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      Pacientes do SUS começam a ser atendidos por hospitais de planos de saúde

      A Agência Nacional de Saúde Suplementar garantiu que haverá fiscalização para que as operadoras não deixem de atender seus beneficiários

      SUS (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
      Laís Gouveia avatar
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      247 - Pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) começaram a receber atendimento em hospitais de planos de saúde nesta semana, como parte do programa “Agora Tem Especialistas”, criado pelo Ministério da Saúde. A medida tem o objetivo de ampliar a oferta de consultas, exames e cirurgias e reduzir as filas na rede pública. As informações são do g1.

      O modelo permite que operadoras privadas troquem dívidas que possuem com o SUS por atendimentos. Esses débitos surgem quando beneficiários de planos são atendidos em unidades públicas, gerando obrigação de ressarcimento. Hoje, essas dívidas somam mais de R$ 1 bilhão. Em vez de pagar em dinheiro, as empresas podem oferecer serviços demandados por estados e municípios.

      A expectativa do governo é que a iniciativa movimente até R$ 1,3 bilhão por ano em novos procedimentos, sem custo adicional para o SUS. Em 2025, a previsão é converter pelo menos R$ 750 milhões em atendimentos.

      A Hapvida foi a primeira operadora a aderir. O Hospital Ariano Suassuna, no Recife, recebeu os oito primeiros pacientes vindos da fila do SUS. Entre eles, estão uma criança de oito anos, cinco mulheres e dois homens de 23 a 67 anos, que realizarão quatro tipos de procedimentos: duas cirurgias de quadril com colocação de próteses, duas cirurgias de vesícula, duas tomografias e duas ressonâncias magnéticas.

      Segundo o Ministério da Saúde, a prioridade será atender especialidades com maior demanda, como oncologia, cardiologia, ortopedia, ginecologia, otorrinolaringologia e oftalmologia. O acesso continuará seguindo o fluxo atual do SUS: o paciente procura a Unidade Básica de Saúde (UBS), a solicitação é inserida na central de regulação e o sistema define o local de atendimento — que poderá ser um hospital privado conveniado.

      “O cidadão não vai precisar fazer nenhum movimento extraordinário. Ele será agendado e informado, inclusive por WhatsApp”, explicou ao g1 Rodrigo Oliveira, diretor da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde do ministério.

      A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) garantiu que haverá fiscalização para que as operadoras não deixem de atender seus beneficiários. “Não há espaço para que deixem de atender seus beneficiários para priorizar o SUS. O interesse é ampliar a capacidade de atendimento de forma integrada”, afirmou a diretora-presidente Carla Soares.

      O programa também estabelece que os planos só serão remunerados após concluírem todo o conjunto de serviços especializados solicitados, incluindo consultas, exames e eventuais cirurgias, garantindo a entrega completa do tratamento.

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