PM que matou estudante pede afastamento do pai da vítima por temer agressões
Defesa do soldado afirma que o pai de Marco Aurélio tentou agredi-lo durante audiência; jovem foi morto com tiro à queima-roupa na zona sul de SP
247 - O policial militar Guilherme Augusto Macedo, réu pela morte do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, em novembro de 2024, pediu à Justiça a imposição de uma medida cautelar contra o pai do jovem. A informação foi divulgada pelo Metrópoles nesta segunda-feira (29/7). Segundo o pedido, protocolado na última sexta-feira (27), tanto Macedo quanto o também policial Bruno Carvalho do Prado, que participou da mesma ação, afirmam temer por sua integridade física após um episódio ocorrido durante uma audiência judicial.
A defesa dos PMs relata que, em audiência realizada no último dia 10, o médico Julio Cesar Acosta Navarro, pai de Marco Aurélio, ofendeu verbalmente Macedo, chamando-o de “assassino” e “covarde”, e tentou agredi-lo fisicamente. Segundo o documento, o policial precisou ser contido por agentes responsáveis pela escolta. “O pai da vítima ofendeu e tentou agredir o réu Guilherme Augusto Macedo e precisou ser contido pelos policiais que realizavam a escolta”, diz trecho da petição apresentada à Justiça. “Diante do que foi narrado, temendo por sua integridade física, a Defesa requer que Vossa Excelência aplique medidas cautelares em desfavor da testemunha, a fim de que esta não se aproxime do réu, pelas razões supracitadas”.
O caso que levou à morte de Marco Aurélio aconteceu em 20 de novembro de 2024, na entrada de um hotel na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. O jovem foi alvejado por um disparo à queima-roupa feito por Guilherme Macedo, enquanto estava desarmado e encurralado. Segundo as investigações, Marco Aurélio havia dado um tapa no retrovisor da viatura da PM, o que deu início à perseguição. Na abordagem, ele levou um chute no abdômen e agarrou a perna do policial Bruno Prado, que caiu no chão. Nesse momento, Macedo efetuou o disparo. Toda a ação foi registrada pelas câmeras corporais dos agentes.
Após a audiência, Julio Cesar divulgou uma carta relatando sua reação ao ver os policiais pela primeira vez desde a morte do filho. “Enxerguei no fundo da sala, meio escondidos e afastados, quase recolhidos por ser grandes, sentados próximos da juíza, separados de mim por várias pessoas sentados, dois soldados fardados e com boinas, que achei deviam ser Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado. Imediatamente parti em direção a eles, mas subitamente várias pessoas se levantaram e impediram meu avanço, houve uma confusão e gritaria e meus próprios advogados me levaram para fora da sala”, escreveu o médico.
O caso gerou forte comoção e reacendeu o debate sobre o uso excessivo da força por agentes de segurança pública, especialmente em abordagens policiais envolvendo jovens desarmados.
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