4 semi nova, ano 2021, de 7 lugares. Naquele mês, o valor do carro pela tabela Fipe era de R$ 365 mil. Se registrada por seu valor de mercado, a doação ficaria atrás apenas do que o PL destinou ao candidato, e por pouco.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250714170724_6ee20750568f988edcba8b4381cde41c9d39339e9c667a5d812ef1c8fccd3bc7.jpg" data-media-id="editor_6" data-image-id="20250714170724_6ee20750568f988edcba8b4381cde41c9d39339e9c667a5d812ef1c8fccd3bc7" data-rendition-name="original" width="1024" height="460" loading="lazy" alt="wesley-contrato"><figcaption>Recibo de doação de veículo declarado com o valor estimado de R$ 9,5 mil, mas avaliado em mais de R$ 350 mil. Foto: Reprodução</figcaption></figure>  Para efeito de comparação, um dos poucos bens que Mano declarou à Justiça Eleitoral naquele ano foi também uma Hilux, ano 2019, no valor de R$ 311 mil. Logo que voltou à Câmara, com mandato renovado por mais quatro anos, Mano e Yvens voltaram a fazer negócio. Utilizando a<a href="https://www.brasildefato.com.br/2023/07/21/deputado-paraibano-foi-o-que-mais-gastou-em-recursos-da-cota-parlamentar-no-pais/"> cota parlamentar</a>, Mano alugou uma sala comercial no Shopping Avenida, no centro de Fortaleza (CE). Ele pagou R$ 1 mil pelo aluguel da sala ao advogado Gabriel Magalhães Bezerra Lima, em junho de 2023, e R$ 3 mil por mês até outubro. Em novembro de 2023, Mano trocou de locador e passou a pagar R$ 5 mil pela mesma sala à YW Administração de Bens LTDA, empresa de Yvens. O novo valor seguiria sendo pago ao doador de sua campanha até agosto de 2024.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250714170728_7bc8db7c651af84cf5950af7657c8e2471b09d3b16602df44592cb20d61194db.jpg" data-media-id="editor_8" data-image-id="20250714170728_7bc8db7c651af84cf5950af7657c8e2471b09d3b16602df44592cb20d61194db" data-rendition-name="original" width="789" height="553" loading="lazy" alt="Fortaleza"><figcaption>Recibo do pagamento de aluguel por sala comercial em Fortaleza (CE) com cota parlamentar de Júnior Mano. Foto: Reprodução</figcaption></figure>  Ao todo, R$ 45 mil da cota parlamentar foram repassados à YW Administração de Bens. O Brasil de Fato entrou em contato com a administração do Shopping Avenida para confirmar os dados do proprietário, e foi repassado à RCR Participações, empresa que gerencia a locação da loja 229. A imobiliária atendeu a reportagem, mas se recusou a informar os dados do proprietário. Também tentamos contatar Yvens Watila pelo número de telefone registrado na Receita Federal em ao menos três de suas empresas, pelo endereço de e-mail pessoal informado à Receita Federal e pelo Instagram. Não recebemos resposta. Mais processos que mandatos A operação Underhand da PF não é a primeira a investigar Júnior Mano. Antes de assumir seu primeiro cargo público, Mano já havia recebido mais de R$ 3 milhões em repasses de Nova Russas – em um contrato que seria, anos depois, escrutinado pelo Ministério Público do Estado do Ceará. Em 2013, Mano participou de uma licitação da Secretaria de Infraestrutura e Urbanismo de Nova Russas para contratação de empresa de coleta de lixo. Sua empresa, a Gold Serviços e Construções Eireli, ficou em segundo lugar. Seis meses após a prestação do serviço, os vencedores da licitação romperam unilateralmente o contrato, e a prefeitura repassou o serviço a Mano, segundo colocado no certame, com dispensa de licitação. A medida é utilizada para que o município não fique sem abastecimento de serviço essencial enquanto promoveria outra licitação. Em teoria, A Gold Serviços e Construções deveria finalizar o período de contrato firmado com a vencedora da licitação, atuando entre julho e dezembro de 2013. Não foi o que aconteceu. Sem novos processos licitatórios e com valores apontados pelo MP-CE como superfaturados, a empresa de Mano teve seu contrato renovado, com dispensa de licitação, mais cinco vezes – prorrogando irregularmente a prestação do serviço até setembro de 2015. Em outubro de 2016, Mano foi eleito vice-prefeito município. Em março de 2020, o já deputado federal foi denunciado pelo MP-CE, junto do ex-secretário de infraestrutura e urbanismo do município. Para o órgão, “não houve qualquer comprovação de vantajosidade para o município com a prorrogação contratual. Pelo contrário, o valor cobrado pela empresa do deputado foi superior a vários outros realizados em municípios da mesma região e do mesmo porte financeiro de Nova Russas”. Os investigadores afirmam que o “contrato firmado entre o Município de Nova Russas e a empresa Gold ocasionaram prejuízo concreto ao erário e vantagem econômica direta ao denunciado”. Os valores podem ser vistos na declaração de bens do deputado ao Tribunal Superior Eleitoral. Logo após o fim do seu contrato licitatório com a prefeitura, em 2016, Mano declarou possuir R$ 1,1 milhões em bens, sendo a maior parte do valor composta pela empresa Gold Serviços e Construções. Ambos os réus foram absolvidos em 2022. Ainda tramitam contra Mano ao menos mais três processos por crime contra a administração pública apenas em Nova Russas. O primeiro-casal do município ainda teve, em 2022, a cassação de seus mandatos e inelegibilidade por oito anos decretada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) por abuso de poder político e compra de votos. A acusação apontava que bens e serviços públicos de Nova Russas foram utilizados para beneficiar a campanha de Giordanna em 2020. O casal recorreu da decisão, revertida em 2023 pelo TSE. Outro lado O Brasil de Fato procurou o deputado Júnior Mano através de seu gabinete por telefone e e-mail, bem como o buscou diretamente por mensagem no Instagram, mas não houve retorno. As mesmas tentativas foram realizadas com a esposa do parlamentar, Giordanna Mano. Ligamos para o gabinete da prefeita, enviamos e-mail aos endereços disponíveis e tentamos contato pelo Instagram, mas, até a publicação da reportagem, ela não retornou. A Secretaria de Cultura de Nova Russas também foi contatada, sem sucesso. A reportagem procurou os canais de comunicação oficial do cantor Wesley Safadão, mas não obteve retorno.

