Nathalia Urban por Milenna Saraiva

Esta seção é dedicada à memória da jornalista Nathalia Urban, internacionalista e pioneira do Sul Global

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Sucesso dos Brics depende de criação de instituições financeiras fortes e integradas, afirma economista

Abdul Hamid al-Fadhil afirma que o fortalecimento do BRICS passa por instituições financeiras próprias e novas alianças fora do eixo Ocidente

07.07.2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, posa para fotografia de família dos Chefes de Estado e de Governo dos países-membros, parceiros e de engajamento externo, no Museu de Arte Moderna (MAM). Rio de Janeiro - RJ. (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

247 - O uso crescente de moedas alternativas nas transações entre os países do BRICS poderá diminuir a dependência global do dólar e do euro. A avaliação é do economista líbio Abdul Hamid al-Fadhil, em entrevista concedida à agência Sputnik.

Segundo o especialista, a diversificação monetária promovida pelo bloco é uma resposta direta à hegemonia financeira ocidental e representa um passo estratégico para a reconfiguração das regras do comércio internacional. 

“O sucesso da associação [BRICS] continua dependente da capacidade dos Estados-membros de criar instituições financeiras fortes e integradas para manter seu vetor”, afirmou al-Fadhil, em referência à necessidade de estruturação interna entre os países do bloco.

O economista defende que a ampliação do BRICS — que recentemente passou a incorporar novos membros além dos fundadores Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — pode transformar o papel das economias em desenvolvimento. Para ele, os países menores passam a ter protagonismo na definição de novas rotas de integração econômica. “A expansão do BRICS dará a oportunidade de diversificar o sistema da economia global, fortalecendo o papel das pequenas economias na restruturação das regras do comércio mundial”, analisou.

Um dos principais pontos destacados por al-Fadhil é o uso das moedas nacionais no comércio entre os países do grupo. Essa prática, já adotada de forma crescente especialmente entre China, Rússia e Índia, segundo ele, reduz a dependência das instituições financeiras ocidentais — como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial — e contribui para a construção de mecanismos autônomos de financiamento e troca comercial.

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