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Onda de ataques a ônibus cessa em São Paulo, mas polícia mantém investigação em aberto

Após mais de 600 ocorrências em dois meses e meio, depredações voltaram à média histórica

Ônibus do sistema MOVE de Belo Horizonte (Foto: Isabel Baldoni/PBH)

247 - A onda de ataques a ônibus que assustou a capital paulista entre junho e agosto finalmente chegou ao fim. Segundo a Prefeitura de São Paulo e a SPTrans, a média diária de depredações voltou ao patamar registrado antes do início dos episódios. A informação foi publicada pelo portal Metrópoles.

De acordo com a SPTrans, atualmente a média é de 3,6 ocorrências por dia, número semelhante ao observado antes de 12 de junho, quando começaram os ataques em série. “Em julho, por exemplo, no auge das depredações, a média diária chegou a 12,9 casos”, informou a empresa.

A Prefeitura atribui a redução dos crimes à presença de agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) nos coletivos. Desde o fim de julho, cerca de 200 guardas passaram a atuar dentro dos ônibus em regiões com maior número de ocorrências. “A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) e a SPTrans reiteram o repúdio aos atos de vandalismo e seguem fornecendo todas as informações necessárias para auxiliar nas investigações das autoridades policiais”, destacou a SPTrans em nota.

investigação sem respostas

Apesar da queda nos registros, a Polícia Civil ainda não conseguiu esclarecer as causas da onda de ataques, que somou mais de mil ocorrências em toda a Grande São Paulo. A corporação afirma que “nenhuma linha de investigação é descartada” e que as apurações seguem sob responsabilidade do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Entre os suspeitos detidos, o caso de maior repercussão foi o do servidor público Edson Aparecido Campolongo, acusado de ser responsável por 17 ataques. Ele declarou à polícia que agiu para “consertar o Brasil” e “tirar o país do buraco”, mas acabou admitindo que “fez merda” e reconheceu que suas ações não faziam sentido. O irmão dele, Sergio Aparecido Campolongo, também foi preso por participar de ao menos dois episódios.

Segundo o diretor do Deic, Ronaldo Sayeg, uma das linhas de investigação considera uma possível disputa entre sindicatos ou empresas de transporte que perderam contratos. A hipótese de que os ataques pudessem ter ligação com desafios de internet chegou a ser analisada, mas já foi descartada.

Em nota divulgada no último sábado (30/8), a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que “as forças de segurança seguem empenhadas na identificação e prisão dos responsáveis por ataques a ônibus”. A pasta ressaltou ainda que os detalhes da investigação correm em sigilo para preservar a autonomia do trabalho policial.

Enquanto as investigações não chegam a uma conclusão definitiva, a Polícia Militar mantém a Operação Impacto, que reforça o policiamento e a segurança no transporte público da capital.

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