Leonardo Lucena

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Cultura

Empresário de Wesley Safadão bancou campanha de parlamentar investigado pela PF

247 - O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), alvo de uma operação da Polícia Federal deflagrada na última terça-feira (9), declarou à Justiça Eleitoral uma expressiva redução em seu patrimônio entre os anos de 2018 e 2022. As informações são do jornal <a href="https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2025/07/09/alvo-da-pf-em-operacao-sobre-emendas-junior-mano-informou-ao-tse-ter-tido-reducao-de-patrimonio.ghtml">O Globo</a>.
Na campanha de 2018, quando disputou uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Patriota, Júnior Mano informou possuir R$ 2,1 milhões em bens, incluindo quotas empresariais, aplicações financeiras, terrenos e um apartamento. Já em 2022, ao buscar a reeleição pelo PL, declarou patrimônio de R$ 371 mil — queda superior a R$ 1,7 milhão. Na última declaração, o bem de maior valor foi uma caminhonete Hilux, de 2019, estimada em R$ 311 mil.
A movimentação patrimonial ocorre paralelamente à apuração da PF, que investiga o suposto desvio de recursos públicos oriundos de emendas parlamentares. A operação cumpriu mandados de busca e apreensão em imóveis ligados ao parlamentar em Brasília, Fortaleza e outras quatro cidades do Ceará. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas de investigados, entre pessoas físicas e jurídicas. A apuração conta com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).
Em nota, a assessoria do deputado negou qualquer envolvimento em irregularidades: “[Ele] não tem qualquer participação em processos licitatórios, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos. Como parlamentar, o deputado não exerce qualquer função executiva ou administrativa em prefeituras, não participa de comissões de licitação, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos”. A defesa afirmou ainda que, ao final do processo, “sua correção de conduta será reconhecida”.
O inquérito que envolve Júnior Mano tem como base depoimentos de uma ex-prefeita de Canindé (CE), prestados durante a campanha de 2024. Ela relatou ao Ministério Público a existência de um esquema de compra de votos na região, com recursos oriundos de licitações e emendas parlamentares, envolvendo empresas de fachada e laranjas. Segundo a ex-gestora, o grupo operava em conjunto com o deputado.
De acordo com relatório da PF, Júnior Mano teria um “papel central” no suposto esquema de “manipulação de pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos, quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo criminoso”.
A organização criminosa seria liderada por Carlos Alberto Queiroz, conhecido como Bebeto do Choró, que venceu a eleição para prefeito no município de Choró (CE), mas não chegou a tomar posse e atualmente está foragido. Em setembro de 2024, quase R$ 600 mil em espécie foram apreendidos com um policial militar ligado ao grupo.

