"Foi como se caísse uma bomba na casa deles", diz filho de vítima de tornado no Paraná
Fenômeno classificado como EF3 destruiu casas, deixou seis mortos e centenas de feridos em Rio Bonito do Iguaçu
247 - A devastação provocada pelo tornado que atingiu Rio Bonito do Iguaçu, no Centro-Sul do Paraná, deixou histórias marcadas pela dor e pela perda. Uma das vítimas fatais foi José Gieteski, que morreu após a casa onde vivia ser arremessada pela força do vento. O filho dele, Antonio Gieteski, contou ao g1 que o desastre aconteceu de forma repentina e arrasadora.
“O pai estava com a mãe em casa, como de costume. De repente veio o tornado e, em questão de um minuto, um minuto e 20 segundos, foi como se caísse uma bomba na casa deles. A casa dele foi arremessada uns 30 metros de distância, era uma casa de madeira. Nesse impulso, ele foi junto e as madeiras caíram em cima”, relatou Antonio.
Segundo ele, a mãe foi arremessada em direção oposta, sofreu fraturas nas costelas e permanece internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Laranjeiras do Sul, município vizinho. José, que era aposentado, foi sepultado no domingo (9). Deixa esposa, cinco filhos, além de netos e bisnetos.
“Ele era uma grande pessoa. Costumava dizer que eu era o braço direito dele, porque eu cuidava deles, mas ele era o resto [do corpo]. Se eu era o braço dele, ele era todo o resto para mim. Era muito preocupado com os filhos, comigo, com os meninos. Um excelente pai. Gostava de tomar chimarrão, contava histórias antigas, muito fiel, muito justo, muito correto”, recordou o filho, emocionado.
Tornado EF3 devastou a região
De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), o tornado que varreu a cidade foi classificado como de categoria EF3, um dos níveis mais intensos na escala Fujita, com ventos que podem ultrapassar 250 km/h. A ocorrência deixou seis mortos e ao menos 750 feridos.
A força do fenômeno foi tamanha que centenas de residências foram destelhadas ou totalmente destruídas, estruturas metálicas retorcidas e postes de energia derrubados. O cenário de destruição se espalhou por todo o município, atingido no início da noite de sexta-feira (7).
O Simepar informou que o evento climático fez parte de uma supercélula — um tipo de tempestade de grande intensidade, capaz de gerar ventos extremos e tornados de alta magnitude.
Moradores relatam que o fenômeno durou pouco mais de um minuto, mas foi o suficiente para mudar completamente a paisagem da cidade. Em meio aos escombros, famílias tentam agora reconstruir suas vidas após uma das maiores tragédias climáticas já registradas na região.