Redação Brasil 247

Brasil

Deputado alvo da PF em operação sobre emendas informou ao TSE ter tido redução de patrimônio

247 – O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma nova frente de apuração sobre o uso de emendas parlamentares, com foco na destinação irregular de recursos para campanhas eleitorais. A informação foi revelada com base em documentos da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República (PGR). A investigação envolve indícios de fraude em licitações, desvio de verbas públicas e compra de votos em municípios do interior do Ceará.
Segundo a Polícia Federal, emendas indicadas pelo deputado federal Júnior Mano (CE) abasteceram licitações fraudulentas em cidades administradas por aliados políticos. Parte dos recursos, após a vitória de empresas ligadas ao esquema, teria sido utilizada em campanhas eleitorais de candidatos apoiados por Mano nas eleições municipais de 2024. A investigação aponta que o parlamentar “exercia papel central na manipulação dos pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos, quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo criminoso”.
<h3>Esquema operado por aliados e novos alvos</h3>
O caso está sob sigilo e tramita no STF, uma vez que envolve parlamentares com foro privilegiado. De acordo com a PF, o esquema era operado por Carlos Alberto Queiroz, conhecido como Bebeto, eleito prefeito de Choró (CE), mas impedido de tomar posse por decisão da Justiça Eleitoral. Mensagens obtidas pelos investigadores mostram conversas entre Bebeto e aliados de Júnior Mano sobre o pagamento de propinas em troca da liberação das emendas. Os percentuais, que chegavam a 12%, eram chamados de “pedágio” ou “imposto” nos diálogos — uma prática descrita pela PF como “institucionalizada de corrupção”.
Em nota, Júnior Mano negou qualquer irregularidade e afirmou que “sua correção de conduta será reconhecida ao fim da investigação”. Desde 2021, a cidade que mais recebeu emendas do deputado foi Nova Russas, governada por sua esposa, Giordanna Mano, que não foi alvo da operação.
<h3>Outros parlamentares citados</h3>
Além de Júnior Mano, as investigações também mencionam emendas associadas a outros parlamentares cearenses: José Guimarães (PT), atual líder do governo na Câmara; Eunício Oliveira (MDB) e Yuri do Paredão (MDB). Nenhum dos três foi alvo da operação.
Em nota, Guimarães declarou: “Reafirmo o fato de que não destinei emendas parlamentares à localidade de Choró (CE)”. Sobre Canindé, outra cidade citada, afirmou que “uma simples consulta ao Siafi comprova que não destinei emenda entre 2024 e 2025”.
A assessoria de Eunício Oliveira informou que o parlamentar “destina emendas para obras em dezenas de municípios cearenses, de forma transparente e de acordo com a legislação” e que já pediu a suspensão de uma emenda para Canindé. Yuri do Paredão, por sua vez, afirmou que “o fato de todos os recursos estarem disponíveis no Portal da Transferência da Câmara demonstra a seriedade e a responsabilidade com que o deputado conduz suas ações”.
<h3>Expansão do escopo e tensão entre os Poderes</h3>
A descoberta do uso de emendas para alimentar campanhas eleitorais impulsionou o STF a autorizar, por decisão do ministro Gilmar Mendes, a abertura de uma investigação específica sobre a execução ilícita desses recursos. Há expectativa de que novas manifestações da PGR sejam apresentadas ainda neste semestre, o que preocupa lideranças no Congresso diante da possibilidade de novas medidas cautelares, como quebras de sigilo e buscas autorizadas pela Corte.
As apurações já haviam provocado, em abril, a queda do então ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), denunciado pela PGR por desvio de emendas em seu mandato anterior como deputado. Parte da verba teria sido destinada à pavimentação de ruas em Vitorino Freire (MA), município então governado por sua irmã.
<h3>Outros casos recentes</h3>
As investigações sobre o uso político de emendas parlamentares não são isoladas. Em fevereiro, emendas indicadas por Afonso Motta (PDT-RS) foram alvo de operação da PF, que resultou na demissão de seu chefe de gabinete. Em março, a Primeira Turma do STF tornou réus os deputados Josimar Maranhãozinho (MA), Pastor Gil (MA) e o suplente Bosco Costa (SE), todos do PL, acusados de negociar R$ 6,6 milhões em emendas em troca de R$ 1,6 milhão em propina.
Em outro caso, a PF apontou que um servidor estadual recebia comissão de 6% sobre verbas destinadas por um deputado para um hospital em Santa Cruz do Sul (RS), formalizadas inclusive por contrato — evidência, segundo a PF, de corrupção sistematizada.
<h3>CGU e o padrão das irregularidades</h3>
Parte relevante dessas apurações teve origem em relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU), que detectaram concentrações atípicas de emendas em municípios ligados a parlamentares, sem critérios técnicos claros. Os indícios apontam para superfaturamento, favorecimento político e uso de empresas de fachada para viabilizar os desvios.
As descobertas ampliam o mal-estar entre os Poderes. Nos bastidores, ministros do STF reconhecem que o avanço das investigações tem contribuído para as tensões com o Congresso e com setores do Executivo. A ofensiva sobre as emendas parlamentares — vistas por muitos como instrumento legítimo de articulação política — levanta questões fundamentais sobre os limites da autonomia legislativa e a necessidade de maior transparência no uso dos recursos públicos.

STF amplia investigações sobre desvios em emendas e mira uso eleitoral de recursos públicos

247 – A Polícia Federal realizou, nesta terça-feira (8), uma operação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o desvio de recursos públicos por meio de emendas e possíveis fraudes em licitações em municípios do Ceará. Um dos alvos de mandado de busca e apreensão cumprido pela PF foi o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE).
Segundo levantamento do <a href="https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2025/07/08/emendas-junior-mano.ghtml">g1</a>, com base no Portal da Transparência, o parlamentar destinou, desde 2021, R$ 4,4 milhões em emendas para a cidade de Nova Russas, no Ceará, sendo o maior volume destinado por Júnior Mano a uma cidade. A prefeita da cidade, Giordanna Mano (PRD), é esposa do deputado.
Conforme relatado pelo g1, embora a Polícia Federal tenha cumprido mandados de busca na cidade, não informou se a gestora está entre os investigados. Também não há confirmação de que os recursos enviados a Nova Russas estejam diretamente ligados às suspeitas apuradas na operação.

Bianca Penteado

Cidade governada por esposa de Júnior Mano recebeu R$ 4,4 milhões em emendas destinadas pelo deputado

247 - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), preferiu adotar cautela ao ser questionado sobre a operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (8), que teve como alvo o deputado Júnior Mano (PSB-CE).&nbsp;
“Vamos aguardar (a apuração)”, limitou-se a dizer Motta ao chegar à sede do Legislativo, onde participaria de reunião com lideranças partidárias, de acordo com o <a href="https://www.metropoles.com/brasil/motta-e-cauteloso-apos-operacao-contra-junior-mano-vamos-aguardar">Metrópoles</a>. Enquanto isso, agentes da PF permaneciam no gabinete de Júnior Mano, localizado no anexo 4 da Câmara dos Deputados. Motta também revelou que não entrou em contato com o parlamentar investigado e que não há previsão de conversa entre os dois.
A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que determinou o cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão no âmbito de uma investigação sobre fraudes em processos licitatórios e contratuais. Júnior Mano é suspeito de envolvimento em um esquema de desvio de recursos públicos.
De acordo com a PF, os alvos da operação fazem parte de uma organização criminosa especializada em fraudes que movimentaram valores milionários de forma ilícita. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 54,6 milhões em bens de pessoas físicas e jurídicas investigadas. Segundo o órgão, a medida busca “interromper a movimentação de valores de origem ilícita e preservar ativos para eventual reparação ao erário”.

Paulo Emilio

Presidente da Câmara evita comentar operação da PF contra deputado: "vamos aguardar"

247 - O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) negou qualquer envolvimento com fraudes em licitações ou contratos administrativos após ser alvo, nesta terça-feira (8), de uma operação da Polícia Federal &nbsp;(PF)autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação apura a atuação de uma suposta organização criminosa suspeita de desviar recursos públicos por meio de esquemas com verbas parlamentares e processos licitatórios.
Em nota divulgada à imprensa, a assessoria do parlamentar afirmou que ele não exerce funções administrativas em prefeituras e que não participa de comissões de licitação nem tem qualquer atribuição relacionada à ordenação de despesas. “Como parlamentar, o deputado não exerce qualquer função executiva ou administrativa em prefeituras, não participa de comissões de licitação, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos”, diz o texto, de acordo com o <a href="https://www.metropoles.com/brasil/deputado-junior-mano-se-pronuncia-apos-ser-alvo-de-operacao-da-pf">Metrópoles</a>.
A assessoria também destacou que Júnior Mano “reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e o exercício probo da função pública”, além de expressar “confiança nas instituições”, com menção específica ao Poder Judiciário e à Polícia Judiciária Federal. Ao final da nota, o deputado afirma ter “plena convicção de que, ao final da apuração, a verdade dos fatos prevalecerá, com o completo esclarecimento das circunstâncias e o reconhecimento de sua correção de conduta.”
A operação Underhand cumpriu 15 mandados de busca e apreensão, incluindo a residência oficial do parlamentar em Brasília, um imóvel em Fortaleza e seu gabinete na Câmara dos Deputados. As ordens judiciais também foram executadas nos municípios cearenses de Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio.
De acordo com a Polícia Federal, “o núcleo investigado é suspeito de articular o direcionamento de verbas públicas a determinados municípios cearenses mediante contrapartidas financeiras ilícitas, além de influenciar procedimentos licitatórios por meio de empresas vinculadas ao grupo.”
A apuração chegou ao STF após a PF identificar indícios de que o deputado estaria “diretamente envolvido no desvio de emendas parlamentares, utilizadas para alimentar o esquema de (compra de votos) e consolidar sua base de apoio político.” Ainda segundo a corporação, as verbas desviadas teriam sido destinadas a prefeituras específicas.
O nome de Júnior Mano apareceu na investigação após uma denúncia feita pela prefeita de Canindé durante a campanha de 2022. Ela apontou supostos crimes eleitorais atribuídos ao deputado e a um aliado, que atualmente ocupa o cargo de prefeito em Choró, também no Ceará.&nbsp;
Conforme a denúncia, Júnior Mano repassava emendas ao prefeito, que ficaria responsável por “lavar” os recursos. As suspeitas envolvem os crimes de organização criminosa, captação ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com finalidade eleitoral, segundo informou a Polícia Federal.

Alvo de operação da PF, deputado Júnior Mano nega envolvimento em suposto esquema de desvio de emendas

247 - O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) se tornou o principal foco da Operação Underhand, deflagrada nesta terça-feira (8) pela Polícia Federal (PF), que apura um esquema de manipulação eleitoral e desvio de recursos públicos em pelo menos 50 municípios do Ceará.&nbsp;
Segundo a coluna do jornalista <a href="https://www.estadao.com.br/politica/blog-do-fausto-macedo/junior-mano-exercia-papel-central-em-desvio-de-emendas-e-fraudes-em-eleicoes-diz-pf/">Fausto Macedo</a>, de O Estado de S. Paulo, um relatório da PF aponta que o parlamentar já era investigado desde dezembro de 2023, pela suspeita de exercer “papel central” em um esquema de corrupção coordenado pelo ex-prefeito eleito de Choró, Carlos Alberto Queiroz Pereira, conhecido como Bebeto do Choró (PSB), atualmente foragido.
De acordo com relatório da PF, Júnior Mano estaria diretamente envolvido no desvio de emendas parlamentares, as quais seriam utilizadas para alimentar um esquema de compra de votos e garantir sustentação política. A operação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), resultou no cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão em seis cidades: Fortaleza (CE), Brasília (DF), Nova Russas (CE), Eusébio (CE), Canindé (CE) e Baixio (CE).
Além das buscas, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas ligadas ao caso. Segundo os investigadores, a medida tem como objetivo impedir a movimentação de recursos supostamente ilícitos e preservar ativos para eventual ressarcimento ao erário.
O inquérito que mira o deputado teve início a partir de denúncias apresentadas pela ex-prefeita de Canindé, Rozário Ximenes (Republicanos), ao Ministério Público. Ela relatou a existência de uma rede de empresários operando desvios de emendas parlamentares em 51 cidades cearenses. Em seu depoimento, Ximenes afirmou que o deputado atuava em conluio com Bebeto do Choró para desviar e “lavar” os recursos públicos.
Ainda de acordo com a reportagem, em um relatório datado de 18 de dezembro de 2024, a Polícia Federal confirmou os indícios de envolvimento direto de Júnior Mano no esquema. O documento descreve o parlamentar como alguém que “exercia papel central na manipulação dos pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo criminoso”.
Segundo os investigadores, o esquema seria liderado por Bebeto do Choró, que teria utilizado sua posição como prefeito eleito e aliado político de Mano para operacionalizar a fraude eleitoral. A Polícia Federal afirma que a rede envolvia empresas controladas por integrantes do grupo, que recebiam os recursos oriundos de emendas parlamentares e os redirecionavam para abastecer campanhas e garantir apoio político nas eleições municipais. A assessoria do deputado federal Júnior Mano foi procurada pela reportagem por e-mail, mas ainda não se manifestou sobre a operação.&nbsp;

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Júnior Mano tinha "papel central" em suposto esquema de desvios de emendas, diz PF

247 - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (8) a liberação dos dados obtidos nos celulares apreendidos com o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) e outros cinco alvos de uma operação da Polícia Federal. A decisão também inclui o bloqueio de até R$ 54 milhões pertencentes às pessoas físicas e jurídicas investigadas. As informações são do jornal <a href="https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2025/07/08/gilmar-mendes-autoriza-acesso-a-dados-de-celulares-de-junior-mano-e-determina-bloqueio-de-r-54-milhoes-de-investigados.ghtml">O Globo</a>.
O caso, que tramita sob sigilo no STF, investiga um suposto esquema de fraude em licitações em municípios do Ceará, associado ao desvio de verbas oriundas de emendas parlamentares. Além de autorizar o acesso aos dados dos aparelhos, Gilmar Mendes ordenou a abertura de uma apuração específica sobre os desvios dessas emendas.
Os agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao deputado, incluindo seu gabinete na Câmara dos Deputados, o apartamento funcional em Brasília e sua residência particular no Ceará.
Segundo informações divulgadas pela Polícia Federal, o grupo sob investigação é acusado de manipular o direcionamento de recursos públicos a municípios cearenses, exigindo em troca pagamentos ilícitos. Além disso, as empresas envolvidas estariam participando de processos licitatórios fraudados para favorecer o esquema.
Embora os recursos de emendas parlamentares estejam no centro das apurações, a operação tem como foco principal a suspeita de financiamento ilegal de campanhas eleitorais no pleito municipal de 2024. De acordo com os investigadores, os contratos públicos firmados pelo grupo teriam sido utilizados como forma de caixa 2 para campanhas no estado.

Gilmar Mendes autoriza acesso a celulares do deputado Júnior Mano, alvo de operação da PF

247 - A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (8) uma operação que investiga um suposto esquema de fraudes em licitações e desvio de recursos públicos no estado do Ceará. O principal alvo da ação é o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE). As informações são da <a href="https://www.cnnbrasil.com.br/politica/quem-e-junior-mano-alvo-de-operacao-que-apura-fraude-em-licitacoes-no-ce/">CNN Brasil</a>.
Ao todo, o Supremo Tribunal Federal (STF) expediu 15 mandados de busca e apreensão, cumpridos em Brasília (DF) e em cinco cidades cearenses: Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio. A operação também determinou o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de investigados, entre pessoas físicas e jurídicas, para impedir a movimentação de recursos de origem ilícita e garantir a reparação de danos ao erário.
As investigações apontam que o grupo teria articulado o direcionamento de verbas públicas para determinados municípios do Ceará mediante contrapartidas financeiras ilícitas. A suspeita é de que empresas ligadas ao esquema tenham sido favorecidas em processos licitatórios conduzidos de forma fraudulenta. Os crimes investigados incluem organização criminosa, captação ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com finalidade eleitoral.
Quem é Júnior Mano? - Antônio Luiz Rodrigues Mano Júnior, conhecido como Júnior Mano, foi eleito deputado federal pelo Ceará em 2022 com 216.531 votos. À época, ele era filiado ao PL (Partido Liberal), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, e se tornou o segundo parlamentar mais votado do estado, atrás apenas de André Fernandes (PL), que obteve 229 mil votos.
Em 2024, Júnior Mano foi expulso do PL após apoiar publicamente a candidatura de Evandro Leitão (PT) à prefeitura de Fortaleza — adversário direto de André Fernandes. O deputado chegou a organizar um evento político em apoio ao petista, reunindo, segundo ele próprio, 41 prefeitos cearenses para declarar voto a Leitão.
Após a expulsão, Mano se filiou ao PSB, partido pelo qual permanece exercendo o mandato. Até o momento, ele não se pronunciou oficialmente sobre a operação da Polícia Federal.

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